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Direito e Justiça

qui, 12 de setembro de 2019 05:54

Abertura-direito-e-justica

                        Dois Irmãos:

Dois irmãos trabalhavam juntos na fazenda da família. Um deles era casado e tinha uma grande família. O outro era solteiro. No fim do dia, os irmãos repartiam igualmente o produto e os lucros.

Um dia, o irmão solteiro pensou: -“Não é certo repartir igualmente o produto e os lucros. Sou sozinho, minhas necessidades são menores”. Daí por diante, toda noite, ele pegava um saco de grãos de seu celeiro, atravessava sorrateiramente o campo entre as duas casas e deixava o saco no celeiro do irmão casado.

Enquanto isso, o irmão casado havia pensado: -“Não é certo repartir igualmente o produto e os lucros, afinal, sou casado, tenho mulher e filhos para me ajudar nos anos que virão. Meu irmão não tem ninguém para cuidar dele no futuro”. Daí por diante, toda noite, ele pegava um saco de grãos e levava para o celeiro do irmão solteiro.

Durante muitos anos, os dois não entendiam como seus estoques de grãos permaneciam iguais. Até uma noite escura, em que os dois irmãos esbarraram um no outro atravessando o campo. Largaram os sacos caídos no chão e se abraçaram.

FONTE:         Autor desconhecido.

Você Não Está Só – Livro II, págs. 59/60.

Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Patty Hansen.

 

O preço da fumaça

 

Há muitos séculos o camelo é chamado pelos árabes de “navio do deserto” e com toda razão; todavia, isso é outra estória.

Em um ponto central de uma das inúmeras rotas comerciais terrestres existentes no Crescente Fértil, precisamente entre as cidades de Basra, ao Sul, e de Bagdá, ao Norte (elas ficam no atual Iraque, país devastado pela guerra e ocupado militarmente, mas isso também é outra estória) havia um caravançará, que é, segundo o Dicionário Aurélio, o “palácio das caravanas”, um grande abrigo no Oriente Médio, para hospedagem gratuita de caravanas e que, de ordinário, constava de quatro pavilhões em volta de um pátio, onde se encontravam caravaneiros vindos de diversos pontos.

Pois, bem! Pelo início da noite, em um dos cantos do imenso pátio, sobre um fogo aceso, fumegava um grande caldeirão de sopa, cuja fumaça cheirosa e azulada encapava-se pelas frestas da enorme tampa.

O pobre Salim, cameleiro de uma daquelas tantas caravanas, tirou do seu bornal um pedaço de pão duro e seco, aproximou-se do caldeirão e pôs-se a passá-lo através dos halos da fumaça, como que a pretender melhorar ou suavizar-lhe o insosso sabor, impregnando-o com um pouco do cheiro daquela sopa.

Neste momento, foi que ele ouviu bradarem ao seu lado:

– Miserável! Ladrão! Que Alá, bendito seja o Todo-Poderoso, te castigue, ó cão! Fartas a minha fumaça. Prendam-no.

Era Mustafá, um dos mais ricos chefes de caravanas de Basra, que assim vociferava. Salim foi cercado e rudemente seguro por dois ou três homens, sendo levado à presença de um velho Cádi (juiz entre os muçulmanos) que vinha da capital Bagdá e gozava de um imenso prestígio no país, possuindo, portanto, autoridade moral, para falar e decidir em nome do próprio Califa.

Disse o Cádi para Salim:

– Reconheces que tiraste do teu bornal este pedaço de pão duro e seco e que o puseste na fumaça que saia do caldeirão de sopa pertencente a Mustafá?

– Sim, Excelência, reconheço –, respondeu Salim, alquebrando-se respeitoso e temeroso, um tanto cônscio de sua própria culpa.

– E você, ó Mustafá —  prosseguiu o judicioso Cádi  –, desejas ser pago na exata quantidade, qualidade e valor da tua fumaça que foi apropriada indevidamente por Salim?

– Certamente que sim, Excelência –, disse o cúpido e avaro caravaneiro, já antevendo a sua vitória naquele caso –, pois que esse estouvado cameleiro apropriou-se do que legitimamente me pertence, ainda que a minha preciosa fumaça estivesse a esvair-se pelo ar.

O douto Juiz ordenou, então, a Salim, que tomasse numa de suas mãos o seu pequenino saco de moedas, o qual tinha preso em seu cinto,  e que o sacudisse bem, de forma alta e forte, fazendo com que as parcas e ínfimas moedas de cobre, existentes no seu interior, tilintassem bem alto.

Salim fez exatamente o que lhe fora ordenado e as suas míseras moedas de cobre tilintaram fortemente, podendo todos os presentes àquele insólito julgamento ouvi-las em alto e bom som.

Disse o Cádi:

– E tu, ó Mustafá, ouviste bem o tilintar sonoro das moedas de Salim?

– Sim, Excelência, eu ouvi muito bem.

 

– Tens certeza disso, ó Mustafá? Pensa muito bem no que vais me dizer, pois desta tua resposta irá depender a sorte deste teu caso com Salim.

– Por Alá, Excelência, bendito seja o nome do Altíssimo, ouvi bem o tilintar das moedas, pois não sou surdo.

Ante uma afirmativa tão peremptória, sentenciou o Cádi:

– Em nome de Alá, Eterno, Justo e Misericordioso, porque Ele é nosso Deus e Maomé é o seu maior Profeta, e por delegação do nosso glorioso Califa, Harrum Al Rashid, a quem represento, e uma vez que ouviste bem o tilintar das moedas de Salim, eu te digo, ó Mustafá, que tu estás inteiramente pago e que nada mais poderás reclamar de Salim pelo uso que ele fez da tua “preciosa” fumaça. Todas estas pessoas que nos rodeiam testemunharam comigo que tu disseste ter ouvido bem o tilintar das moedas, quando agitadas por Salim.

E finalizou:

E, aprende, ó Mustafá, para todo o resto da tua desprezível vida, que todo aquele que se arvora no direito de cobrar de seu semelhante pelo uso do cheiro de uma fumaça, que se esvai de um caldeirão a cozinhar uma sopa, deve contentar-se em ver-se inteiramente pago pelo tilintar de moedas que sai de dentro de um saco. Repito, estás pago, ó Mustafá. Vai-te, pois, e sem demora, deste lugar.

 

FONTE:         Extraído do livro “Lendas do Céu e da Terra.

De Malba Tahan.

 

ESMOLAS = BOAS OBRAS

 

  • Palavras de Jesus.

 

Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus.

Quando, pois, deres esmolas, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens.

Em verdade vos digo que receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Mateus , 6, i a 4.

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