Da Redação

 Nesta quarta-feira, 16, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/MG), apresentou dados atualizados de janeiro a novembro de 2020 sobre a violência doméstica. No geral, em Minas Gerais, houve diminuição de 2%, passando de 137.105 registros em 2019 para 134.348 neste ano.

Em Araguari, no entanto, os números subiram no período de 11 meses. Foram 776 registros em 2019 contra 814 de agora, um crescimento de aproximadamente 5% nos casos dessa natureza. Numa comparação de 2020 com 2018, o aumento é ainda mais considerável – são 94 ocorrências a mais entre os meses de janeiro e novembro.

 

 

 

Ainda segundo dados apurados pela Sejusp, os feminicídios consumados em Minas apresentaram diminuição de 5,4%, passando de 129 casos entre janeiro e novembro de 2019 para 122 no mesmo período deste ano. Em Araguari, no período de 11 meses, houve uma ocorrência desse tipo, no mês de junho, além de três tentativas.

Desde o início da pandemia, esses dados passaram a ser divulgados mensalmente para todos os cidadãos por meio do site da Sejusp (www.seguranca.mg.gov.br).

Neste ano, duas ferramentas tecnológicas de combate à violência contra a mulher também foram lançadas, somando-se aos trabalhos já realizados pela Sejusp, Polícia Militar e Civil.

Na Delegacia Virtual da Polícia Civil passaram a ser registrados, desde julho, crimes como lesão corporal, vias de fato, ameaça e descumprimento de medida protetiva de urgência praticados contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.

 

FEMINICÍDIO NO INDEPENDÊNCIA

 

No mês de junho último, Michele Moraes Ferreira da Silva, 32 anos, foi assassinada a golpes de arma branca, na residência onde morava. Ela chegou a ser socorrida rapidamente por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar e foi levada para a UPA local, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações obtidas pelos policiais, a mulher foi atacada na frente de seus filhos e da própria mãe do autor, de 52 anos, o qual tinha passagem por outro crime semelhante no estado de Goiás, inclusive tendo sido julgado e condenado. Ele morreu dias depois.

Enquanto aguardava a chegada dos socorristas, a vítima teria relatado que saiu de Cumari, em Goiás, em maio, após separar do suspeito, o qual fazia uso imoderado de bebida alcóolica e sempre cometia agressões físicas e ameaças contra a mesma. Cansada da situação, decidiu vir morar com os filhos na casa de sua sogra.

Contou ainda que o ex-companheiro ligava diariamente tentando reatar o relacionamento. Na madrugada do dia 6 de junho, veio para Araguari, numa motocicleta Honda/CG Titan 150, cor vermelha. Depois de pular a grade da residência e danificar a cerca elétrica, pediu para que a porta da sala fosse aberta, pois queria conversar com Michele. Ainda de acordo com informações repassadas aos policiais, após algum tempo, o homem desferiu vários golpes de canivete na vítima, atingindo o pescoço e braços. Em seguida, pulou novamente a grade e evadiu.