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Trajetória e obras de Farnese de Andrade ganham exposição

qui, 11 de dezembro de 2014 00:10
Um conjunto de 60 obras pertencentes a coleções particulares
e dos herdeiros do artista araguarino fazem parte da mostra
Como forma de homenagear Farnese, sua obra segue em exposição até janeiro. Fotos: Denise Andrade
Como forma de homenagear Farnese, sua obra segue em exposição até janeiro. Fotos: Denise Andrade

 

DA REDAÇÃO – As obras do artista plástico Farnese de Andrade (1926-1996) seguem em exposição na Galeria Piccola I e II, em Brasília. A exposição “Farnese de Andrade – Arqueologia Existencial” apresenta um conjunto de quase 60 obras do artista, mapeadas ao longo das décadas de 1970 a 1990.

A mostra fica em cartaz até o dia 11 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 9 às 21h. Logo na abertura, os visitantes recebem informações para entender melhor as obras e conhecer um pouco mais do universo de Farnese. Muitos garantes: os trabalhos têm despertado atenção principalmente pelo estilo bizarro e grotesco.

Segundo o curador Marcus de Lontra Costa, o mérito da exposição, além de resgatar a obra e trajetória de um artista praticamente esquecido nas últimas décadas, está, justamente, nessa atração sensorial e interesse mórbido que os trabalhos do artista despertam nas pessoas.

“É natural que o público sensível e interessado em arte se deixe fascinar pela obra generosa e impactante de Farnese”, destaca o curador. “A vida, em especial quando abordamos questões da infância, da sexualidade, do espírito religioso e da loucura, pode ser bizarra e mesmo grotesca. Farnese desnuda essas questões e, muitas vezes, provoca o espectador para que veja a sua própria dor, o seu sorriso e a sua morte, sempre perpassado por uma enorme dose de talento e uma suave melancolia”, observa Marcus Costa.

No espaço, um conjunto de assemblages (processo de montar objetos superpostos dentro de caixas, oratórios ou planos bidimensionais), objetos e esculturas com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plástico, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros, estão dispostos em dois ambientes. No espaço, é possível ver esculturas em diversos materiais como em resina de poliéster, técnica na qual o artista foi pioneiro no Brasil.

Artista múltiplo, o araguarino Farnese de Andrade estudou pintura em Belo Horizonte com o mestre Alberto da Veiga nos anos 1940, mudando-se para o Rio de Janeiro no final da década, onde passou a trabalhar como ilustrador em jornais. Embora tenha recebido vários prêmios no Brasil e fora dele, gerando fascínio de críticos apreciadores de arte por todos os cantos, ele nunca chegou a ter reconhecimento público intenso.

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