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Bosque John Kennedy: secretária de Meio Ambiente esclarece pontos a respeito da queda de árvores

sex, 22 de novembro de 2024 08:04

Da Redação

 

Durante o período de chuvas, é comum observar a queda de árvores antigas, especialmente em áreas densamente arborizadas, como bosques. Esse fenômeno ocorre devido a uma combinação de fatores naturais que afetam a estabilidade das árvores. Quando chove, o solo se torna saturado de água, o que reduz sua capacidade de sustentação. O solo encharcado não consegue mais segurar firmemente as raízes das árvores, tornando-as mais vulneráveis ao deslizamento. Esse enfraquecimento da base da árvore é um dos principais motivos para que as árvores mais velhas, cujas raízes podem já estar

desgastadas com o tempo, percam a estabilidade e acabem caindo.

Além disso, a estrutura das árvores antigas, com troncos e galhos mais pesados, também se torna um fator de risco. A água acumulada nos galhos e folhas aumenta o peso da árvore, o que pode sobrecarregar ainda mais o seu sistema de raízes, que já está comprometido. Os ventos fortes, comuns durante as tempestades de chuva, também são um agravante, pois podem derrubar árvores cujas raízes estão fracas ou parcialmente danificadas. Em áreas como os bosques, onde a competição por espaço e recursos é intensa, o efeito cumulativo de várias árvores pesadas pode tornar o ambiente ainda mais propenso a quedas, especialmente quando o solo não está mais firme o suficiente para sustentar todas elas.

Ontem, 21, a reportagem da Gazeta conversou com a secretária de Meio Ambiente, Karla Fernandes para que ela pudesse esclarecer alguns pontos sobre as árvores do bosque John Kennedy. Segundo a secretária, o bosque é monitorado semanalmente pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, por meio de uma avaliação de risco de queda visual, na qual é possível identificar as árvores que apresentam comprometimento em seu estado fitossanitário.

“Como responsável pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, é importante esclarecer que as árvores, assim como todos os seres vivos, possuem um ciclo de vida. Muitas chegam ao fim desse ciclo naturalmente e morrem, e, infelizmente, não há muito o que fazer

quando isso acontece. A grande maioria das árvores no nosso parque não apresenta comprometimento fitossanitário, mas, devido aos ventos fortes, especialmente nos corredores centrais, podem cair. Esses ventos dificultam a estabilidade das árvores, comprometendo a copa e, por consequência, causando rachaduras no caule, quebra de galhos e, em casos de solo encharcado, a perda de estabilidade total, resultando na queda com raízes”, disse Karla Fernandes.

Ainda, conforme a chefe da pasta do Meio Ambiente, existem poucas árvores com comprometimento fitossanitário. “Quando detectadas pela nossa equipe, elas passam por uma análise técnica e, com o parecer favorável, são encaminhadas para o CODEMA para aprovação da remoção. Após essa deliberação, encaminhamos a autorização de corte ao Corpo de Bombeiros para a execução da supressão. Os maiores impactos que vemos estão relacionados às condições climáticas extremas, como chuvas fortes e ventos, que podem derrubar galhos inteiros ou até árvores saudáveis. Vale destacar que o bosque é uma floresta, e a estabilidade das árvores depende umas das outras. Elas se apoiam mutuamente, e o contato das copas facilita o equilíbrio. Por isso, as árvores mais afetadas geralmente estão localizadas nas bordas ou nos corredores da mata. Infelizmente, não podemos evitar que essas quedas ocorram, pois são causadas por fatores climáticos que estão além do nosso controle. O mesmo se aplica às árvores em declínio ou com problemas fitossanitários. O que podemos controlar é a gestão das árvores que estão em condições inadequadas. As mudanças climáticas têm

trazido condições cada vez mais extremas ao redor do mundo, criando desafios para a nossa sobrevivência e para a preservação da vida em nosso planeta”, salientou.

Por fim, Karla Fernandes esclareceu que, o plano de manejo do bosque realizou o levantamento de todas as árvores com risco de queda, considerando diferentes níveis de risco. Contudo, o número identificado no levantamento é elevado, com quase 200 árvores que precisariam ser cortadas, o que, se feito de forma integral, comprometeria todo o ecossistema, gerando impactos difíceis de serem mensurados. Por isso, desde a publicação do plano, é necessário um monitoramento contínuo, permitindo que a remoção seja feita gradualmente, conforme o grau de risco, a fim de evitar impactos maiores, conforme estipulado no Programa de Manejo e Conservação da Biodiversidade. O plano de manejo prevê monitoramento semestral, mas a Secretaria Municipal de Meio Ambiente optou por realizar o monitoramento semanal.

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