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Saúde mental – Parte 2

sex, 31 de janeiro de 2014 00:00

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9-Quais são os tranqui-lizantes mais conhecidos?

Os tranquilizantes têm sido usados há milênios. O primeiro deles, e que continua a ser consumido, é o álcool. Atualmente, cada vez mais, diversos outros calmantes são lançados no mercado para alegria dos consumidores aflitos. Uma estatística da Organização Mundial de Saúde, publicada há alguns anos, mostrou um consumo anual de 500 milhões de diferentes psicotrópicos no Brasil.  Desses, 70% eram  ansiolíticos, ou seja, medicamentos (geralmente benzodi-azepínicos) para diminuir a ansiedade, apreensão,  tensão ou medo. Muitas pessoas só dormem após tomarem seu sedativo preferido e, para suportar o dia desagradável que virá, ingerem mais outro calmante diurno. Alguns usam os tranquilizantes para viajar de avião, dançar, namorar, transar, fazer provas, dirigir, dar aulas, casar, isto é, as atividades que podem acarretar certo grau de intranquilidade. Os benzodiazepínicos produzem cinco efeitos principais no organismo: sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Os efeitos descritos são diferentes conforme o benzodiazepínico, entretanto, as respostas citadas estão presentes em todos eles. Por exemplo, o Midazolam (Dormonid),  Flurazepam (Dalmadorm) e Flunitrazepam (Rohypnol) são benzodiazepínicos com propriedades eminentemente sedativo-hipnóticas. Eles são usados, também no preparo de pequenas cirurgias e exames laboratoriais. Por outro lado, o Alprazolam (Frontal) tem uma ação mais ansiolítica e menos sedativa.

As propriedades descritas acima tornam os benzodiazepínicos úteis no tratamento da ansiedade, insônia, agitação, apreensões, espasmos musculares, abstinência do álcool e como pré-medicação nos procedimentos médicos ou odontológicos.

Alguns benzodiazepínicos (entre eles o Rivotril) são também usados nas crises mioclônicas (contrações musculares súbitas e involuntárias), ausências (perda transitória de consciência), crises convulsivas tônico-clônicas e ainda, no tratamento da Doença do Pânico.

Na maioria das vezes o benzodiazepínico é administrado por via oral, no entanto, ele também pode ser dado por via intravenosa, intramuscular ou retal. Atenção: o pico do efeito (ponto máximo da concentração sanguínea) é alcançado mais rapidamente quando a via de administração for oral e não intramuscular. Assim sendo, havendo necessidade de rapidez, a via oral ou endovenosa é preferível à intramuscular.

10- Quais sãos os maiores efeitos dos benzodi-azepínicos (diazepam, rivotril, lexotam, frontal) a longo prazo principalmente em idosos?
Efeitos adversos tardios produzidos pelos benzodiazepínicos incluem uma deterioração geral da saúde mental e física que tendem a aumentar com o tempo. Os efeitos adversos podem incluir também o comprometimento cognitivo, memória recente, bem como os problemas afetivos e comportamentais:  agitação, dificuldade em pensar de forma construtiva, perda do desejo sexual, maior perda de interesse em atividades de lazer e incapacidade de sentir ou de expressar as emoções. Além disso, pode ocorrer uma percepção alterada de si, do ambiente e nas relações sociais. Os efeitos adversos dos benzodiazepínicos são aumentados e os benefícios diminuídos nos idosos. Os efeitos indesejáveis sobre a cognição neles podem ser confundidos e tratados como resultante da velhice ou de demência (Alzheimer e outras).

Assim, os benefícios dos benzodiazepínicos são menores, e os riscos, maiores nos idosos. Os idosos têm o risco de aumentar a dependência e ficarem mais sensíveis aos efeitos adversos, tais como problemas de memória, sedação diurna,  dificuldade de coordenação motora e aumento do risco de acidentes automobilísticos e quedas. O efeito a longo prazo dos benzodiazepínicos e a dependência deles em idosos pode assemelhar-se à demência,  depressão ou  síndromes de ansiedade e, progressivamente piorar ao longo do tempo.

Os benzodiazepínicos devem ser prescritos aos idosos com cuidado, em doses baixas e por um curto período de tempo O uso a longo prazo dos benzodiazepínicos tem sido associado ao aumento do risco de comprometimento da memória.

11-Qual a importância da música na saúde mental?
A música na vida da gente tem várias funções: vai da mais leve distração até a mais profunda emoção, toca em nossa mente, mexe com o nosso corpo. Ninguém é imune à música. Por isso, a musicoterapia é tão eficaz. Sente raiva da dor e do mundo? Descarrega! A música é um afiado e afinado instrumento para enfrentar as situações da vida e a morte. Do popular “quem canta seus males espanta” a sofisticadas pesquisas, se descobriu a íntima relação entre coisas que são da mesma família: dor, sentimento, sensibilidade, emoção, música. Onde começa um e onde termina o outro? Ainda mais para o brasileiro, imerso em uma cultura tão musical, ali estava um bálsamo para o corpo e para a alma. A dor é muito solitária, e a música traz companhia. A mais eficiente forma de despistar a dor e depressão é a música. Entre música e dor, o cérebro prefere é a música. Porque a escolha é fácil. A música nos derrete, amolece, mas é muito mais do que relaxamento: é compor, criar, cantar, dançar, tocar, participar. Para um grupo de pessoas, descobrir a música foi um santo remédio para o corpo e principalmente para a mente.

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