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Gaeco desencadeia Operação “Mercúrio” em dez estados brasileiros

sex, 30 de agosto de 2019 05:01

por Laura Alvarenga

Operação em combate ao roubo de cargas, agiotagem e lavagem de dinheiro, também cumpre mandados em Araguari

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou mais uma operação na manhã desta quinta-feira, 29. A Operação “Mercúrio”, cujo nome segundo o Ministério Público, advém da mitologia romana, sendo o sujeito um mensageiro, Deus dos transportes, da venda, do comércio, do lucro e dos ladrões, teve por objetivo combater uma quadrilha especializada em roubo e receptação de caminhões e cargas, agiotagem e lavagem de dinheiro.

R$ 8 milhões em carros importados foram apreendidos em Uberlândia

R$ 8 milhões em carros importados foram apreendidos em Uberlândia

 

Iniciada a cerca de dez meses a partir das operações Catira e Fideliza, realizadas em 2015 pela Polícia Federal, e que, também resultaram em outras operações do Ministério Público Estadual (MPE), a operação “Mercúrio” comandada pelo Gaeco, recebe o apoio da Polícia Militar  e da Secretaria de Administração Prisional (Seap).

Foram cumpridos mais de 200 mandados judiciais nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Pará, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Santa Catarina. Destes, 93 mandados são de prisão, sendo 45 de prisão preventiva e 48 de prisão temporária, além de outros 120 de busca e apreensão.

No estado de Minas Gerais, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e outros 20 de prisão temporária nas cidades de Araguari, Uberlândia, Patrocínio, Iraí de Minas e Santa Juliana. Além do decreto de prisão dos investigados nesta primeira fase da operação, a 4ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia determinou o bloqueio de R$ 40 milhões nas contas dos alvos e apreensão de mais de 200 veículos. Segundo o Gaeco, a chefia da organização se encontrava nos municípios de Uberlândia e Goiânia, sendo os responsáveis por movimentarem a quantia citada.

Em Araguari, a operação cumpriu aproximadamente dez mandados de prisão e busca e apreensão pelos bairros Bosque, Fátima, Rosário, Millenium, Sibipiruna e Goiás. Durante a abordagem foram apreendidos diversos objetos como: celulares, veículos, tablet, hd externo, folhas de cheques e documentos pessoais em nome dos investigados. Apenas um dos suspeitos notificados por mandado de prisão não foi encontrado no momento da abordagem.

No município de Uberlândia, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em uma loja de veículos localizada na avenida João Naves de Ávila, usada especialmente para a lavagem de dinheiro arrecadado com a venda de mercadorias roubadas pela quadrilha. Após o Ministério Público (MP), lacrar o local, foram apreendidos R$ 8 milhões em carros importados.

De acordo com o promotor de Justiça Fabrício José da Fonseca Pinto, o valor movimentado pela quadrilha pode ultrapassar o anunciado, diante da quantidade de veículos e objetos apreendidos. “Há uma infinidade de provas e produtos que devem ser avaliados para chegar ao valor real de desvio dessa organização criminosa”.

O promotor Adriano Bozola informou que as buscas são realizadas tanto nas residências quanto nos estabelecimentos dos investigados, para apenas depois, os documentos serem estudados. “Vamos fazer uma análise profunda do material apreendido e tomaremos as medidas cabíveis posteriormente”. A quadrilha também falsificava notas fiscais, tornando essencial a participação da Receita Estadual e da Polícia Civil de Goiás.

“A investigação nos levou a descobrir que os carros que foram apreendidos aqui hoje são usados para branquear as origens ilícitas dos valores adquiridos com a venda das cargas”, ressaltou Adriano Bozola.

No estado de Goiás, as ações foram executadas em Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Gouvelândia, Inhumas, Itumbiara, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Silvânia, Trindade e Vianópolis. Alguns mandados também foram cumpridos em Taipas do Tocantins (TO), Várzea Grande (MT), Londrina (PR), Olinda (PE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Chapecó (SC) e Franca (SP).

A operação também conta com o apoio do Grupo Especial do Patrimônio Público (GEPP) em Belo Horizonte, da Polícia Militar (PM) dos estados de Minas Gerais e Goiás, Polícia Civil (PC) de Goiás e Administração Penitenciária de Minas Gerais (Suape).

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