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Coluna: Direito e Justiça (25/04)

qui, 25 de abril de 2024 09:13

Direito e Justiça:

– “Moisés, diga ao povo que marche”!

BÍBLIA SAGRADA — ÊXODO:

– Ao chegar às margens do Mar Vermelho, Moisés, autorizado por Deus, fez com que as águas se abrissem para que o povo judeu, que vinha fugindo do Egito, pudesse passar e escapar da escravidão que já perdurava por 400 anos.

– Concluída a travessia, as águas fecharam-se em seguida, afogando e sepultando todos os soldados egípcios, seus cavalos e seus carros; talvez tenha restado o Faraó, que provavelmente ficou na margem, observando aquela tragédia, que acontecia por sua descrença e teimosia.

– Quase todos os historiadores, ou pelo menos muitos deles, sustentam que Moisés e as peripécias relatadas nessas passagens do Êxodo são lendas sem sustentação séria em quaisquer fatos comprovados. Se assim for, a mim não importa, pois o que pretendo é valer-me de tão significante narrativa, para apresentar uma das facetas mais importantes da figura divina: a que permite ao ser humano ter o livre arbítrio, porém, um livre arbítrio responsável e que o obriga a discernir e a tomar atitudes, se é que deseje obter resultados ou chegar a algum lugar.

· “Moisés, diga ao povo que marche!”

· Utilizo uma passagem bíblica sem literalidade

· Deus escreve sempre certo, por linhas sempre retas.

· O livre arbítrio exige responsabilidade e discernimento.

· Com objetivo didático, recorrerei a uma “licença de linguagem”.

 

BÍBLIA SAGRADA – ÊXODO: Capítulo 14: v. 15 – Por que clamas a mim por socorro? Dize aos israelitas que se ponham em marcha. V. 16 – Quanto a ti, ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o para que os israelitas passem pelo meio do mar.

 

A Bíblia Sagrada (o Velho e o Novo Testamentos), independentemente de qualquer religião professada, é verdadeiramente um livro de extrema e sempre atualizada sabedoria. Se for bem aproveitada em suas passagens emblemáticas, servir-nos-á de guia seguro e preciso para todos os momentos das nossas vidas. Eis aqui, para reflexão, um episódio relevante, que pode muito bem servir de orientação preciosa nestes dias turbulentos e tortuosos.

 

Quando o faraó do Egito, após as catastróficas consequências trazidas pelas 10 pragas que atingiram o seu país, decorrentes da sua teimosia tirânica, resolveu enfim liberar o povo hebreu da escravidão e permitir a sua saída para a Terra Prometida de Canaã, os antigos escravos, sob a liderança carismática de Moisés, puseram-se a caminho. Embora ainda não soubessem e não fosse previsto, mas por causa de reiteradas desobediências a Deus, iriam caminhar e estacionar por longos e extenuantes 40 anos nos meandros inóspitos e traiçoeiros da Península do Sinai.

 

Porém, antes disso tudo se cumprir, no início, ainda no começo da jornada, às margens do Mar Vermelho, o povo interrompeu a caminhada, temeroso e apreensivo. Enquanto isto, em sua capital, o Faraó arrependia-se do que fizera talvez por impulso, talvez por medo, liberando os escravos tão necessários no serviço de construção das inúmeras obras em andamento. Refeito dos sustos e receios e esquecendo-se das graves perdas, incluindo o sacrifício de todos os filhos primogênitos do Egito, quando da 10ª praga (até mesmo o do Faraó), arregimentou todo o seu exército, pondo-se todos a postos em seus carros de combate e partiu desembestado em busca dos hebreus. A todo custo, pretendia recapturá-los e reduzi-los novamente à escravidão ignóbil ou, se preciso, mata-los todos. Pois, ele era Faraó, a representação na Terra do deus Rá.

 

 

Avistando ainda ao longe uma tão grande e aparentemente invencível tropa armada e furibunda, o povo desesperou-se e voltou-=se, como sempre, fizera de forma afoita, irrefletida e ingrata, contra Deus e contra Moisés. Então, a turba vociferou:

 

– “Por que nos tiraste do Egito? Para morrermos aqui no deserto? Melhor seria que continuássemos servindo aos egípcios. Que vantagem nos deste, tirando-nos de lá? Ai, melhor teria sido que permanecêssemos escravos! Achávamo-nos bem alimentados e com fartura de cebolas e repolhos, embora cativos…!”

 

Que populacho ingrato¹ Infinita foi e é a paciência divina…!

Ocorreu, então, o celebre episódio da separação das águas. E o povo titubeou, amedrontado e covarde, e permaneceu parado mesmo com os egípcios vindo à toda rédea em sua direção, a fim de fazê-los retornar pela força bruta ou de trucidá-los a fios de espadas e sem poupar ninguém. Já anteviam a vitória…!

 

Só podemos imaginar a cena patética e triste. Um povo recém-libertado da escravidão e, no entanto, miseravelmente alquebrado e submisso aos seus próprios medos e omissões, buscando justificar um passado de chibata e opressão e renegando um porvir venturoso, assegurado por um Deus onipotente e escudado pelo seu líder inconteste.

 

Isto foi demais até mesmo para Deus, que teria dito a Moisés:

 

– “Moisés, diga ao povo que marche!”

 

Moisés, então, obrigou o povo a seguir adiante e tal atitude salvou a todos.

 

Sim, que o povo marchasse, conforme desse e pudesse, que levasse adiante suas bestas e carroças, que se valesse dos suas braços, e pernas, dos ombros dos pais e dos colos das mães, e do andar trôpego e choroso das crianças, mas que caminhasse a salvar-se por suas próprias forças, que essa atitude era de sua obrigação básica e essencial, eis que Deus já lhe havia feito o que era bem maior e impossível de ser feito; num prodígio, separara as águas e tal permitiria ao “seu povo” a passagem a seco e segura.

 

Todos sabemos o que veio depois. O povo hebreu passou incólume; os egípcios vieram afoitamente atrás, pretendendo aproveitar-se daquela miraculosa ação de Deus e perderam-se todos e tudo nas águas reagrupadas: homens, cavalos e carros.

 

Eu creio que a perda maior terá sido, sem dúvida alguma, a do orgulho tolo, a da arrogância desmedida e a da prepotência estúpida, ocasionado inevitavelmente

as consequências destrutivas, advindas das ações más e das decisões erradas de um governante passional, soberbo, teimoso e vingativo.

 

Sim, os perseguidores afogaram-se nos seus próprios erros, e os israelitas perseguidos, apesar dos percalços, safaram-se todos. Havia, no entanto, um preço alto a ser pago, redigo, em face da sua insubmissão e dúvida recalcitrantes. Farto, provavelmente, de tanta ingratidão e das reclamações injustas e imbecis, o próprio Deus Jeová Jireh (O Senhor Proverá) puniu o seu “povo eleito” com drásticos 40 anos de peregrinação e permanência no escaldante e infértil deserto do Sinai. Nenhum membro daquele geração, incluindo Moisés, com as únicas exceções de Josué e Calebe, adentrariam na Terra Prometida de Canaã para nela morarem.

 

Trago, pois e agora, este episódio para os nossos dias.

 

Nessa época de pós-pandemia, quando ainda grassam desesperança e desespero, mazelas, desconfianças, conflitos e guerras, mercê da falta de honestidade e de transparência dos nossos governantes, clama-se insistentemente pelo nome de Deus, rogando-se, pedindo-se e até exigindo-se que o Ser Supremo dê um jeito mais rápido nas agruras e acabe com este estado de coisas insuportável, ou quase, em que vivemos.

 

Porém, esquecem-se esses falsos ou inadvertidos crentes de meia pataca de que cumpre a nós mesmos fazer a nossa parte, não sendo possível jogar nas costas de Deus (supondo-se que Ele tenha um corpo físico como o nosso) a culpa pelas falcatruas terrenas e infortúnios que nos acometem. Afinal de contas, fomos nós mesmos que abrimos para o mundo a fatídica Caixa de Pandora, soltando, desenfreados, todos os males e vícios ainda hoje existentes. E que persistem. E que só aumentam.

 

Por que não recorrem às palavras exatas contidas na Bíblia e deem exemplo, em vez de pronunciarem impune e levianamente o sacrossanto nome divino? Assim como o faz um bom e autêntico judeu, para quem o nome do nosso Criador é sagrado, e é inefável (não se pronuncia), substituindo-se por dezenas de outros termos: Adonai, Elohim,, El Shadai, etc.

 

Araguari – MG, 25 de abril de 2024.

Rogério Fernal .`.

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    Esses relatos são do Velho Testamento uns 600aC. As crenças voltadas para o Judaísmo realmente eles usam é Jeová e outros para não falarem o Santo nome do Senhor em vão.
    E quando eles resolvem julgar as pessoas e achar que só eles vão para o céu, porque fulano não é da igreja deles e quando morre um cantor aí um deles diz que foi lá e viu a pessoa queimando no fogo de tal lugar, o serviço do médico não tem uma gota de valor, eu sempre escrevo nos vídeos para eles que Deus deu inteligência ao homem para aprender, inventar, criar vacinas e salvar vidas abaixo dele e que ele disse Faça da sua parte que dá minha ajudarei. Alguém incuti os erros na cabeça deles.

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