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Justiça condena 14 por envolvimento com o tráfico de drogas, mas nove ganham liberdade

qua, 12 de março de 2014 00:00
Delegados César Augusto Monteiro Alves Júnior e Rodrigo Luis Fiorindo Faria durante coletiva sobre a operação. Foto: Arquivo

Delegados César Augusto Monteiro Alves Júnior e Rodrigo Luis Fiorindo Faria durante coletiva sobre a operação. Foto: Arquivo

DA REDAÇÃO – Em novembro de 2012, uma grande operação abalou as estruturas do tráfico de drogas em Araguari. Mais de dez pessoas foram presas pela Polícia Civil, que também apreendeu substâncias entorpecentes, dinheiro, munição e materiais utilizados no comércio desse produto ilícito.

Um ano e quatro meses após os fatos, a Justiça de Araguari apresentou a sua resposta, condenando quatro pelo crime de tráfico de drogas e dez por associação para a prática do crime de tráfico. Houve uma absolvição.

A sentença foi proferida nesta semana pelo juiz Everton Roncoleta, titular da Vara Criminal da Comarca. Confira abaixo:

Absolvidos do tráfico de drogas: Daniel Emídio de Sousa Filho (Zazá), Tardeli da Silva Marsal, Renato Dias (Renatão do Mauá) Mauro Fernandes dos Reis (Maurão da Lagoa), Ana Paula da Silva (Paula), Paola Luana Garcia Vieira, Denartis Alves Pedroso, Fábio Dias Ferreira Júnior (Mãozinha), Edna Fernandes Muniz e André Rodrigues da Silva.

“Nenhuma quantidade de droga, por menor que seja, foi encontrada em poder dos acusados, nem em suas residências ou próximo delas, e não há provas capazes de provar a prática do crime de tráfico de drogas. Assim, não podem ser condenados com fundamentos apenas nas notícias de que se dedicavam ao comércio de substâncias psicotrópicas”, justificou o magistrado sobre a acusação contra os réus.

Absolvida da prática do crime de associação para o tráfico de substâncias entorpecentes: Ana Paula da Silva (Paula).

“A debilidade das provas desautoriza a condenação e o desencontro das informações prestadas sustentando versões discrepantes já é sério indicativo de ausência das condições objetivas para justificar o crime de associação para o tráfico de drogas”, colocou Everton Roncoleta, sobre a absolvição de Ana Paula. “No processo criminal vigora o princípio segundo o qual, para alicerçar um decreto condenatório, a prova deve ser clara, positiva e indiscutível, não bastando possibilidade acerca do delito e da autoria”, acrescentou.

Condenados por tráfico de drogas: Valdir Mariano Borges, 8 anos de reclusão; Derik Humberto Cunha, 9 anos e 4 meses de reclusão; Aparecida de Fátima Silveira e Silva (Branca) e Diniz Fernando de Lima Souza (Gago), 10 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, todos em regime inicialmente fechado e sem o direito de recorrer da sentença em liberdade.

“Muito embora os acusados tenham negado a autoria delitiva, as demais provas coligidas nos autos são uníssonas em apontá-los como autores do tráfico”, ressaltou o juiz a respeito dos condenados nesse delito.

Condenados pela associação para a prática do crime de tráfico: Renato Dias, 4 anos e 1 mês de reclusão,  regime semiaberto; Daniel Emídio de Sousa Filho, Tardeli da Silva Marsal,  Mauro Fernandes dos Reis, Paola Luana Garcia Vieira, Denartis Alves Pedroso, José Rodrigues Neves (JR), Fábio Dias Ferreira Júnior, Edna Fernandes Muniz e André Rodrigues da Silva, 3 anos e 6 meses de reclusão,  todos no regime aberto.

Ainda conforme a sentença, José Rodrigues Neves conseguiu a desclassificação do crime de tráfico para crime do artigo 28 da Lei de Drogas, condenado a prestação de serviços à comunidade por sete meses.

Segundo apurou a reportagem, além de Ana Paula, tentaram a absolvição: Mauro Fernandes, André Rodrigues, Derik Humberto, Diniz Fernando, Daniel Filho, Edna Fernandes, Tardeli Marsal, Denartis Alves e Valdir Mariano, alegando insuficiência de provas.
O processo foi desmembrado em relação aos réus Fábio Fernandes Marsal Júnior e Dalmo Donizete Dias, tendo em vista que foram citados por edital e não apresentaram defesa preliminar.

O CASO

Na madrugada de 13 de novembro de 2012, a Polícia Civil em Araguari, com apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário, desencadeou a Operação Amsterdã, depois de seis meses de investigações, inclusive com interceptações telefônicas, objetivando coibir o tráfico de entorpecentes no município. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária. Na oportunidade, 12 pessoas foram encaminhadas à DRPC.

Segundo o delegado Rodrigo Luís Fiorindo Faria, que comandou os trabalhos, a ação foi nomeada de Amsterdã em alusão ao poder aquisitivo de alguns envolvidos. “A possibilidade de aquisição os favorece, porque gera um ganho alto para aqueles que conseguem movimentar vasta quantidade de entorpecentes”, declarou na época.

Ao todo, foram apreendidos na operação aproximadamente um quilo de substâncias entorpecentes (maconha, cocaína e crack), balanças de precisão, uma munição calibre 32 intacta, cerca de 3 mil reais em dinheiro e cheques, nos bairros Novo Horizonte, Flamboyants, Goiás, Brasília e Maria Eugênia.

Foram presos Daniel, Renato, Diniz, Mauro, Tardeli, Ana Paula, Valdir, Aparecida, Paola, Denartis, Derik e José. Um menor foi apreendido.

Renato Dias (Renatão do Mauá) possuía quatro mandados de prisão em aberto. Ele foi capturado no interior de São Paulo.

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