Da Redação

Estoque de combustível volta ao habitual na cidade

Depois de onze dias de greve, a paralisação dos caminhoneiros afetou o país como um todo. O abastecimento de combustível, gás de cozinha e itens de supermercado foi comprometido e deve levar um tempo para normalizar, mesmo com o retorno das atividades.

Os combustíveis estão sendo entregues aos poucos na cidade, desde segunda-feira, 28, quando um dos postos trouxe um caminhão tanque carregado para suprir necessidades do setor de Segurança Pública de Araguari. Depois disso outros postos começaram a ser abastecidos aos poucos, causando filas quilométricas e transtornos para quem precisava trabalhar.

 

Ontem, 1º, o cenário era diferente, mas ainda com pequenas filas em alguns locais. “Acho que é porque a população tem medo de acabar de novo. A entrega está normal desde o feriado”, coloca Marco Aurélio, gerente de posto. O receio é resultado de rumores de que, após uma manifestação dos caminhoneiros em Brasília nesse domingo, 3, possa voltar a paralização.

Mesmo com o longo tempo sem fornecimento de combustível, que comprometeu os postos desde o dia 23, o preço mantém-se. “A gasolina está R$ 4,75, o etanol R$ 2,95 e o diesel R$ 3,79. São os mesmos preços praticados antes da greve, pois ainda não abaixou o valor da distribuidora, então não é possível a redução refletir nas bombas”, explica Marco Aurélio.

Em relação ao gás de cozinha, poucos depósitos começaram a receber o produto e a procura está alta. “Um dos depósitos recebeu o produto no feriado mesmo e na sexta-feira não tinha mais nada”, afirma o diretor de Fiscalização do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor – Procon, Cláudio Rodrigues. “Outros depósitos anunciam que receberão uma carga, mas estão distribuindo senhas”, relata

Os supermercados que tem costume de revender o produto alegam não ter recebido mais estoque desde o início da greve. Conforme apurado pela reportagem, os distribuidores de gás estão vendendo o produto apenas na porta do estabelecimento e não estão realizando entregas.

 

Na próxima semana a expectativa é de que cheguem produtos em todos os estabelecimentos da cidade. “Se não acontecer nada em dez dias vai normalizar”, coloca o diretor do Procon.

Consumidor deve ficar de olho

A orientação é para que os consumidores fiquem atentos durante e após a greve dos caminhoneiros, pois, com a diminuição da oferta de produtos os preços podem variar. “O consumidor vai se dirigir a qualquer estabelecimento e, ele achar o preço abusivo, precisa pegar a nota fiscal e entrar com uma ação no Procon”, coloca o diretor de Fiscalização do Procon, Cláudio Rodrigues.

Após entrar com ação no Procon, o processo é encaminhado para o Ministério Público, o qual está apto a praticar multas. O órgão volta a atendimento na segunda-feira das 12 às 18h.

A Recomendação Ministerial 002/2018, do Ministério Público de Minas Gerais alerta sobre o crime contra a economia popular, no caso de provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício e a detenção é entre 2 a 10 anos e multa. Sob pena de reclusão entre 2 a 5 anos e multa, o empresário fica proibido de obter ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.

As decisões são válidas para quaisquer produtos e as denúncias devem ser encaminhadas ao Procon ou ao Ministério Público de Minas Gerais.