Da Redação

Após manifesto, prefeito Raul Belém (PP) atendeu aos membros da Sociedade

Os membros da Sociedade São Vicente de Paula (SSPV) de Araguari interromperam a sessão da Câmara Municipal, nessa terça-feira, 22, em protesto à instalação de uma nova agência funerária na avenida Minas Gerais.

De acordo com Jackson Lopes, vicentino e membro do Conselho Central da SSPV, a instalação da nova agência funerária está ocorrendo de forma ilegal. “Nosso Conselho é gestor do Serviço Social de Luto Frederico Ozanam e somos uma sociedade beneficente, sem finalidades comerciais. Estamos questionando o município, pois entendemos que a nova funerária está sendo instalada de forma ilegal, descumprindo a Lei Orgânica do município”.

 

Os membros estiveram na Câmara Municipal no dia 16 de fevereiro, solicitando o apoio dos vereadores. “Fomos atendidos e os edis assumiram o compromisso de agendar com o prefeito Raul Belém (PP) para que o gestor municipal pudesse assumir um compromisso público em relação ao assunto. O vereador Paulo do Vale (PV) tentou intermediar a agenda e não conseguiu. Estamos tentando ser atendidos pelo prefeito há mais de um ano e meio”.

Jackson Lopes afirma que os membros decidiram interromper a sessão da Câmara Municipal para pedir que os vereadores os acompanhassem até a prefeitura. “Não vimos alternativas a não ser parar a sessão e, com essa atitude, fomos atendidos pelo prefeito”.

A sessão foi suspensa e os vereadores acompanharam o manifesto. O vereador Wesley Lucas Mendonça (PPS) comenta que a liderança do governo não havia conseguido agendar um horário para que os membros da Sociedade fossem recebidos. “Mesmo com todo o empenho, o vereador Paulo do Vale não conseguiu essa agenda, então, os membros organizaram um manifesto. Acredito que foi uma atuação extremamente livre e democrática, pois não houve alternativa senão protestar”.

Wesley Lucas acrescenta que a empresa entrou com o pedido de reforma do prédio na avenida Minas Gerais utilizando o CNPJ de uma clínica odontológica. “A reforma teve início sem autorização e a prefeitura não fiscalizou o local. O órgão público tem a prerrogativa de lacrar essa reforma, mas não teve essa iniciativa. Acredito que a prefeitura está sendo omissa”.

O presidente da Câmara, Giulliano Sousa Rodrigues (PTC) afirma que os vicentinos sempre foram atendidos pelos vereadores. “As reivindicações dos vicentinos são pertinentes, mas a forma como o manifesto aconteceu, não foi cordial. Sempre paramos a sessão e atendemos a todos com o maior respeito. Estamos com eles nessa luta”.

Em relação à nova funerária, Jackson Lopes afirma que é necessário um processo licitatório com livre concorrência para que uma nova empresa se instale no município. “Não basta simplesmente chegar ao município e abrir as portas. É preciso legalizar e adequar à lei, para que todos concorram de igual para igual. Não nos importamos com a concorrência, mas não queremos uma concorrência ilegal”.

O vicentino ressalta que as equipes do Serviço Social de Luto Araguari e Serviço Social de Luto Pax do Brasil também participaram do manifesto. “A empresa manipulou corpos ilegalmente, jogou restos mortais em uma caçamba de lixo de construção, então, também cobramos o estudo de impacto de vizinhança, que não foi feito pelo município e cobramos  ainda a Lei Orgânica, que não foi cumprida”.

Após o manifesto, os membros do SSVP foram atendidos pelo prefeito Raul Belém. “É uma reivindicação justa. O prefeito se comprometeu a buscar e agir dentro da legalidade. Se comprometeu também a investigar os fatos de conhecimento público, que foram até registrados em boletim de ocorrência. Estamos satisfeitos com o manifesto e confiando na palavra do prefeito”.