Da Redação

Ao questionar alguns munícipes, foi possível perceber que a maior parte é favorável ao adiamento das eleições.

A pandemia da Covid-19 trouxe à tona diversos problemas políticos por todo o mundo, e atualmente, uma nova discussão tem sido debatida constantemente pelos representantes do país: as eleições municipais de 2020. Estas que, costumeiramente, acontecem no mês de outubro, a cada quatro anos, poderão ser afetadas pelo impacto do novo coronavírus.

Para tratar alternativas sobre o assunto, uma reunião virtual que aconteceu na última terça-feira, 16, reuniu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e especialistas da área da saúde, para discutir a possibilidade de adiamento das eleições. Conforme o posicionamento do representante do Senado, a avaliação das autoridades junto aos infectologistas e médicos que recomendaram a alteração da data é o ponto de partida para definir novas estratégias, em consenso.

Davi Alcolumbre disse que, durante a reunião percebeu que aceitação da proposta de adiamento foi praticamente unânime entre os participantes. “E o que eu ouvi da parte da política é que, é importante termos as eleições este ano para fortalecermos e revigorarmos a democracia. É compatibilizar isso e construir uma redação que concilie a nossa legislação com a ciência, com o desejo e a vontade do Tribunal Superior Eleitoral em dividir essa responsabilidade”, afirmou o presidente do Senado.

Na ocasião, foi exposta uma das sugestões defendidas por alguns parlamentares. A proposta é para que o primeiro e o segundo turno das eleições aconteçam nos dias 15 e 29 de novembro, respectivamente.

Com o objetivo de ouvir a opinião pública da comunidade local sobre o assunto, a reportagem da Gazeta do Triângulo realizou uma enquete virtual na tarde de ontem. Durante a ação, foi possível perceber que boa parte dos araguarinos são a favor do adiamento do pleito eleitoral, acreditando que “devido ao momento em que estamos vivenciando, com crises política, econômica e na área da saúde, o adiamento das eleições vem como um momento a mais de reflexão para com o cenário político, para pensarmos melhor em quem escolher para nos representar”, relatou a autônoma Marcela Araújo.

O advogado Wederson Prado não se esqueceu dos informativos acerca de evolução da pandemia em Araguari, lembrando que se trata de uma questão de saúde. “Por mais que seja um adiamento de pouco mais de um mês, isso amenizará os prejuízos à saúde das pessoas, uma vez que, a previsão dos especialistas é de que até lá, a curva de contágio esteja menor”.

O medo de muitos parlamentares não foi deixado de lado pelo jornalista Vinícius Lemos, que disse que este é o “melhor momento para que as eleições municipais e nacionais sejam unificadas”. Neste caso, as eleições para todos os cargos aconteceriam apenas em outubro de 2022.

A reportagem ainda questionou o chefe do Cartório Eleitoral, Fernando Guetti, que declarou aguardar um posicionamento oficial para entrar em detalhes sobre o assunto. “Por enquanto o que chegou ao meu conhecimento é só que está sendo veiculado na mídia”, disse.

Buscando o posicionamento de demais autoridades do município, a Gazeta do Triângulo também entrou em contato com o secretário de Administração, Carlos de Lima Barbosa, que preferiu não se posicionar sobre o adiamento das eleições, mas acredita que, “nesse momento em que vivemos, da pandemia do coronavírus, o mais importante é se preocupar com a saúde dos araguarinos e com a economia do município. Então, nesse momento, o quesito ‘data de eleição’, acho que deve ser deixado para depois, porque se mais para frente ainda estivermos com esse risco de contaminação, não tem sentido uma eleição sem a existência do “corpo a corpo” e esse contato com o eleitor”, destacou.

Respondendo pelo Legislativo, o presidente da Câmara Municipal, Wesley Lucas de Mendonça, também disse ser favorável a seguir os parâmetros do pessoal técnico da área da saúde. “Mas gostaria que a eleição acontecesse esse ano e acredito que vai ocorrer, principalmente em respeito aos pré-candidatos, que já estão fazendo as atividades. E é muito difícil você fazer uma campanha sem poder visitar as casas”, disse o vereador.