Da Redação

A quantidade de animais silvestres no perímetro urbano tem surpreendido a população. O aumento foi registrado principalmente nos últimos dois meses, sendo que os animais encontrados na maioria das vezes são serpentes, ouriços, gambás, capivaras e outros. De acordo a assessoria de comunicação da 2ª Companhia de Bombeiros Militar, foram registradas em 2018 aproximadamente 489 ocorrências relacionadas à estas capturas. No período de janeiro a setembro de 2019 foram 363.

Uma possível explicação para o aumento dessas capturas é o desarranjo no habitat natural

Para a cabo Adriana Cristina Campos de Souza, uma possível explicação para o aumento dessas capturas é o desarranjo no habitat natural, desmatamento e pela destruição do habitat natural desses animais. “Não só o desmatamento; outra possibilidade é que, principalmente a cobra, seja trazida de uma zona rural, escondida dentro do motor do carro.”

Entre as ocorrências de serpentes registradas nos últimos dias, a equipe foi acionada para fazer a captura de uma cobra que estava na garagem de uma residência na rua Walter Santiago, bairro Santiago. Rapidamente, o animal foi retirado do local. Na rua Curitiba, bairro Millenium, com a chegada dos militares foi verificado que uma cobra da espécie cipó estava na área de serviço da residência. Duas cobras da mesma espécie foram encontradas também em moradias na rua Amélia Brandão de Morais, bairro Maria Eugênia e na rua Paracatu, bairro Brasília.

Além disso, as equipes estiveram na rua Bernardo Sayão, bairro Brasília após receberem a informação de que uma cobra teria sido vista no quintal de uma residência. A ação para a retirada do animal foi acompanhada por vizinhos que receberam orientações sobre os cuidados em se tratando de um animal peçonhento. Outras cinco ocorrências aconteceram nos últimos dias. Entre os atendimentos está uma captura no bairro Novo Horizonte. No local, as equipes avistaram a serpente da espécie cascavel no meio da rua e, utilizando técnicas e equipamentos adequados, conseguiram capturar o animal que corria o risco de ser atropelado.

Também em uma residência na rua Samuel Santos, na residência central da cidade, os militares atenderam a uma ocorrência e capturaram uma jiboia que estava no quintal de uma corretora de seguros, além disso, no banheiro de uma casa na avenida Minas Gerais, no bairro Rosário, foi encontrado um filhote de cobra coral. Esse tipo de ocorrência tem se tornado cada vez mais comum. No bairro Jardim Interlagos 3 por exemplo, foi capturada uma cobra caninana que estava em um ralo de escoamento de água. Os moradores somente se tranquilizaram com a chegada da equipe de militares.

Um caso parecido aconteceu ainda na rua Paulino Abdala, Bosque, onde o solicitante informou que uma cobra havia sido vista por ele em baixo de seu veículo, entretanto, ao tentar retira-la teria entrado em um cano de esgoto. Assim, os militares realizaram buscas pelo quintal do imóvel, mas nada foi encontrado durante a ação. Conforme informações da guarnição, todas as serpentes foram remanejadas para o habitat natural. A 2ª Companhia também continua promovendo a captura de capivaras como aconteceu na rua dos Guatambus, bairro São Sebastião.

O animal teria entrado na residência para fugir de cães que o perseguiam. No bairro Amorim, um ouriço também foi encontrado em um estabelecimento comercial e na rua Coronel José Ferreira Alves, moradores localizaram um filhote de gambá em uma piscina desativada. Ainda segundo ressaltou a militar, na época de calor, são mais comuns relatos sobre o aparecimento de cobras na cidade e no interior. A temperatura externa é essencial para as atividades desses animais, pois assim elas voltam para suas rotinas normais, depois de algumas semanas ou meses em forma de hibernação, saindo em busca de comida e parceiros para reprodução.

Diante disso, os munícipes precisam tomar certos cuidados, pois, animais podem machucar quem tentar capturar os mesmos. Nestes casos a orientação é solicitar o auxílio do Corpo de Bombeiros (193) ou da Polícia Militar de Meio Ambiente (190), uma vez que eles encaminham o bicho para o local adequado. “Cada animal tem uma forma correta de captura. Se não tiver a técnica, a pessoa pode ser ferida. Sem contar que o animal pode ser peçonhento”, ressaltou a militar. Quando acuados, os bichos tendem a se defender atacando.