SUPIR faz Boletim de Ocorrência contra autor de áudio que comete crimes contra gênero, raça e classe social
Da Redação
O racismo é um tipo de preconceito e discriminação baseado em um termo controverso, que sociologicamente é revisto e do qual a genética também inicia uma revisão: a raça. No século XIX, compreendia-se que a cor da pele e a origem geográfica de indivíduos promoviam uma diferenciação de raças.
Mesclando-se cultura e aspectos físicos, os primeiros antropólogos instituíram uma hierarquia das raças, o que, por vezes, reforçava a dominação de povos brancos europeus sobre populações de outras etnias não europeias.
É bom mencionar que, existem diferenças conceituais entre os termos racismo e preconceito. O preconceito é a formulação de um conceito sobre algo sem antes o conhecer. O preconceito causado pela cor da pele de uma pessoa é denominado racismo.
Nos últimos dias, um áudio de um suposto comerciante araguarino está circulando nas redes sociais. Segundo apurado, a autor comete crimes contra gênero, raça e classe social.
“Tudo que começa com p, não presta. Agora, vocês fazem suas conclusões: PT, puta, preto, pintor”, disse o autor.
Sabendo disso, no dia 28, a Prefeitura de Araguari, através da SUPIR – Superintendência de Promoção da Igualdade Racial se manifestou com relação ao áudio que está circulando tanto em grupos, quanto em mídias sociais do município.
“Informamos a todos que todas as providências jurídicas serão tomadas para que o proprietário desse áudio seja devidamente punido. A Superintendência de Promoção da Igualdade Racial, junto ao Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Social farão valer a lei no nosso município”, disse a superintendente da SUPIR, Angélica Cristina Monteiro Luiz.
No dia 29, a SUPIR fez um Boletim de Ocorrência contra o autor do áudio, por crime de racismo e pelo discurso de ódio disseminado contra outros grupos sociais.
Ontem, 30, a reportagem da Gazeta conversou com a superintendente da SUPIR, Angélica Cristina Monteiro Luiz para saber mais detalhes sobre o caso. “Nós
queremos apenas que seja averiguado de qual IP surgiu esse áudio. As providências já foram tomadas, registramos o Boletim de Ocorrência, acionamos o jurídico do setor público. Estamos em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Social. O que a superintendência quer é fazer valer a lei. Racismo é crime. No áudio, ele [autor] não comete somente o crime de racismo, mas de injúria e também de disseminação de ódio. Na forma como ele fala, observamos que está disseminando ódio”, explicou.
Ainda, de acordo com Angélica Cristina, a SUPIR não está divulgando nomes e a superintendência quer trabalhar somente com o que há de concreto. “Estamos aguardando a Polícia Civil, será instaurado um inquérito e esse áudio será periciado para que possamos chegar no autor real, para que assim esse nome possa ser divulgado. Queremos retratação, que a lei seja feita no seu vigor. Racismo é crime inafiançável, entraremos com o pedido indenizatório. Solicitaremos que a quantia seja depositada no Fundo Municipal de Promoção da Igualdade Racial. É de suma importância que a população entenda que somos seres humanos, independente de raça, cor, etnia, e todos merecemos respeito”, finalizou.
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