Estoque de combustível pode ser comprometido devido à greve dos caminhoneiros
qui, 24 de maio de 2018 05:14por Tatiana Oliveira
Além dos postos, são afetados diversos setores como empresas de logística e frigoríficos
Desde segunda-feira, 21, os caminhoneiros de todo o país estão parados em manifestação contra o alto preço do diesel, o que prejudica diretamente os transportadores de carga. “A nossa exigência é que abaixe o preço do diesel e que o frete seja tabelado também de acordo com o dólar, pois fora do período de safra ele cai pela metade. Se continuar desse jeito, não teremos como abastecer com óleo diesel; imaginem trocar um pneu, cujo valor é mais de mil reais?”, coloca o caminhoneiro Wesley Rodovalho.
De acordo com a MGO Rodovias a manifestação ocorre em dois pontos da rodovia. “Temos paralisação no km 36 em Araguari, na região dos viadutos de acesso à cidade. Lá, eles estão desviando o tráfego de caminhões no sentido norte, na marginal. Na parte superior dos viadutos estão passando normalmente os veículos de passeio e ônibus. No km 85 em Uberlândia, na altura de um posto de combustíveis, nas pistas norte e sul, também estão parando os caminhões e carretas. A princípio a informação que temos é que a manifestação vai continuar, pois são vários manifestantes, vários caminhões”, afirma Sérgio Lucas, assessor de comunicação da concessionária.
No quilômetro 36 os caminhoneiros estão abordando os companheiros de classe para juntarem-se à greve. “A manifestação em si é a união dos caminhoneiros. A barreira funciona assim: caminhão vai parar, para ajudar a gente aqui. Carro pequeno, oxigênio que vai para hospital, medicamento, carga viva, está liberado para passar”, relata Rodovalho.
Carlos Eduardo faz transporte de veículos e está abrigado em um posto de combustível próximo à barreira do km 36 desde segunda-feira. Segundo ele, ainda não há previsão de quando sairá de lá. “A empresa nos pediu para não arriscarmos; parar em um lugar seguro e ficar até segunda ordem. Estou aqui há três dias, desde segunda-feira. Vim de São Bernardo e vou em Catalão e Brasília ainda. O principal problema é o preço do diesel, que está sem condições”, conta à Gazeta do Triângulo. No posto de gasolina em que Carlos Eduardo está abrigado, encontram-se mais de 80 caminhões estacionados devido à greve.
Os caminhoneiros protestam contra a disparada do valor do diesel que faz parte da política de preços da Petrobras, em vigor desde julho de 2017. Entretanto, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira que o preço do diesel deve cair 1,54% nas refinarias. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas acumula alta de cerca de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pode faltar combustível
Na cidade o reflexo é direto. Os postos de combustível alertam que o estoque deve durar apenas até amanhã, 25. “Fizemos um estoque e, provavelmente, até hoje ou sexta-feira vamos ter combustível. Se não voltar ao normal, ficaremos sem”, afirma a gerente de um posto de combustível da cidade, Paola Alves Ferreira Machado. Ela ressalta que o estabelecimento é a favor da manifestação. “Nós estamos apoiando, porque vai ser melhor para os consumidores e para nós também. Estamos oferecendo lanche todo fim de tarde para os manifestantes”, conta.
Frigorífico paralisa atividades
O frigorífico Mataboi, assim como outras empresas de logística da cidade, teve que paralisar a operação. O expediente foi encerrado ontem, 23, a tarde e até o fechamento da edição não tivemos informações sobre o retorno das atividades do frigorífico. “O Mataboi foi avisado. Por duas vezes seus caminhões passaram por aqui; mas fomos até lá e agora eles dispensaram os funcionários”, disse Rodovalho. Segundo o caminhoneiro as cargas vivas estão passando pelas barreiras de todo o país, mas o transporte de carnes que sai do frigorífico não será liberado.
Correios paralisam entrega de correspondência
Os veículos também estão acumulados nas entradas da cidade e marginais das rodovias. A paralisação afeta 23 estados brasileiros e o Distrito Federal. Os Correios suspenderam entregas agendadas do Sedex em todo o país. A recomendação das empresas é que os caminhoneiros encontrem um lugar seguro para estacionarem o veículo e aguardem segunda ordem.
Os Correios suspenderam temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Em comunicado, a estatal informou ainda que a paralisação também tem gerado “forte impacto” e atrasos nas operações da empresa em todo o país.
Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços SEDEX e PAC, bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve.
A empresa entrega, mensalmente, cerca de meio bilhão de objetos postais, dentre eles, 25 milhões de encomendas. São mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas que circulam pelo país de norte a sul. Os Correios estão acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população.
Hortifrúti
A Gazeta teve informações sobre possível comprometimento no abastecimento de hortifrúti na região, porém o Ceasa não quis dar informações à imprensa. “A CeasaMinas não irá se pronunciar a respeito da paralisação dos caminhoneiros”, disseram em nota oficial.
VLI trabalha com estoque
A VLI enviou um comunicado à Reportagem a respeito das consequências da greve no município. “A VLI, empresa que administra o Terminal Integrador de Araguari, informa que trechos rodoviários até à unidade estão bloqueados por manifestantes. O terminal opera com estoque”.
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