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Saúde Alerta – Você precisa saber

qua, 15 de fevereiro de 2017 05:20

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Imagine que, do dia para a noite, seu filho (a) pega um virose e começa a piorar  dia a dia. A criança começa a achar impossível fazer as tarefas mais simples, como correr, pegar uma bola, segurar um lápis e às vezes até mesmo respirar.  Você corre para o pronto-socorro e nenhum diagnóstico é fechado!  Aí você vai para o segundo, terceiro, quarto hospital, passa por inúmeros médicos, até que internam seu pequeno na UTI.  De repente, seu filho (a) para de falar e de andar. Isso vem acontecendo e aumento no Brasil, inclusive em Araguari.

Para quem ainda não ouviu falar, essa doença tem sido manchete de vários jornais por conta da suposta ligação com o Zika Vírus . E essa pode ser a explicação para o aumento do número de pessoas no Brasil com a Síndrome de Guillain-Barré .
É uma doença rara, que afeta o sistema imunológico humano e nervos. É uma resposta exagerada do organismo que ataca a mielina, substância que protege as fibras do Sistema Nervoso. Ela danifica os nervos fora do cérebro e da medula espinhal. Quando seus nervos são saudáveis eles eficientemente transmitem mensagens do cérebro para várias partes do corpo. Mas se seus nervos foram danificados pela síndrome de Guillain Barré, as mensagens não podem ser transmitidas corretamente, e colocar muito simplesmente, seu corpo não funciona.

O que está causando Guillain-Barré é uma manifestação do próprio indivíduo na interação com algum microorganismo, sendo  um processo inflamatório com evolução rápida desencadeada após uma infecção bacteriana ou viral, como naqueles que resultam em diarreia ou dor de garganta, podendo afetar desde criança a adultos.
Durante estes tipos de infecções o organismo do paciente está trabalhando duro para combater o vírus ou infecção  e o seu  sistema imunológico pode estar fazendo um erro atacando células nervosas, ao invés do invasor. É desconhecido, no entanto, por que algumas pessoas se recuperam dessas doenças normalmente e outras pessoas, incluindo crianças, ir para obter essa rara síndrome.

Em geral a Síndrome acontece da seguinte maneira: quando uma pessoa está com uma infecção, produz anticorpos para atacar os vírus ou bactérias invasores. Entretanto, alguns desses microorganismos possuem substâncias semelhantes àquelas encontradas nos nossos nervos (mais precisamente à bainha de mielina, que reveste e protege as células nervosas). Assim, o próprio organismo, produzindo moléculas de defesa contra os patógenos, pode passar a atacar o revestimento dos neurônios (por isso a doença é considerada autoimune).

Os primeiros sintomas são percebidos nos membros inferiores, como fraqueza muscular e parestesias (que são sensações estranhas na pele, como formigamento, coceira, queimação, pressão). Na maioria dos casos, essas manifestações são sentidas em seguida nos membros superiores e depois espalhadas pelo corpo, por meio de dores neuropáticas (ou seja, associadas a doenças no sistema nervoso).

Esse ataque é tão forte que destrói toda a proteção dos nervos e, com isso, é bloqueada a passagem de estímulos aos nervos motores, que levam as informações do sistema nervoso até os músculos (justamente por isso os primeiros sintomas são fraqueza e parestesias, seguidos de paralisia muscular). Os sinais são progressivos e ocorrem rapidamente, geralmente em menos de uma semana.

Outros sintomas são queda ou aumento da pressão arterial, retenção urinária e constipação intestinal. Em quadros mais graves, os pacientes podem sentir ainda arritmias cardíacas e insuficiência respiratória, principais motivos que fazem a síndrome ser fatal (mas são raros os casos).

Se desconfiar da doença, a primeira medida é encaminhar o paciente ao neurologista. Se o diagnóstico for fechado, é hora de partir para o tratamento. É recomendado o tratamento com imunoglobulina intravenosa (ou seja, com injeções de outros anticorpos, para destruir os anticorpos produzidos pelo organismo e que estão atacando os nervos) durante no máximo dois dias, sendo que esse tratamento ainda não existe em Araguari, devendo ser encaminhado o mais rápido possível para Uberlândia.

Dado o início do tratamento, as duas primeiras semanas geralmente são marcadas por progressão da Síndrome, seguida de estabilização até, finalmente, a regressão. A recuperação pode levar semanas ou mesmo meses e, para recuperar todos os movimentos que foram comprometidos, a demora pode ser de um ano. Também é necessária a atuação de uma equipe multiprofissional para acompanhar o tratamento, estimular o paciente e mesmo ensiná-lo novamente coisas que ele sabia (escovar os dentes, pinçar o lápis para escrever etc.), mas que acabou perdendo por conta da síndrome.

O importante mesmo é prestar atenção aos sinais, especialmente queixas de dor (que são as manifestações mais comuns nos pequenos) e encaminhar logo o filhote ao médico.

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