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Aproama aguarda criação de lei para castração de animais

sex, 5 de setembro de 2014 02:10
Descontrole pelas ruas do município se torna questão de saúde pública
Pesquisa revela que metade dos animais da cidade vive nas ruas. Foto: Divulgação

Pesquisa revela que metade dos animais da cidade vive nas ruas. Foto: Divulgação

P.J. GODOY – Uma situação ganhando proporções alarmantes. A cada esquina, encontrar um ou mais animais abandonados se tornou comum entre as pessoas que circulam pelas ruas de Araguari. Diante disso, a Associação de Proteção dos Animais e Meio Ambiente (Aproama) aguarda por uma iniciativa que há quatro meses perdura como promessa junto ao Executivo.

Em maio deste ano, um projeto apresentado na Câmara Municipal colocava em discussão a criação de um programa para a castração de animais. A proposta, elaborada pelo vereador Levi Siqueira (PMDB), partiu de uma preocupação dividida com a Aproama sobre o controle nas ruas e em animais sob a guarda de famílias sem condições de custear o tratamento.

Quatro meses depois, o projeto segue sem um retorno por parte da prefeitura. Para o proponente da iniciativa, existem diversas alternativas que podem fazê-la se tornar realidade. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, ele explicou a situação.

“Apresentei o projeto para a criação do programa de castração, voltado principalmente a animais de rua e àqueles que estão sob a guarda de moradores de baixa renda, uma vez que se trata de um tratamento caro. No entanto, a proposta geraria uma despesa que naquele momento o município não poderia se comprometer. Por isso, encaminhei um antiprojeto ao prefeito, que garantiu analisar e repassar ao Legislativo. Existem inúmeras formas de concretizar a proposta. Uma delas é abrir convênios com clínicas veterinárias que admitem condições de oferecer o serviço”, explanou.

De acordo com a Aproama, Araguari detém aproximadamente cinco mil animais entre cães e gatos. Ainda assim, metade deste número vive nas ruas, com um aumento considerável a cada mês. Para o presidente da associação, Roberto Paganini, trata-se de uma questão de saúde pública.

“Precisamos de uma providência urgente. Seguindo a legislação federal, todos os animais são de tutela do Estado, que dentro do município é representado pela prefeitura. Por isso, é do Executivo a responsabilidade de controlar a situação, mas o prefeito alega falta de dinheiro. O programa de castração envolve uma questão de saúde pública, uma vez que aqueles que não são vacinados podem colocar em risco a vida das pessoas”, manifestou.

PROMESSAS

Conforme apurou a reportagem, uma reunião definida para a próxima semana promete discutir as promessas proferidas pelo governo municipal à Aproama. Entre os assuntos a serem debatidos, está a subvenção destinada a associação, que apesar de se tornar de utilidade pública, não recebe os recursos.

“O prefeito disse que não iria repassar a subvenção por orientação da Promotoria de Justiça por se tratar do período de eleição. A questão é que sem o apoio temos muita dificuldade em manter os trabalhos. A verba seria destinada para toda a demanda da associação. Os diretores chegam a tirar dinheiro do próprio bolso para pagar o tratamento dos cachorros. Certa vez, tivemos que desembolsar R$ 1.500,00 para cuidar de um animal que foi atropelado”, relatou.

Apesar das dificuldades, Roberto Paganini enalteceu a nova realidade do canil municipal, que detém medicamentos e todas as condições de segurança e saúde aos animais. Segundo ele, no próprio local existe espaço suficiente para que se crie uma sala de cirurgia destinada à castração.

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