Em alusão ao Dia da Mulher, a bombeira Adriana Campos conta os desafios da profissão
Da Redação
O Dia Internacional da Mulher é uma comemoração alusiva à luta das mulheres, através de manifestações, greves, comitês, etc. Essa mobilização política, ao longo do século XX, deu importância para o 8 de março como um momento de reflexão e de luta. A construção dessa data está relacionada a uma sucessão de acontecimentos.
A primeira história muito conhecida narra que, em 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio ocorrido nas instalações de uma fábrica têxtil na cidade de Nova York. Supostamente, esse incêndio teria sido intencional, causado pelo dono da fábrica, como forma de repressão extrema às greves e
motins das operárias, por isso teria trancado suas funcionárias na fábrica e ateado fogo nelas.
Existe, porém, outra história que remonta a um incêndio que aconteceu em Nova York, no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, sendo a maioria dos mortos judeus. Essa história é considerada um dos marcos para o estabelecimento do Dia das Mulheres.
Os motivos desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à composição do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande quantidade de tecido presente no local, o que serviu de combustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e greves. No momento em que a Triangle pegou fogo, as portas estavam trancadas.
Não se sabe ao certo qual dessas histórias é verdadeira, se ambas são ou se todas são apenas hipóteses, o que importa é que a comemoração do Dia Internacional da Mulher é muito justa, perante tudo que elas representaram e representam para a sociedade.
Sabendo da luta das mulheres pelos seus direitos e espaço, de modo especial no mercado de trabalho, ontem, 7, a reportagem da Gazeta conversou com a sargento Adriana Campos, da 2ª Companhia de Bombeiros Militar, para saber sobre os desafios e responsabilidades da profissão. “Sou bombeira militar há 22 anos. Fiz parte da primeira turma de bombeiras femininas a ser formada em Uberlândia. Foi uma grande
luta ser aceita entre os bombeiros masculinos, pois, até então, não havia mulheres trabalhando lado a lado no serviço operacional. Foi desafiador provar que as mulheres desempenham tão bem o serviço de bombeiro militar, quanto os homens. A minha turma, formada em 2002, abriu caminho para as meninas que estão se formando atualmente”, disse.
Ainda, conforme Adriana Campos, também é desafiador enfrentar a jornada dupla, tripla, que toda mulher enfrenta. “Sou bombeira, mãe, avó, filha e dona de casa. Não é fácil, mas é possível. A principal responsabilidade, ou melhor dizendo, o compromisso do bombeiro militar é salvar vidas. Não apenas vidas em perigo, por conta de acidentes ou incêndios. Há também os dias de salvamentos menores, mas não menos importantes: são as crianças que visitam o quartel em busca de um sonho, são as visitas que fazemos às escolas e instituições, são os animais em perigo que resgatamos, é o trabalho de prevenção que executamos. Sou muito grata por ter vivido tantos desafios; é isso que faz de mim a mulher que sou hoje”, finalizou.
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