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Araguari: casos prováveis de dengue têm aumento percentual de 88,71%

ter, 19 de fevereiro de 2019 05:45

por Carolina Rodrigues

Boletim epidemiológico da SES-MG aponta para 585 notificações prováveis nesta semana

Diariamente, é registrado o aumento exponencial de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em todo o país; cidades do interior paulista decretaram epidemia de dengue e centenas de municípios têm alto risco de surto. Até o momento, Minas Gerais registrou 23,8 mil notificações prováveis de dengue, com sete óbitos em investigação, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), na tarde de ontem, dia 18.

No período chuvoso e quente, o cuidado com água parada deve ser redobrado **Divulgação

No período chuvoso e quente, o cuidado com água parada deve ser redobrado
**Divulgação

A febre chikungunya também preocupa, pois foram registrados 406 casos prováveis; apesar do número, não houve registro de óbitos suspeitos. E, em relação à zika, o Estado contabiliza, até o momento, 121 casos prováveis.

No Triângulo Mineiro, os casos prováveis das doenças voltaram a subir. Em Araguari, o boletim aponta para um aumento percentual de 88,71% para a dengue, em comparação com os dados divulgados na semana passada, totalizando 585 casos prováveis. Esse número enquadra o município no índice de alto risco.

Outras cidades da região também apresentaram aumento nos números, entrando para o índice alto e muito alto de incidência: Uberlândia (2,5 mil), Frutal (225) e Campina Verde (135), respectivamente. Uberaba (606) e Ituiutaba (234) permanecem com índice de médio risco.

Araguari subiu para dez casos em investigação para a chikungunya. Até o momento, Uberlândia registrou 11 casos prováveis da doença; Uberaba subiu para cinco e Ituiutaba permanece com um. Em relação à zika, os municípios da região que apresentaram notificações são: Ituiutaba (5); Uberlândia (4); e Uberaba (2).

A SES-MG aponta que o Estado está em situação de alerta para o aumento no número de casos, mas “esclarece que um registro maior é esperado para este período (meses quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença”.

Surto

No município, o trabalho foi intensificado, principalmente em áreas com maior índice de infestação de larvas, por exemplos os bairros Miranda e Paraíso. A equipe do departamento de Zoonoses vem desencadeando várias ações, desde as mais corriqueiras, como visitas domiciliares, até mais complexas, como limpeza em casas abandonadas e terrenos baldios.

A reportagem do Gazeta do Triângulo entrou em contato com o coordenador do departamento, Vicente de Paula Marques de Oliveira, a fim de discorrer sobre o trabalho efetivado pela equipe. Ele afirma que tem sido intensificado o trabalho em locais abandonados e com grande quantidade de lixo e possíveis criadouros do mosquito, inclusive solicitações direcionadas à secretaria de Serviços Urbanos e Distritais para notificar proprietários.

Um exemplo comentado recentemente em mídias sociais foi a antiga Vila Olímpica Recanto do Galo; o local se encontra abandonado, com grande vegetação e piscinas que acumulam água das chuvas. “Era um clube, hoje se tornou criadouro de dengue, insetos e outros animais”, desabafou um internauta.

O coordenador da Zoonoses afirma que solicitou à secretaria de Serviços Urbanos para notificação do proprietário e aponta que os fiscais de postura tomaram as medidas necessárias. Conforme apurado pela reportagem, os responsáveis pelo local devem dar início à limpeza em breve.

Assim como o antigo clube, o munícipio conta com inúmeros locais propícios para a proliferação do mosquito. Mas o trabalho de prevenção deve ser feito em conjunto com a população. “Apesar de todo o trabalho e empenho da secretaria de Saúde, não é possível controlar o surto sem a ajuda da população. Estamos nos desdobrando, indo em locais com maior índice, mas a maioria dos focos está dentro de casa. Enquanto a população não tiver consciência de que é preciso cuidar dos quintais, não haverá solução. Outro problema que a população deve se conscientizar é sobre jogar lixo em terrenos baldios; essa é outra grande questão que enfrentamos diariamente”, destaca.

O coordenador explica, ainda, que o município vive um surto de dengue e, caso não seja controlado, pode virar uma epidemia. Na última sexta-feira, dia 15, foi realizado mais um Comitê de Enfrentamento ao Aedes aegypti, reunindo representantes de diversas secretarias, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, associações de bairros e igrejas. Na ocasião, foram dialogadas formas de disseminar o combate ao mosquito.

Essa semana também deve ser iniciado o uso do Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido como fumacê; na manhã de ontem, dia 18, o caminhão que fará o serviço chegou ao município, de forma a possibilitar o trabalho feito no fim da madrugada, início da manhã e entardecer. Os primeiros bairros a receber a técnica de combate ao mosquito serão Miranda e Paraíso.

“Nosso trabalho pode ter falhas, como qualquer outro, mas nós estamos nos empenhando bastante. No entanto, se a população não ajudar, não tem jeito; é como se o nosos trabalho fosse para o ralo”, adverte.

Cuidados redobrados

– cobrir caixas d’água e evitar o entupimento de calhas;

– não deixar pneus expostos ao tempo, a fim de evitar o acúmulo de água dentro deles;

– limpar bandejas externas de geladeira e ar-condicionado;

– esvaziar garrafas, baldes e latas e guardá-los em local coberto;

– lavar, semanalmente, com bucha, sabão e água corrente, o pote no qual os animais domésticos se alimentam.

Casos prováveis no Triângulo Mineiro*

– Dengue

Cidade Número de casos
Uberlândia 2.514
Uberaba 606
Araguari 585
Campina verde 135
Ituiutaba 234
Frutal 225
Patrocínio 33

 

– Febre Chikungunya

Cidade Número de casos
Uberlândia 11
Araguari 10
Uberaba 5
Ituiutaba 1

 

– Zika

Cidade Número de casos
Ituiutaba 5
Uberlândia 4
Uberaba 2

*Fonte: SES-MG

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