Um sonho do tamanho do mundo
qua, 30 de julho de 2014 00:01Em pouco mais de dois anos, Ronaldinho elevou status do Atlético, com gols e títulos
A passagem de Ronaldinho Gaúcho pelo Atlético foi marcada por títulos (dois deles internacionais), belos gols, grande assédio da torcida e, também, por polêmicas. Em toda a América do Sul, no Marrocos ou mesmo na China, ele encantou as torcidas, movimentou estádios e garantiu dias melhores à legião de alvinegros, carente de conquistas expressivas.
O apogeu foi a conquista da Libertadores, em julho do ano passado. Em grande forma física e técnica, o craque realizou um sonho pessoal e levou gerações de atleticanos a se emocionar e chorar no Mineirão, depois da vitória nos pênaltis sobre o Olimpia. Foram muitos os candidatos a herói – o goleiro Victor, o zagueiro Leonardo Silva, os atacantes Jô, Diego Tardelli e Luan e o treinador Cuca –, mas o camisa 10 se transformou no símbolo da epopeia. Com quatro gols e cinco assistências, foi eleito pela Conmebol o craque da competição.
A sintonia com a torcida começou em momento difícil: o câncer da mãe, Miguelina. A massa lhe deu apoio, energia e o abraçou em todo o Campeonato Brasileiro de 2012. O armador retribuiu com show em campo. O Galo permaneceu 15 rodadas na liderança, mas não conseguiu impedir que o Fluminense o superasse e fosse o campeão.
Por todos os lugares em que o Atlético atuou, Ronaldinho foi atração à parte no esquadrão alvinegro. A direção do clube mobilizava sempre três seguranças para monitorá-lo e protegê-lo do assédio dos fãs. Em muitas oportunidades, ele precisou se deslocar em veículo diferente do dos demais, embarcar e desembarcar antes no aeroporto.
O momento de apreensão foi a grave lesão no músculo adutor da coxa esquerda, em setembro do ano passado, durante um treino de dois toques na Cidade do Galo. Ele acabou ficando parado por três meses e desfalcou a equipe na reta final do Brasileiro. A relação com os fãs ficou ainda mais intensa, com mensagens de apoio pelas redes sociais.
A QUEDA
No Atlético, R10 sentiu também o gosto da decepção. Diante de mais de 10 mil torcedores que se aventuraram no Marrocos, ele não foi capaz de livrar o time do fiasco diante do Raja Casablanca, que venceu por 3 a 1 e eliminou o campeão sul-americano na semifinal do Mundial, em Marrakesh. Assim como também nada pôde fazer na Libertadores deste ano, com a queda nas oitavas de final diante do Nacional/COL, num empate por 1 a 1, no Independência.
O ídolo também alimentou discussões nos pouco mais de dois anos em Belo Horizonte, como nas festas privadas no condomínio em que se instalou em Lagoa Santa, as ausências em treinos, a participação em clipes musicais simultaneamente à perda de rendimento em campo, as novelas para renovações de contrato. Mas uma constatação é inegável: depois de 754 dias, a torcida alvinegra o reverenciará para sempre em sua galeria de ídolos.
(Fonte: site do Superesportes)
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