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IBGE contesta cálculos sobre número de habitantes divulgados pelo Legislativo

sáb, 23 de fevereiro de 2019 05:41

por Mel Soares

Nas últimas semanas, a mesa diretora da Câmara Municipal tem trabalhado junto a Comarca de Araguari com o intuito de averiguar a possibilidade de Araguari possuir, pelo menos, 130 mil habitantes. A atividade foi motivada após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais afirmar que um dos pré-requisitos para a Comarca de Araguari – Fórum Dr. “Osvaldo Pieruccetti”, se transformar em entrância especial seria apresentar população igual ou superior a este número.

Nessa terça-feira, 19, o presidente do Legislativo, Wesley Lucas de Mendonça (PPS) divulgou dados coletados junto aos representantes do Cartório Eleitoral, Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e SAE (Superintendência de Água e Esgoto) com o intuito de realizar pesquisa extraoficial e solicitar pesquisa de órgão competente tendo em vista que a estimativa de número de habitantes na cidade é de pouco mais de 116 mil.

IBGE prevê estimativa de, no máximo, 120 mil habitantes para o próximo censo

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Conforme dados da Cemig, Araguari possui 52.689 ligações de energia elétrica sendo 44.257 em residências e as demais, em indústrias; comércios e área rural. Os cálculos da SAE apontam que são 44.290 contas cadastradas, e levando em conta que existam três moradores em cada residência, a soma ultrapassa 132 mil habitantes.

Informações também foram divulgadas por meio da 16ª Zona Eleitoral que possui 96.407 cadastrados sendo 4.865 residentes em Indianópolis.

Sobre os dados, a coordenadora de área Roosemary de Cáritas Azevedo de Souza, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), procurou a reportagem para responder sobre a contestação da Câmara Municipal acerca da estimativa do IBGE.

Conforme esclarecimentos repassados, diferente dos exemplos demonstrados pela SAE, Cartório Eleitoral e Cemig, o IBGE não utiliza informações de registros administrativos no cálculo de estimativas das populações municipais. “Esses registros não foram criados para o uso estatístico e sim para controle e gestão de políticas, desta forma, para que possam ser utilizados com finalidade estatística, especificamente como referência para avaliar a evolução populacional, é necessário: avaliar a qualidade dos cadastros por meio da crítica e consistência dos dados, avaliar o grau de cobertura desses registros e, por fim, proceder a harmonização dos conceitos utilizados visando o uso desses dados em modelos estatísticos específicos para se estimar populações de pequenas áreas”, explica.

A metodologia utilizada se baseia em modelo matemático, que tem como principais insumos as populações municipais levantadas nos dois últimos censos e a projeção da área maior onde, uma vez que foram iniciados os preparativos para o Censo Demográfico, se encontram os municípios.  O novo recenseamento está programado para ocorrer em 2020, sendo que foram iniciados os preparativos para o Censo. A estimativa não deve ultrapassar 120 mil habitantes, adiantou a coordenadora.

Um dado importante é que estudantes que retornam às suas famílias em períodos inferiores a 12 meses e trabalhadores que mantém suas famílias em outros municípios, mesmo estando em domicílios situados em Araguari, não são contados como moradores da cidade e, sim, dos municípios onde residem suas famílias. “Considerando os domicílios de uso ocasional (que são também comuns em áreas rurais), há também domicílios vagos, estabelecimentos e outros em que há ligações da SAE e Cemig e não há moradores residentes a serem recenseados nestes locais além de ser totalmente equivocado realizar um cálculo de estimativa considerando três habitantes por imóvel (sem fundamento estatístico) e multiplicá-lo pelo total de cadastros de ligações de energia e água”, argumenta.

Por fim, a coordenadora de área ressalta que o IBGE é um órgão ético de Estado a serviço da sociedade. “Inclusive reconhecido nacional e internacionalmente, que segue os Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais, garantindo a integridade das estatísticas oficiais, a confiança pública e assegura a credibilidade perante a sociedade e para os governos em qualquer esfera. Além disso segue padrões metodológicos internacionais em suas pesquisas”, considerou.

3 Comentários

  1. Anônimo disse:

    Eu acho que esse órgão não conta as pessoas direito. A única vez que lembro que vieram em minha casa foi em 1990, depois nunca mais vieram. Eles devem basear mais ou menos em alguma coisa. Como eles sabem que o número de habitantes é esse se eles não visitam as casas de ninguém. Pra fazer uma contagem certa eles teriam que contar a população de bairro por bairro. Só se é pra não contratar pessoas pra fazer o serviço ou esconder da cidade o verdadeiro número pra não ter que repassar muito dinheiro. É um órgão ético, então manda contar as pessoas direito que muitas pessoas pretendem entrar.

  2. Janis Peters Grants disse:

    Prezada Mel Soares,

    O que não é a natureza … investir em POSTOS DE TRABALHO para fixar no Município os jovens que tem que migrar em busca de oportunidades, nem pensar, né ?!

    ( Aqui, sob o meu teto, somos TRÊS AUSENTES !!! )

    Se brincar, ainda colocarão em prática algum tipo de “INCENTIVO AO INCREMENTO DA TAXA DE NATALIDADE”, para aumentar o número efetivo de habitantes, e atender tal objetivo …

    Outro questionamento… Sei !!! Link IBGE abaixo:

    (…)
    Em 2016, o salário médio mensal era de 2.1 salários mínimos.
    (…)

    – É sério isso ?!

    https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/araguari/panorama

    Atenciosamente,
    Janis Peters Grants.

  3. Bope disse:

    Não o requisito que eles usa não mas já uns 15 anos que não vejo esse pessoal passar de casa em casa. “Realmente essa contagem deles e uma furada”

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