Da Redação

Em Araguari, os trabalhadores não quiseram falar sobre a continuação ou não da greve

Servidores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A mobilização da categoria completou 71 dias nesta quarta-feira, dia 16. Desde o início da paralisação, a categoria reclama que nenhuma proposta concreta foi apresentada para atender a pauta de reivindicações.

A greve continua em todo o Estado, e servidores grevistas foram ameaçados de não receberem seus salários em janeiro de 2016 (Foto/Fonte: Sindicato dos Servidores do Ministério Público – Sindsemp-Mg)

Não foram divulgados quantos servidores permanecem em greve em Araguari, mas a adesão ao movimento vem diminuindo gradualmente e poucos profissionais demonstram apoio à paralisação.  Conforme apurou a reportagem, a unidade do Ministério Público mantém atendimento normal, principalmente nas promotorias de trabalho indispensável e urgente, conforme exigido em lei.

Em algumas cidades próximas, o atendimento à população está reduzido a 30%, desde o dia 5 de outubro. A greve é considerada a mais longa da história, entretanto, a Procuradoria Geral de Justiça ainda não tomou nenhum posicionamento no intuito de encerrar a paralisação. “Não tivemos alternativa, senão continuar em greve frente ao desrespeito com nossa classe,” ressaltou Eduardo Maia, coordenador do Sindicato dos Servidores do Ministério Público (Sindsemp-Mg).

Atualmente, segundo informações do Sindicato, aproximadamente 60%, dos três mil servidores de todo o estado, estão parados esperando pela reposição inflacionária dos seus vencimentos, conforme data-base prevista constitucionalmente; jornada adequada de trabalho; plano de saúde para o trabalhador do MPMG; e por maior diálogo com a Administração Superior.

Para dar continuidade na mobilização, um ato público foi promovido na tarde desta quarta-feira, 16, em frente ao Tribunal de Justiça – TJMG. O evento aconteceu antes da Audiência de Julgamento do Mandado de Segurança Coletivo contra o corte de ponto dos servidores grevistas, ameaçados de não receberem seus salários em janeiro de 2016. Também foram promovidas manifestações espontâneas nas comarcas e regional.

Mobilizações

Cerca de 350 servidores do Ministério Público de Minas Gerais, da Capital e do Interior, foram às ruas de Belo Horizonte na ultima quinta-feira, dia 10, em protesto ao não cumprimento do Procurador-Geral de Justiça em atender os direitos constitucionais dos servidores, como o pagamento da Data-Base. Com apitos, buzinas, cartazes e camisetas pretas com os dizeres “A injustiça é que desagrega”, muitas famílias compareceram. As mobilizações contaram com participação dos servidores não só de Belo Horizonte, mas de várias comarcas do interior do Estado.