Da Redação

Os casos de dengue em Araguari tiveram uma queda significativa nas últimas semanas, apesar de o município figurar entre os 64 das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, que permanecem com incidência muito alta de dengue, uma vez que os casos prováveis (suspeitos e confirmados) chegam à 2.149. A informação foi confirmada pelo departamento de Controle de Doenças e Zoonoses. O comparativo dos números recebidos pelo município mostra que em média, 500 casos foram registrados na 14ª semana epidemiológica, passando para 100 na 21ª semana.

 

“Ao analisar os dados observamos que a queda nos casos pode chegar a 90%. Conforme nossos registros, entre os meses de janeiro e junho, foram 1.798 casos positivos para dengue na cidade. Esses dados podem mudar, pois, houve atrasos na verificação de casos por parte da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que deverá disponibilizar outras informações aos municípios mineiros nas próximas semanas,” explicou o coordenador do Departamento, Guilherme Borges Pereira de Carvalho, que assumiu o setor na primeira semana do mês de abril.

Para ele, a redução se deu por meio de vários fatores, entre eles, a intensificação do trabalho na cidade, por meio do planejamento efetivo de ações, além dos mutirões de limpeza, o investimento em ações de combate e a participação da população no combate ao mosquito transmissor da doença.

“Nesse ano tivemos um período que acionou um sinal de alerta; os dados que tivemos nos últimos meses nos preocuparam, assim, quando iniciei na coordenação do Departamento buscamos realizar várias ações de combate ao mosquito com apoio da secretaria de Saúde. Mas reafirmo que o apoio da população continua sendo muito importante. Peço que continuem cuidando de suas casas e os números irão mostrar como essa união pode fazer a diferença no município.”

Vale ressaltar que os agentes continuam fazendo visitas domiciliares com a prática da pulverização intradomiciliar – o chamado aero system. A técnica semelhante o famoso ‘fumacê’, consiste em aplicar um produto químico no interior das residências com o objetivo de matar o Aedes Aegypti e qualquer outro inseto ali presente, evitando a proliferação do mosquito.

Contudo, para que a prática possa ser realizada com eficiência, é necessário que os moradores permaneçam no exterior da residência por no mínimo 30 minutos. Durante as visitações, as pessoas também estão sendo orientadas por meio do trabalho de educação em saúde, sobre os pontos de atenção para os possíveis focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.

Segundo o coordenador, o trabalho é realizado por toda a equipe de campo que é deslocada para localidades específicas que estão sendo determinadas de acordo com os índices de notificações das doenças causadas pelo mosquito. Além de preparar o imóvel para receber o método, a iniciativa também tem o objetivo de conscientizar os moradores. Durante a ação também são recolhidos os materiais que possam ser criadouros para focos de dengue.

Em todo o Estado, a dengue continua avançando. Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde na última segunda-feira, 3, o número de casos prováveis de dengue chega a 372 mil. A média é de 2.416,5 registros por dia.  Em uma semana, o aumento foi de aproximadamente 9%. Diante disso, até o dia 30 deste mês, os municípios com alta incidência irão contar com incentivo financeiro complementar, por meio de resolução específica. Para isso, serão verificados os próximos boletins epidemiológicos de monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. Os valores serão repassados em parcela única pelo Fundo Estadual de Saúde, para o Fundo Municipal de Saúde, variando entre R$ 20 mil a R$ 400 mil de acordo com a população de cada município.