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Debate em Uberlândia reúne grandes nomes do futebol

qui, 29 de maio de 2014 00:58
Especialistas, personalidades e estudantes disseminaram o espírito esportivo. Foto: Divulgação

Especialistas, personalidades e estudantes disseminaram o espírito esportivo. Foto: Divulgação

P.J. GODOY – De um lado, um ídolo das quadras, do outro, o melhor jogador do mundo. Entre eles, um goleiro digno de Copa. Na noite desta terça-feira, 27, grandes nomes do esporte se reuniram em Uberlândia, a fim de debater acerca da realidade atual no Brasil.

O encontro foi protagonizado junto a especialistas e estudantes de jornalismo e educação física, no núcleo jurídico do Centro Universitário do Triângulo (Unitri). Durante pouco mais de duas horas, resgates do passado e os desafios do presente se misturaram aos questionamentos dos alunos para o futuro.

Eleito o melhor jogador do mundo no futebol de salão, Neto atribuiu os principais obstáculos à falta de incentivo e aos problemas nas confederações que regem o esporte. Nascido em Uberlândia e idealizador de uma escolinha de futsal, ele explica a decisão de alguns jogadores em abdicar de vestir a camisa da seleção.

“Parece que ainda vivemos um coronelismo. A Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) foi fundada em 1979 e desde então possui o mesmo presidente. Depois da conquista do último mundial, trocaram toda a comissão técnica e boicotaram a convocação de pessoas que reivindicavam melhorias. Por isso, alguns jogadores como o Falcão e eu decidimos aposentar a camisa do time. Felizmente, recebemos o apoio de grandes personalidades, como do deputado federal Romário (PSB)”, disse.

Aos 32 anos, Neto espera por uma realidade diferente também em sua cidade natal. Para ele, apesar do avanço de grandes modalidades como vôlei e basquete, a difusão de outros segmentos ainda é carente no município.

“Acredito que a falta de incentivo barra outras modalidades de se propagarem. Não temos a tão sonhada equipe de futsal e os trabalhos com a base e renovação de atletas não têm continuidade. É uma frustração muito grande, mas ainda acredito que um dia teremos pessoas que irão crescer e permanecer na cidade”, completou.

Campeão mundial pela seleção brasileira de futsal em 2008, o ex-jogador Lenísio indica um caminho para que um novo panorama seja estabelecido. Cursando educação física em Uberlândia, ele destaca o aprendizado conquistado até então.

“Precisamos olhar o passado para entender o presente. Os problemas no calendário e na falta de oportunidades atingem a maioria das modalidades, principalmente no futebol e futsal, onde os pequenos clubes ficam mais da metade do ano sem atividade. Acredito que a maior solução para isso está na educação. Com a Copa do Mundo, perdemos a oportunidade de reverter aspectos fundamentais para avançar nessas questões”, disse.

COPA DO MUNDO

Goleiro convocado pela seleção brasileira na Copa de 1974, Renato Valle transmitiu um pouco da sua experiência com a competição. Para ele, que soma passagens por clubes como Uberlândia, Atlético Mineiro, Flamengo e Fluminense, as manifestações e o envolvimento político não devem interferir dentro de campo no mundial do Brasil.

“Em 1974, fomos surpreendidos por uma filosofia diferente que era a da Holanda. Apesar da ditadura, tínhamos um grupo muito fechado, que não sofreu influência do regime. Este ano, as perspectivas são as melhores, muito pelo conhecimento entre as seleções. Esperamos apenas que os protestos não sejam confundidos com selvageria e baderna”, concluiu. Após o debate, os participantes receberam uma homenagem dos organizadores.

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