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Sistema renal (Parte II)

sex, 18 de abril de 2014 00:20

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Sistema renal (Parte I) – Clique aqui para ler

10-Esse número de sessões semanais não restringe muito a vida pessoal?
A pessoa faz diálise enquanto espera por um transplante de rins. Nesse período, tem que abrir mão de algumas coisas. Entretanto, é possível conciliar uma série de atividades com o tratamento, fazendo as sessões bem cedo ou muito tarde.

Em relação às viagens, hoje existem centros de hemodiálise em qualquer lugar. Existem em navios e em hotéis. Há até um guia de turismo com diálise, indicando os lugares do mundo em que o serviço está à disposição. No Brasil, há uma rede assistida pela Previdência Social a serviço dos pacientes. Hoje existe a diálise em trânsito, para aquele paciente que quer viajar. O centro da cidade de origem avisa com antecedência o centro da cidade a que a pessoa se dirige e, havendo vaga disponível, ela pode viajar, pois estará garantida a continuidade do tratamento por conta da Previdência Social.

11-Como é feita a diálise peritoneal?
A Diálise Peritoneal é o procedimento que é executado por meio de equipamento específico, que infunde e drena uma solução especial diretamente no abdome do paciente, sem contato direto com seu sangue. Ela usa a circulação do peritônio, uma membrana que reveste a parede abdominal e as alças intestinais para filtrar o sangue. Por um cateter introduzido no abdômen do paciente, passa uma solução aquosa que, em contato com os pequenos vasos sanguíneos existentes no peritônio, retira as substâncias prejudiciais.

Esse sistema é um pouco menos eficiente do que o sistema externo. Por isso, requer mais horas para completar o processo, que é indolor e pode ser realizado pelo próprio paciente.

12- Como isso é possível?
Vamos supor que o paciente queira fazer a diálise enquanto dorme. À noite, ele destampa o cateter respeitando um procedimento pré-estabelecido para evitar contaminação e conecta-se na máquina que infunde e drena o líquido repetidas vezes. Pela manhã, a diálise terá terminado. Ele fecha o cateter que é imperceptível e não o atrapalhaem nada. Com algum treinamento, consegue fazer tudo sozinho, sem a colaboração de mais ninguém. Entretanto, alguns não se adaptam à rotina do procedimento. Os que se adaptam têm boa condição de vida.

13-Quanto tempo uma pessoa pode manter-se fazendo diálise?
Teoricamente, pode fazer diálise por tempo indeterminado. Hoje, é possível escolher entre fazer diálise por toda a vida ou fazer um transplante de rim. É claro que se a opção for manter-se em diálise, ela precisa estar comprometida com o processo por anos e anos e não apenas por pelo período em que aguarda o transplante.

 14-O que ajuda a pessoa a adaptar-se a essa nova vida?
Os nefrologistas comparam a diálise com os óculos. Quem usa óculos, de vez em quando, vai ao oftalmologista para acertar o grau das lentes, mas todos os dias precisa tomar certos cuidados. Embora eles possam incomodar ou mesmo machucar um pouquinho, o conforto que oferecem é grande e a pessoa se esquece de tirá-los quando vai dormir ou tomar banho. Em vez de inimigos, eles viram parceiros.

A diálise deve ser encarada do mesmo modo. O paciente deve conversar com seu nefrologista para descobrir como pode tornar a diálise que vai fazer mais eficiente e menos perceptível. Diria, portanto, que a pessoa não deve ter medo e que deve procurar adaptar-se ao tratamento, pois ele lhe permitirá levar vida quase normal, quase igual a que terá depois do transplante.

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