Ponte dos Espiões

 

Um filme dirigido por Steven Spielberg e que tem como roteiristas os irmãos Coen cria expectativas independente do tema, que neste caso também é um atrativo. Baseado em fatos reais, retrata a “Guerra Fria”: no ano de 1957, um advogado (Tom Hanks) aceita defender nos tribunais um espião que trabalhava para os soviéticos e foi capturado em solo americano. Humanista, ele paga o preço de se tornar persona non grata em seu próprio país para garantir que o homem tenha direito de defesa.

Diante das habilidades expostas pelo advogado, ele é chamado para negociar a liberdade de um piloto e de um estudante em troca do espião soviético, em uma missão secreta. Se publicamente ele é uma figura odiada pela nação, anonimamente ele irá ao lado “vermelho” do globo para salvar vidas de seus compatriotas.

Mas não é bem assim. À primeira vista, tinha tudo para dar certo, mas o resultado é enfadonho. A começar pela direção de Spielberg, que às vezes pesa a mão nas doses de drama. Em vários momentos é possível perceber nos diálogos as sacadas espertas dos irmãos Cohen soarem fracas por conta da atuação e do jeito como o filme é conduzido. A fotografia é bem previsível.

O espectador não consegue criar empatia com as motivações do advogado, que fica sem palavras até com os argumentos do seu filho de 6 anos, literalmente. Nada de novo é apresentado em torno do tema, não há problematizações. Um filme fraco e que não deveria estar concorrendo ao Oscar. Seria um contraponto a “Trumbo”? Para quem ainda duvida, “Ponte dos Espiões” mostra que a justiça e a democracia, ainda que falhos, só existem do lado de cá da Cortina de Ferro.

O Quarto de Jack

 

Joy, sequestrada aos 17 anos, vive em um quarto com seu filho Jack, de 5, que foi fruto do relacionamento com o sequestrador. O menino não conhece o mundo exterior e se recursa a acreditar inicialmente quando sua mãe lhe conta que há várias coisas lá fora que ele precisa conhecer. O “Quarto de Jack” é baseado no livro “Room”, de Emma Donoghue. Chega aos cinemas do Brasil no dia 18 de fevereiro de 2016.

O Critics’ Choice Awards 2016 premiou Brie Larson como melhor atriz de filme, que também levou a estatueta do Globo de Ouro e, portanto, chega forte ao Oscar 2016. O ator mirim Jacob Tremblay, 9, levou da crítica o prêmio de melhor ator jovem e tem sido a sensação do momento pelo desempenho que demonstrou ao dar vida a Jack.