Direito e Justiça
qui, 25 de outubro de 2018 05:23
Diversidades:
- Se a esperança é a última que morre, já a confiança é sempre a primeira.
- Não deixe as pessoas colocarem você nas tempestades delas. Coloque-as na sua paz.
- Ame hoje. Perdoe hoje. Demonstre hoje. Não deixe nada para amanhã. Somos meros instantes e num instante nada somos.
- Há quem viva nesta vida poupando tudo que tem, preocupando-se somente em deixar casa, carro ou outro bem. Mas, eu lhe digo uma verdade: o bom mesmo é deixar saudade no coração de alguém.
- Não leve nada para o lado pessoal. Os outros nada fazem por sua causa. O que os outros falam e fazem é uma projeção da própria realidade deles, dos próprios sonhos. Quando você se tornar imune às opiniões e ações dos outros, não será mais vítima de sofrimentos desnecessários.
- Não confunda ter um diploma com ter educação. Diploma é um título; educação é um estilo de vida.
- O nosso País encontra-se inteiramente dividido, fraturado. A primeira tarefa — qualquer que seja o vencedor – deveria (ou deverá) ser a de propor e de conseguir a reconciliação nacional.
- Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos da América, orgulha-se e jacta-se de ser aquele que popularizou mundialmente, pela sua compulsiva tuitagem, a expressão fake news (notícias falsas). E nós, os brasileiros? Deveríamos nos orgulhar de sermos os maiores espalhadores e compartilhadores “dessas notícias”?
Um ladrão diferente e moderno:
(Reiterando DJ de 16.9.2003)
Essa deu na televisão e seria risível se não fosse trágico, mas, infelizmente, é mais uma dessas tantas coisas que só acontecem no Brasil.
Prenderam em flagrante delito um certo Manoel, empregado de uma empresa, proprietária ou transportadora de galinhas — isso mesmo, transportadora de galinhas! –; e o Manoel era o motorista de caminhão que levava as penosas.
Havia um porém: em todas as viagens, algumas galinhas sempre desapareciam misteriosamente, e, juntando-se todas as viagens, o prejuízo estava ficando grande. Colocaram vigilância na estrada e acabaram por descobrir que o “honesto Manoel” mantinha um automóvel em certo trecho do percurso, parava o caminhão, tirava galinhas e mandava as mesmas para sua própria casa…
Foi preso e acusado de “ladrão”, e pior ainda: ”ladrão de galinhas”…, o degrau mais baixo, “mais indigno”, da escala da ladroagem.
Portanto, não foi sem “alguma razão” que o Manoel revoltou-se, dizendo em alto e bom som:
– Isso eu não admito! Não sou ladrão, e muito menos ladrão de galinhas! O que eu fiz foi uma apropriação indébita …!
Temos que ser técnicos. Nada de passionalismos! Qual seria, na verdade, a situação jurídica do nosso esbravejante Manoel?
Dispõe o Código Penal Brasileiro:
FURTO:
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA:
Art. 168 – Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena: reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
CONCLUSÕES:
1ª) – As “nossas” galinhas, classificando-se como coisas alheias móveis (ou semoventes) podem constituir-se em objeto hábil dos crimes de furto e de apropriação indébita.
2ª) – O “nosso” Manoel, empregado ou preposto, motorista de caminhão e transportador, tinha, sem dúvida alguma, a detenção da res, ou seja, da coisa, as galinhas.
3ª) – No furto, é preciso subtrair-se coisa alheia móvel sobre a qual não se tem (ainda) nem a posse e nem a detenção. Tem-se que pegar, apanhar, tirar, pungar. Na apropriação indébita, a ação do agente torna-se mais fácil, visto que ele já tem a posse ou a detenção da coisa, não a devolvendo (no caso, não a entregando devidamente no seu destino) retendo-a, por qualquer motivo e contra a vontade (real ou presumida) do seu legítimo dono.
4ª) – Ladrão (ao menos vulgarmente ou na voz do povo) é aquele agente que pratica precipuamente o crime de furto. Quem retém ou desvia objetos alheios, dos quais tinha a posse ou a detenção, é um apropriador indébito.
5ª) – O receptador não é ladrão; o estelionatário também não é; na verdade, são bandidos de mais classe, mais chiques, mais inteligentes, mais técnicos, mas evoluídos, mais escorregadios, (geralmente) com maiores recursos econômico-financeiros, que ficam habitualmente impunes.
É lógico que se poderia também dizer, embora — aqui no Brasil isso não faça muita diferença — que são mais perigosos, mais nocivos, mais perniciosos à sociedade e que mereceriam uma PUNIÇÃO EXEMPLAR.
Afinal de contas, se não existisse, por exemplo, o receptador, não existiria o ladrão, ou, pelo menos, haveria menos ladrões. Acabariam, com certeza, os furtos de botijões de gás, de relógios, de toca-fitas, de CDs, de fios de cobre, de celulares, de bicicletas, e até de caminhões e de automóveis…
6ª) – Portanto, o Manoel — no meu entendimento técnico-jurídico e salvo um melhor juízo — tem inteira razão de indignar-se e de vociferar, não podendo mesmo ser chamado de LADRÃO. E, muito menos de LADRÃO DE GALINHAS!
– Manoel não é ladrão, e muito menos “ladrão de galinhas” Com certeza! Ele é, quando muito, “um apropriador indébito”.
– E, não sendo ladrão, muito menos “ladrão de galinhas”, Manoel não pode ser desmoralizado, achincalhado dessa maneira. O seu crime — ou ilícito penal — foi de mais classe, mais chique do que o de um reles ladrão. Só por isso, ele já faz por merecer o “nosso” respeito …
– Um aviso também deve ser feito aos incautos, pois quem chamar Manoel de “ladrão de galinhas”, ou simplesmente de ladrão, poderá vir a ser processado judicialmente e, possivelmente, ver-se-á condenado a pagar (pelo menos) uma razoável indenização por difamação contra a “sua honra”, ou mesmo por danos morais, ainda que seja uma “honra ou moral de apropriador indébito”…
ESTE É O BRASIL.
Como quer que seja e felizmente, o Manoel não reside pelos nossos lados tupiniquins, onde, aliás, não temos (muitos) ladrões de galinhas ou mesmo ladrõezinhos mais comuns baratos, pés-de-chinelo ou ralés. Pois, aqui é a “terra da honestidade”!
Temos, sim, que nos preocupar com coisas mais sérias, como receptadores e estelionatários, apropriadores indébitos, dilapidadores do patrimônio alheio, inclusive da coisa pública, lavadores de dinheiro e outros.
Ah, mas quem manda o povo dizer, como a querer desculpar:
– (É) A ocasião (que) faz o ladrão.
– Quem mandou colocar galinhas ao alcance do Manoel …?
Nenhum comentário
Últimas Notícias
- Tremor não impacta as barragens seg, 15 de dezembro de 2025
- CANTINHO DO MÁRIO – 13 DE DEZEMBRO dom, 14 de dezembro de 2025
- DA REDAÇÃO -13 DE DEZEMBRO dom, 14 de dezembro de 2025
- Motoristas da Saúde de Tupaciguara recebem treinamento abrangente focado em qualidade e ética dom, 14 de dezembro de 2025
- Polícia Rodoviária Federal e concessionárias seguem mobilizadas com passagem de super carga dom, 14 de dezembro de 2025
- Supercopa Panda Mito – São Bernardo dom, 14 de dezembro de 2025
- Série Bronze de Futsal LAFS – Elo Imports dom, 14 de dezembro de 2025
- Prefeitura de Romaria desenvolve programa especial de Natal com entrega de presentes dom, 14 de dezembro de 2025
- Projetos de Lei são aprovados em sessão extraordinária da Câmara dom, 14 de dezembro de 2025
- Polícia Militar de Meio Ambiente encerra atividades do Progea 2025 dom, 14 de dezembro de 2025
> > Veja mais notícias...
