Após oito meses, serviço segue rumo indefinido em Araguari

DA REDAÇÃO – “Eu tinha 15 anos quando utilizei o transporte pela primeira vez. Estou com mais de 70 e o serviço ainda enfrenta dificuldades. Recentemente, fui diagnosticado com problemas de saúde e não pude comparecer a nenhuma consulta médica marcada”, José Rosa da Silva.

O relato que inaugura a reportagem é datado de 15 de novembro de 2013, após sete dias sem transporte coletivo pelas ruas de Araguari. Morador do bairro Fátima, José Rosa explanava seu alívio com a volta do serviço, além de depositar a confiança em uma nova realidade no município.

Naquela época, o governo municipal havia firmado um contrato emergencial de 90 dias com a empresa Sertran – Sertãozinho Transportes e Serviços Ltda. O acordo seria estabelecido até que uma responsável definitiva assumisse o serviço.

Oito meses depois, a nova empresa segue indefinida. Marcada para esta quinta-feira, 24, a licitação acabou suspensa pelo governo municipal. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, Bruno Ribeiro Ramos, presidente da Comissão Permanente de Licitações, explicou a situação.

“A impugnação foi entregue de uma forma tempestiva por uma das empresas que iria participar da licitação. Como o prazo era pequeno para analisar a causa, o secretário de Trânsito e Transportes decidiu suspender a licitação para analisar o motivo da impugnação em relação ao termo de referência. Trata-se de alguns subitens que precisam ser corrigidos. É importante ressaltar que o processo não foi cancelado. O procedimento continua o mesmo. Serão feitas adequações e um novo prazo será definido”, afirmou.

Em Araguari, nove ônibus circulam pelo município, sendo dois pelos distritos e sete na zona urbana. Recentemente, chegou-se a estudar a proposta para a conquista de outro veículo destinado a uma mesma linha, a fim de liberar ainda mais o fluxo e diminuir a espera dos usuários. Ainda assim, a ideia foi sacramentada.

Prorrogado, o contrato emergencial termina no próximo dia 12 de agosto. Para o secretário de Trânsito e Transportes, Wanderley Barroso de Faria, as propostas para a licitação deveriam ser avaliadas de acordo com a realidade do município.

“O que houve foi um pedido de impugnação da empresa, que pediu mais esclarecimentos sobre alguns pontos do processo. No meu entender, o Termo de Referência, que elabora tudo que será exigido na licitação, foi planejado com proporções fora da realidade de Araguari. Temos que ver primeiramente a demanda de passageiros, pois poucas empresas teriam interesse em trabalhar com 19 veículos pela cidade”, explanou.