Combatendo as drogas – A defesa contra elas faz-se pelo seu conhecimento
qui, 28 de agosto de 2014 10:04Nelson Del Pogetto matou-se aos 19 anos, deixando um bilhete de despedida para a família:
“ – Amei muito vocês e vou tranquilo. Isso vai ser um alívio.”
Tão jovem, ele sabia o que era sofrer. Desde os 12 anos, envolvido com o mundo das drogas, passou da maconha e do álcool para a cocaína e dela para o crack.
“- Eu sentia um cheiro de morte no ar” — lembra a Advogada paulista, Nina Del Pogetto, mãe de Nelsinho. Internado duas vezes, o rapaz voltou a fumar o cachimbinho de crack pouco tempo depois de receber alta.
Na última vez, a mãe hospitalizada, ele não compareceu como havia combinado. Preocupada, ela telefonou para o celular. Deu caixa postal. Nina gelou. Sabia que era mais uma recaída.
No dia seguinte, o menino apareceu em casa e ligou para a mãe. Estava deprimido e contou que vendera o celular para comprar a droga.
“- Tudo bem, filho.” Nada estava bem. Nelson foi ao banheiro, tomou banho, escreveu o bilhete e deu um tiro na cabeça.
·Nina Del Pogetto, mãe de Nelson Del Pogetto, viciado em maconha, cocaína e crack, que se suicidou aos 19 anos de idade. REVISTA VEJA, Ed. nº 1548, 17.05.1998.
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DEPOIMENTO II
Seu primeiro contato com drogas foi no começo de 1991. Logo depois de acabar o namoro, ela procurou alívio através de tragadas num cigarro de maconha, presente de um conhecido de Olinda.
Só descobrimos seu envolvimento por acaso. Ela estava faltando às aulas na escola, sempre tinha os olhos vermelhos e o andar cambaleante.
Quando a pressionei, ela revelou tudo, inclusive o uso esporádico de cocaína. Deu um tempo na droga, mas duas semanas depois chegou em casa do mesmo jeito.
Eu e meu irmão decidimos contar ao meu pai, que exigiu dela uma lista dos seus colegas usuários e dos fornecedores. Catharina não queria, mas acabou entregando todos. Chegou a sugerir que gostaria de morar com meu pai em nosso sítio no interior, e tudo parecia resolvido.
Fomos embora e Catharina ficou sozinha, com a chave da gaveta onde meu pai guardava um revólver. Meia hora depois escreveu uma carta e ligou para casa se despedindo da empregada, que chegou a ouvir o disparo. Deu um tiro na cabeça.
Na carta, acusou meu irmão e a mim por sua morte e pediu apenas para que cuidássemos dos seus cachorros, que adorava.
Foi um trauma muito grande que demorou a ser superado. Logo depois, meus pais se separaram, fui morar sozinha e só agora minha mãe consegue falar dela sem chorar.
Quando acontece uma tragédia dessas, ou a família se une ou se afasta. Com a minha aconteceu a Segunda hipótese.
·Ana Cláudia Nogueira, irmã da estudante pernambucana Ana Catharina. REVISTA VEJA, Ed. nº 1548, 17.05.1998.
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* Rogério Fernal:
Juiz de Direito aposentado. Ex-Professor Universítário de Direito, Advogado militante, Mestre Maçom, conferencista e articulista.
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