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Coluna: Direito e Justiça (04/11)

qui, 4 de novembro de 2021 08:12

Nos tempos do Imperador Dom Pedro II: ( 2)
• Homenagem singela ao maior governante brasileiro – * 1826 – + 1891.
• Sequenciando a Coluna DJ de 23.09.2021.

Neto de Marco Aurélio:
A segunda passagem pela Europa repetiu a primeira, ampliando o roteiro. Aos países antes visitados, acrescentou a Rússia de Alexandre II, a Terra Santa, a Escandinávia e, sobretudo, um velho sonho, a Grécia. De novo, a Condessa de Barral e o Conde de Gobineau o acompanharam por boa parte do percurso, enquanto a imperatriz permanecia em Gastein, fazendo tratamento de águas, moda na época. Um dos pontos altos da viagem foi a abertura do teatro de Bayreuth, construído por Wagner com contribuição do imperador. Em Copenhague, descobriu as telas brasileiras do pintor Eckhout, com as quais Maurício de Nassau presenteara Frederico III, e as mandou copiar. Em Florença, encontrou um de seus bolsistas, Pedro Américo, que pintava a Batalha do Avaí. Em Milão, falou com outro protegido, Carlos Gomes.
Paris foi novamente o lugar onde se deteve por mais tempo, permitindo à comitiva tomar fôlego. Ficou dois meses na cidade. Assistiu a uma sessão da Academia Francesa, então presidida por Alexandre Dumas (filho), sentando-se ao lado dos acadêmicos Daubré e Pasteur. Foi feito sócio da Academia de Ciências de Paris, honra só concedida antes a dois chefes de Estado, Napoleão e Pedro, o Grande. E realizou um de seus maiores desejos, frustrado na primeira viagem: no dia 22 de maio visitou Victor Hugo no seu endereço, na Rua de Clichy.
O ferrenho inimigo de monarcas hesitara em visitar o imperador, nas este insistiu: se Victor Hugo não ia a Pedro II, Pedro II ia a Victor Hugo. Foi nessa ocasião que o famoso escritor pronunciou a frase transcrita por Rivet e mil vezes depois repetida: “Sire, vous êtes um grand citoyen; vous êtes le petit-fils de Marc-Auréle”

FONTE: D. Pedro II (perfis brasileiros).
Por José Murilo de Carvalho.
Editora Companhia das Letras, 4ª impressão, págs. 171/ 172.

 

Quando você morrer, não se preocupe:

Não se preocupe com o seu corpo, porque os seus parentes cuidarão de tudo o que for necessário. Por exemplo:
– Eles (na verdade, a funerária contratada) vão tirar suas roupas; vão lavá-lo; vão vesti-lo (claro, aproveitando as roupas velhas e muito usadas), sem sapatos, sem meias; sem cinto, sem quaisquer coisas tidas como supérfluas; vão tirar você da sua casa e vão levá-lo para uma nova morada…
Muitos virão se “despedir” de você no seu funeral; alguns derramarão lágrimas e até irão chorar (poucos, é verdade); chegarão ao ponto de faltarem a compromissos e até ao trabalho por causa do seu enterro, embora não tenham se dado a esses cuidados enquanto você vivia no meio deles.
Seus pertences, até aqueles dos quais você não gostava sequer de emprestar, serão postos de lado, queimados, jogados fora sem a menor cerimônia, pois não terão utilidade e trarão lembranças ruins ou tristes. Outros, se possuírem algum valor extrínseco, talvez até sejam guardados, doados ou mesmo vendidos. Quem é que sabe, não é mesmo? Por exemplo:
– Suas chaves, seus livros, seus CDS, suas malas, seus sapatos, suas roupas, suas coleções, suas fotografias, enfim, tantas coisas simples e miudezas…!
Se a sua família for inteligente e solidária, os bens ainda servíveis, e não muito rasgados, podres ou mofados, serão certamente doados em atos de caridade pura, para que alguém deles se beneficie. Como quer que seja, você que já se foi, ou se ainda não, tenha certeza de uma coisa:
– O mundo não irá parar por sua causa seja lá você quem quer que seja…
A economia vai continuar selvagem como sempre; você será substituído no seu trabalho por outra pessoa com as mesmas ou maiores capacidades; os seus bens irão para seus herdeiros ou para terceiros, de uma forma ou de outra; você continuará a ser citado, elogiado, criticado e julgado por todas as suas ações e palavras ditas em vida.
Haverá três tipos de luto por causa do seu passamento:
1º) – As pessoas que o conheciam apenas pelo valor da face dirão: pobre homem (ou mulher, é claro)!

 

2º) – Seus amigos (os verdadeiros) irão chorar por dias, ou horas, mas depois retornarão ao riso. Pois, a vida segue, e tem que ser assim.
3º) – Aqueles amigos que te encorajavam a pecar (no mais amplo sentido dessa palavra), ou seja, os falsos amigos, os oportunistas de toda sorte, vão esquecer-se de você muito mais rápido.
Seus animais de estimação serão doados ou vendidos, irão se apegar aos novos donos, como tem que ser, e aos poucos, no decorrer dos anos, a sua lembrança será apagada ou muitíssimo esmaecida.
Suas fotos, por algum tempo, ficarão penduradas numa parede ou sobre um móvel, mas logo serão guardadas ou esquecidas em caixas ou no fundo de uma gaveta. Ninguém gosta ou quer sofrer inutilmente, pois você não irá voltar fisicamente. Seu sofá, mesa ou cadeira preferidos certamente serão doados… ou queimados…
A dor profunda em sua casa – verdadeira, com certeza – durará uma semana, duas semanas, um mês, dois meses, um ano, dois anos…. Todavia, depois disso a sua família, se quiser sobreviver e prosperar, terá que se conformar com a perda e adicionar você apenas à memória deles. É a lei inexorável e necessária da autopreservação.
Então, a sua história aqui neste plano terá terminado sob todos os aspectos. Estará encerrada para as pessoas, mas a história com a sua nova realidade, no outro plano, o espiritual, estará apenas começando ou continuando, vinda de outras existências anteriores. Pois, você e eu cremos na vida após a morte, porque foi essa a vontade indubitável de Deus, nosso misericordioso e judicioso Criador e Pai.
Conseguintemente, todas as coisas mundanas ficarão para trás. Por exemplo:
– Corpo, beleza, aparência, sobrenome, conforto, crédito, status, posição, conta bancária, casa, carro, profissão, carreira, títulos, diplomas, medalhas, troféus, amigos, lugares, cônjuge, família…
E, lá do outro lado, nenhuma dessas coisas irá fazer-lhe falta ou terá algum valor material e para mais nada elas irão servir. Sendo assim, enquanto estiver por aqui encarnado, busque observar para o seu próprio bem presente e futuro:
– Amar a Deus sobre todas as coisas; ter fé inabalável em Sua justiça e misericórdia; preservar a pureza de sua alma e o respeito à essência do seu Espírito imortal, perdoar, e fazer o bem, praticar a caridade, ser solidário e bom, conhecer e evoluir sempre em direção da Luz. E, por fim:
– Imitar e aprender com o Cristo o tanto que você puder.

Boa Vontade:

Tendo um homem adquirido uma fazenda, encontrou-se, dias depois, com um de seus vizinhos:
– O senhor comprou esta propriedade? – perguntou-lhe o vizinho em tom quase agressivo.
– Comprei-a, sim, meu amigo!
– Pois sinto dizer-lhe que vai ter sérios aborrecimentos com as terras, comprou, também, uma questão nos tribunais.
– Como assim? Não compreendo!
– Vou explicar. Existe uma cerca, construída pelo proprietário anterior, fora da linha divisória. Não concordo com a posição dessa cerca. Desejo defender os meus direitos e vou demandar.
– Peço-lhe que não faça semelhante coisa – redarguiu o proprietário – Acredito na sua palavra. Se a cerca não está no lugar devido, iremos e consertaremos tudo de pleno acordo.
– O senhor está falando sério?
– É claro que estou!
– Pois, se é assim, – respondeu o reclamante – a cerca ficará como está. O senhor é um homem honrado e digno. Faço mais questão de sua amizade do que de todos os alqueires de terra.
E os dois vizinhos tornaram-se amigos inseparáveis e essa amizade foi de grande utilidade para ambos.

FONTE: Lendas do Céu e da Terra.
Malba Tahan.

 

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• A simpatia e a boa vontade repousam na mansidão, o que não se confunde com omissão ou covardia.

• Recebamos, sempre, com simpatia e boa vontade aqueles que se aproximam de nós.

• Não se enfade por bagatelas, nem tome por ofensa o que na realidade não o é.

• Perdoe as ofensas recebidas e não guarde rancor desnecessária e injustamente.

 

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