Saúde Alerta – Ansiedade ou Infarto?
qua, 13 de setembro de 2017 05:35Apesar dos sintomas similares, ainda é possível distinguir uma crise aguda de ansiedade de um infarto do miocárdio.
Um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) revela dados alarmantes sobre a saúde psíquica dos brasileiros: o país ocupa o 4º lugar no ranking dos países com mais pessoas ansiosas, ficando atrás apenas do Paquistão (que lidera a pesquisa com 28% da população com quadro de ansiedade), dos Estados Unidos (25%) e da Colômbia (24%).
Cerca de 23% dos brasileiros tiveram algum transtorno de ansiedade ao longo da vida. E médicos cardiologistas recebem, com mais frequência, pacientes com transtornos de ansiedade manifestando algum problema cardiológico.
A ansiedade é a antecipação de uma possível situação de ameaça. O medo é algo comum e protege as pessoas de diversos perigos. No entanto, quando a sensação de angústia é permanente, gera reações físicas e atrapalha atividades cotidianas, é preciso averiguar se a ansiedade ganhou um patamar patológico.
A ansiedade é, até certo ponto, uma reação bioquímica normal do organismo submetido a algum tipo de estresse. Quando essa ansiedade é exacerbada, começa a comprometer a sociabilidade e a saúde do indivíduo, tornando-se um transtorno que pode vir a se manifestar mais intensamente por meio de crises agudas: os chamados ataques de pânico.
Durante uma crise de pânico, o ansioso experimenta sintomas que podem ser facilmente confundidos com os de um infarto: dor no peito, suores, taquicardia e palpitações, falta de ar e vertigem.
Normalmente, quando acontece pela primeira vez, o paciente corre para o hospital suspeitando de infarto e o diagnóstico não se confirma. A partir daí, o acompanhamento médico e o autoconhecimento tornam-se essenciais: de um lado, o cardiologista, com base em análise minuciosa do histórico familiar, dos hábitos e exames, entra com a avaliação do quadro cardíaco; de outro, o paciente entra com a observação e o reconhecimento de padrões durante a manifestação dos sintomas e também em situações capazes de deflagrar as crises de pânico.
Do ponto de vista médico, a base bioquímica do ataque de pânico é a baixa de serotonina – neurotransmissor responsável pelas reações de prazer e bem-estar –, ocasionando diversos sintomas como a aceleração dos batimentos cardíacos, em uma resposta corporal às emoções intensas durante a crise. Por isso, é comum os pacientes ansiosos procurarem o cardiologista ‘achando’ que estão tendo um infarto.
É recomendável, também, consultar-se com um psiquiatra, caso os ataques se repitam. Combinados, os diagnósticos cardíaco e psiquiátrico podem fornecer informações importantes à manutenção da saúde física e mental do paciente. Além de oferecerem orientações clínicas, contribuem para a indicação de tratamentos mais assertivos.
Depois do primeiro susto, se torna mais fácil diferenciar um ataque de pânico de um infarto. Em primeiro lugar, é bom ter em mente que os sintomas percebidos durante a crise não duram tanto quanto os de um infarto. Os suores, a arritmia, a falta de ar e a dor no peito têm duração variável, mas não passam dos 20 minutos. Além disso, a intensidade da dor é muito menor que a do infarto, que, normalmente, cessa apenas se medicada em hospital.
O ataque de pânico também vem acompanhado de sintomas que podem, pelo menos num primeiro momento, indicar que não se trata de um infarto: calafrios e tremores são sensações às vezes observadas que podem ser uma pista sobre as crises de ansiedade. Há também sensações psíquicas que descaracterizam-no: o sentimento de despersonalização (a pessoa se desliga do mundo exterior, não se reconhece em si) e a inquietação/agitação, expressa na dificuldade de se concentrar ou de ficar parado.
É importante, no entanto, lembrar que a ansiedade, bem como a depressão, é fator de risco para doenças cardiovasculares, tal como o tabagismo, o sedentarismo e a hipertensão, porque está vinculada à produção de hormônios relacionados ao estresse (corticoides e adrenalina, por exemplo) capazes de provocar arritmias e alterações na pressão arterial. Por isso, um diagnóstico de síndrome do pânico ou de transtorno de ansiedade generalizada não deve anular automaticamente a necessidade de uma investigação cardíaca.
Os sintomas nunca devem ser ignorados. O pico de ansiedade aumenta a produção de hormônios como cortisol e adrenalina, diminuindo o calibre das artérias – o que pode levar ao infarto ou ao AVC (acidente vascular cerebral). Por isso, é importante deixar de lado a vergonha social e a falta de tempo e sempre procurar a ajuda de especialistas que indicarão os tratamentos mais adequados.
Em alguns casos, o tratamento com medicação, psicoterapia e terapia ocupacional são suficientes. O acompanhamento dura, no mínimo, seis meses, mas pode perdurar por mais tempo, variando para cada paciente. O uso de antidepressivo, ansiolítico e psicoterapia, aliados a prática regular de atividades físicas, alimentação saudável, boas noites de sono e tempo para se dedicar à lazeres aumentam sempre a qualidade de vida e são os métodos mais recomendados aos ansiosos.
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Achei boa a explicação pois tirou a minha dúvida.
Olá! Eu sofro de ansiedade e sei o quanto é difícil eu sinto muita falta de ar até mesmo sem ter a crise de ansiedade pois, passei com a psiquiatra e me receitou um medicamento chamado fluoxetina para o tratamento só que algumas das pessoas que tomam o mesmo remédio prescrito dizem que os sintomas aumentam causam orrores da indícios de morte e eu confesso que estou com medo de tomar e me acontecer o mesmo e não sei o que faço a médica psiquiatra disse o mesmo que aumenta os sintomas mais não era pra cortar o remédio estou em dúvidas.
Eu tomei a fluxetina para combater a ansiede por mais de 90 dias e ajudou muito, hoje nao sinto mais nada, antes tinha dor no peito falta de ar palpitaçoes fora o piscologico que vivia perturbado em um mundo todo cinza , recomendo pois outros remédios como cetralina causam dependencias e os efeitos colaterais sao piores