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Projeto de Lei pede homenagem ao “Prefeito da Conciliação” e empresário Milton Lemos

ter, 1 de abril de 2014 00:46

ADRIANO SOUZA – O projeto de Lei 055, apresentado essa semana pelo vereador Carlos Machado (PDT) pede a denominação da Unidade Básica de Saúde (UBS) dos bairros Brasília e Fátima, de Milton Lemos da Silva. O autor da proposta lembrou que o empresário e ex-prefeito de Araguari, foi figura importante para o desenvolvimento do município, e principalmente pelos seus investimentos que, sem sombra de dúvidas, colocaram Araguari por muito tempo no mesmo nível das grandes capitais, em relação à tecnologia.

“Não estamos falando de um cidadão qualquer, e sim de um homem que acreditou na cidade, e aqui fez investimentos que trouxeram o desenvolvimento ao nosso município. Sua coragem como empresário foi o reconhecimento que o levou a ser escolhido por consenso pelas lideranças e entidades de classe para ser candidato único a prefeito em 1972. Diante disso, conseguiu recursos, e realizou a primeira revitalização nas vias da cidade. Essa simples homenagem é pequena diante de toda a sua história”, comentou o vereador.

Para contar um pouco dessa brilhante história, buscamos suporte em um texto publicado pelo saudoso companheiro Perón Erbetta, em 2006, em seu Blog Ponto de Vista.

Milton Lemos da Silva governou Araguari na gestão 1973/76. Foto: Divulgação

Milton Lemos da Silva governou Araguari na gestão 1973/76. Foto: Divulgação

Falecido aos 83 anos, no dia 28 de setembro de 2005, Milton Lemos da Silva, foi empresário no ramo cinematográfico de três grandes cinemas na cidade. O primeiro, o Cine Teatro Rex, década de 30, na praça Manoel Bonito. Centro de grandes atrações, pois além de cinema, era palco de shows artísticos. Grandes astros e estrelas por ele passaram. Palco de eventos, formaturas e outros acontecimentos. Era o ponto de encontro da família araguarina. Posteriormente, na década de 50, construiu o Cine Teatro Lux, na rua Marciano Santos, esquina com a Padre Lafaiete. Em seguida, na praça Getúlio Vargas, o Cine Olido. Década de 60. Mais uma casa de diversões, quando não existia a televisão em rede, estas casas cinematográficas funcionaram lotadas, toda semana, em especial aos sábados e domingos com programações duplas.

Milton Lemos também foi sócio e fundador da CTA – Cia. Telefônica Araguarina, ligando Araguari ao mundo. As instalações eram na rua Rio Branco, ao lado da agência dos Correios. Com o sucesso obtido, construiu novas instalações, na avenida Coronel Theodolino Pereira de Araújo, onde hoje funciona a Telemar. Em 1972, de forma inédita, Milton Lemos foi escolhido por todas as lideranças, entidades de classe, partidos políticos e segmentos da sociedade, que se uniram em torno do seu nome como candidato único para governar Araguari de 1972 a 1976, com o propósito de realizar uma administração voltada realmente para o desenvolvimento da terra, dentro de um regime ditatorial em que vivia o Brasil. Na ocasião, a procura era por um homem que não apresentasse nenhuma rejeição em qualquer segmento da sociedade, comercial, social, familiar, e, finalmente, politicamente falando.

Deste consenso político, saiu como candidato a vice-prefeito, o médico, Dr. Luiz Fernando de Belém Botelho. Em 31 de janeiro de 1973 eles tomaram posse de seus cargos. Milton Lemos da Silva, prefeito de Araguari. Dr. Luiz Fernando de Belém Botelho, vice-prefeito de nossa cidade. Em seu mandato, Milton Lemos da Silva, continuou a dar total e irrestrito apoio à diversificação agrícola, iniciada no mandato de seu antecessor, Dr. Milton de Lima Filho.

Milton Lemos da Silva teve seu mandato voltado mais para a urbanização da cidade, como asfalto, com mais de 300.000 metros lineares de ruas, tendo feito um acordo com a CEMIG – na época, Centrais Elétricas de Minas Gerais, obtendo como resultado a nova iluminação da cidade. Toda a área central, assim como os arrabaldes, os locais mais distantes, os bairros, tiveram suas iluminações aumentadas e substituídas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de vapor de mercúrio. As mesmas se encontram até os dias atuais, estando gradativamente sendo substituídas por mais modernas e de longa duração.

O projeto agora tramita no Legislativo até que seja aprovado pelos vereadores.

4 Comentários

  1. Maria Lucia Silva disse:

    Enquanto muitos se manifestam contra estes nomes da Ditadura em logradouros públicos,Araguari seguem na contramão incentivando e premiando quem foi privilegiado no regime mais atroz da história do Brasil!
    Por que não colocam o nome do Senhor Nefitali,que foi um senhor que muito ajudou pessoas na área da saúde em Araguari? Ou até mesmo outro que não foi da Direita torturadora?

  2. Vitor Jaques Mendes disse:

    Sra. Maria Lucia Silva, a Sra. demonstra que não leu ou não entendeu o texto do jornal. Demonstra total ignorância sobre a história de Araguari.
    Milton Lemos da Silva nunca apoiou o regime militar, pelo contrário, ele foi escolhido por todos os grupos políticos, inclusive o MDB. Era um democrata.
    Procure se informar melhor antes de acusações absurdas como essas.

  3. Maria Lucia Silva disse:

    Olha estude mais pois não existia oposição na ditadura. A oposição simplesmente morria,ou era exilada!Não queira defender o indefensável!
    Vergonhoso querer defender uma liberdade que simplesmente não existia! Nomes da ditadura devem serem lembrados somente na história das escolas e universidades para que ela não se repita nunca mais! Vergonha,vergonha,vergonha! Um logradouro público deve ter o nome de pessoas que sejam da saúde, que ajudem o povão,e seria muito triste isto ser levado adiante,como se os que defendem a volta da ditadura! Ou os senhores vão querer me fazer calar também?Parabéns ao jornal por publicar minha expressão de repúdio! Tantos nomes na cidade que lutam ao lado do povo,nesta saúde tão precária do nosso povo,e querem um que apoiou a Ditadura? Não me venha dizer que se ele se opusesse aos militares ele ia ter sido prefeito? Nunca, ele teria virado cadáver, isso sim,como tantos outros,ou torturado, ou exilado…

  4. Vitor Jaques Mendes disse:

    Apenas para esclarecer. O ex-prefeito Milton Lemos não apoiou o regime militar, ele não era um político, nunca foi, tanto que não seguiu carreira depois.
    Ele foi apoiado por todos justamente por isso: era um nome técnico. Não seria contestado pelos militares por não ter atuação política. Qualquer pessoa que vivenciou aquele momento pode te contar isso.
    Foi prefeito pela sua capacidade como empresário e administrou a cidade com sua experiência de gestor, e teve grande sucesso.
    Respeito sua opinião Maria Lúcia. Espero que você respeite a minha também, afinal isso é democracia, não é verdade?

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