Novo livro de Julio Monteiro reúne desenhos, pinturas e poemas sobre o cerrado
qua, 3 de dezembro de 2014 01:02TALITA GONÇALVES – É impossível descrever o trabalho do artista plástico araguarino Julio Monteiro sem mencionar sua paixão pelo cerrado. A paisagem da região, sua grande musa inspiradora desde a infância em Anápolis. “Memórias Fotográficas, Desenhísticas e Poéticas de sua Excelência o Cerrado” será lançado na próxima quarta-feira, 10, no Conservatório Estadual de Música e Centro Interescolar de Artes Raul Belém, ocasião em que serão expostos 25 trabalhos do autor, entre óleos e aquarelas, além de instalações em homenagem a Farnese de Andrade.
O livro, espécie de catálogo que mescla informação e arte, reúne 104 espécies do cerrado com flores, frutos, troncos, informações populares e científicas, poemas, ilustrados por fotografias, desenhos e pinturas. Para o autor, o novo trabalho é uma forma de defender a riqueza desse bioma e despertar nas pessoas a sensibilidade e esse senso de proteção.
“O cerrado é minha igreja, meu deus. É nele que eu me realizo como pessoa e como artista, mantendo esse diálogo com a natureza. Faz parte da minha história,” disse ele durante entrevista à Gazeta do Triângulo.
A iniciativa recebeu o incentivo da Faec – Fundação Araguarina de Educação e Cultura através do PMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura. Foram dois anos de pesquisa para a elaboração do livro, mas o conteúdo é formado por materiais que o artista guardava há décadas. Paralelo a isso, Julio Monteiro também ministrou oficinas de arte na Comunidade Terapêutica Pró Vida e no Educandário Lar da Criança.
Uma das recordações marcantes para Monteiro foi o encontro com Farnese de Andrade, artista araguarino de renome nacional e internacional (1926-1996), em 1991. Na época, Julio realizou uma exposição no Rio de Janeiro, visitada por Farnese, que mais tarde o receberia em sua residência.
Em homenagem ao conterrâneo mundialmente reconhecido por suas instalações, Julio Monteiro irá expor oito trabalhos com técnicas semelhantes. “Assim como ele aproveitava materiais de antiquários ou que eram considerados lixo, uso gamelas e matérias primas do cerrado, transformando-as em uma obra visual e palpável. Algumas das madeiras que uso são centenárias, esculturas esculpidas pelo tempo,” concluiu Julio Monteiro.
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