Esquema de arremessos de drogas e celulares no presídio local era investigado desde o ano passado
Da Redação
Nos últimos meses o jornal Gazeta do Triângulo trouxe várias matérias sobre apreensões de substâncias entorpecentes, telefones celulares entre outros objetos na unidade prisional de Araguari. Os materiais ingressavam de várias maneiras, sendo uma delas através de lançamentos da parte externa. No período, alguns autores foram presos em flagrante.
De acordo com o delegado Felipe Oliveira Monteiro (4 DRPC), as investigações nesse sentido começaram em 2020 visando desarticular o esquema criminoso. Os indícios apontam que o chefe da quadrilha aliciava menores de idade para jogar os objetos ilícitos dentro daquele estabelecimento.
“Conforme apurado, esse investigado aliciava adolescentes para arremessar os entorpecentes, celulares e outros objetos. Ele poderá ser responsabilizado por tráfico de drogas, associação criminosa e corrupção de menores”, explicou o policial.
No começo dessa semana, a Polícia Civil em parceria com as polícias Militar e Penal desencadeou uma operação, chegando até o suposto líder da quadrilha.
Ele tem 19 anos e foi detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Foram presos outros dois investigados (24 e 26 anos), um por tráfico de entorpecentes e outro por tentativa de homicídio. As prisões ocorreram enquanto os policiais cumpriam mandados de busca e apreensão. Ao todo, as equipes percorreram 13 endereços relacionados com nove investigados alvos da operação.
Dentro do presídio, os policiais penais encontraram nove aparelhos celulares, além de baterias e carregadores. Nos demais imóveis, foram localizados uma arma de fogo, um simulacro, maconha e uma balança de precisão.
Dois adolescentes (14 e 17 anos) foram apreendidos em flagrante por ato infracional análogo ao tráfico de drogas, além da condução de outra pessoa que foi autuada por uso de drogas, sendo lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
2017
Há quatro anos a Polícia Civil de Araguari, em conjunto com a Secretaria de Estado de Administração Prisional – SEAP – desencadeou a operação “Rádio Pirata”. Segundo investigação, uma organização criminosa comandava de dentro do presídio atentados contra agentes prisionais.
Na época o delegado Felipe Oliveira afirmou que a quadrilha era encabeçada por quatro detentos, que planejavam e ordenavam os ataques através de telefones celulares, que estavam ingressando ilegalmente no interior do presídio através das marmitas fornecidas no local.
Ao todo, foram emitidos nove mandados de prisão e sete executados. Nas celas, foram encontrados 11 celulares, que eram utilizados pela facção criminosa.
“Nos celulares encontramos, inclusive, fotos das casas de outros agentes. Nossa Inteligência também descobriu que estava sendo arquitetado um ataque ao restaurante do presídio, com bombas e fogo”, afirmou o delegado naquela ocasião.
Após identificar a forma de entrada dos celulares no presídio, a administração do local tomou as devidas providências, inclusive com a transferência de três detentos para o Presídio Professor Jacy de Assis em Uberlândia.
Segundo o delegado, o nome da operação foi devido ao modus operandis da organização, que chama os telefones celulares de rádio, radinho.