Revolução de 64!
qua, 9 de abril de 2014 00:00Acompanhando a matéria do Jornal Gazeta do Triângulo sobre os relatos da Revolução de 31 de Março de 1964, relembrei com muita tristeza os fatos ocorridos com minha família.
Através de boatos na imprensa, nas rádios, ficamos sabendo que o meu marido Jofre Alves Martins – tão conhecido Patesco, seria preso a qualquer momento.
Naquela hora de tantas aflições, nós com quatro crianças em casa, sendo duas muito pequenas, o seu grande amigo Dr. Romeu Duarte o levou às escondidas, de madrugada, para Uberaba antes que ele fosse preso na presença dos filhos. A acusação é de que ele, Patesco, era “REVOLUCIONÁRIO”, “COMUNISTA”.
Na manhã de 1.4.64, minha casa foi invadida pelo grupo da DOPS que entrou com muita agressividade, revistando tudo, derrubando armários e guarda-roupas, revirando os colchões.
No momento da invasão eu estava amamentando o meu filho mais novo Jofrinho e tentava acalmar os outros (Sândra, Tadeu e Joana – o Edson Sérgio não era nascido) que choravam de medo do terror que estava acontecendo.
Em Uberaba, o Jofre ficou preso junto com o grande e querido amigo Dr. Sebastião Campos (já falecido) atolados na palha de arroz, sendo torturados pelos soldados com metralhadoras. Ali a única coisa que eles esperavam eram os tiros das armas.
Pegaram, também, o Padre Nilo, mas no momento da captura ele sofreu um desmaio e ficou desacordado. Foi preciso que o levassem para o hospital onde ficou internado, livrando-o da prisão e tortura.
O que salvou o Jofre do “sumiço” naquele momento, foi a certidão de serviços prestados ao País, durante a Guerra Mundial de 1942.
Não sei contar os detalhes e nem como esta certidão chegou na hora certa para salvá-lo. Com ela ficou provado que o Jofre não era comunista e, sim um defensor da população menos favorecida. Ele lutava contra as desigualdades sociais, falava muito dos direitos humanos e sabia o valor da democracia e da liberdade.
Hoje sentimos muito sua falta. Relembramos muito de sua dedicação e amor a ARAGUARI. Os 32 anos que ele passou na Câmara de Vereadores só nos enchem de orgulho. Depois de quase cinco anos de sua “partida” não vimos até hoje uma homenagem sequer ao seu nome. Isto nos entristece.
O viaduto que, disseram que vai levar o nome dele, até hoje não foi inaugurado.
Jofre foi um político de honra. Defendeu seu País, sua Cidade e sua Família.
Maria de Lourdes Oliveira, filhos, nora, genros e netos
Lourdinha
Araguari, 8 de abril de 2014.
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