Preconceito: será que faz parte do DNA da humanidade?, por Carlos Delano
sáb, 20 de setembro de 2014 00:05* Por Carlos Delano
Dizem que determinados países, como também, regiões e estados do nosso Brasil apresentam-se como mais preconceituosos que outros, mas que na verdade, deveríamos dizer menos preconceituosos, por ser menos explícitos?
Aqui no Brasil, o pensamento que parte de nós, nordestinos, é que nossos compatriotas do Sul são extremamente preconceituosos em relação à nossa região, aos nossos costumes e à nossa realidade. Debocham de todos nós quanto à nossa estética, por não termos chuvas, pelas dificuldades que passamos, dentre outras. Racistas, também demostram ser, a prova foi o caso do goleiro Aranha, e olhem que ele é um goleiro de um grande clube do Sudeste do país.
Não pretendo aqui fazer apologia à descriminação, ao preconceito, e nem contribuir com uma possível segregação do nosso povo. Quero chamar a atenção que essas atitudes, bilaterais, pois também parte de nós nordestinos e nortistas para com o povo chamado do “Sul”, precisam ser bem avaliadas, a fim de que sejam absolutamente abolidas do pensamento humano.
A intolerância que vemos por aí – Judeus e palestinos no Oriente Médio; católicos e protestantes no Reino Unido; e negros e brancos no mundo, por exemplo, são alguns de tantos existentes e perpetuados por gerações, que fazem do ser humano um ser que precisa de uma reciclagem total sobre seus valores.
No mundo inteiro, várias são as manifestações de liberdade de pensamento e expressão. Países como a França, Itália e principalmente a Holanda, são vistos como mais evoluídos, onde seus habitantes, nativos ou radicados, encontram no país o cenário perfeito para se viver.
Mas nem sempre é assim. Pouco se tolera as diferenças no mundo, e no Brasil, não é diferente. Homossexuais, nordestinos, negros, pobres, analfabetos, religiosos são vítimas constantes da intolerância no Brasil, confirmando atitudes preconceituosas, que até parecem inatas em cada um de nós, indiscutivelmente comuns no nosso DNA.
Mas prefiro acreditar que não, que o preconceito não está no nosso DNA, na nossa genética, e sim, semeado em nossos corações, em nossos pensamentos, por uma sociedade que infelizmente se esforça para isso. Começa em casa, pela orientação dada aos nossos filhos, que também foi a que recebemos, insensatamente, fazendo nossos filhos enxergarem diferenças na cor, na raça, no social, no financeiro e na estética. Em paralelo, acontece na escola, que na realidade dá prosseguimento, colaborando também com uma intolerância com as diversidades, presentes também em muitos materiais didáticos, principalmente em escolas mais elitizadas.
Cabe ressaltar que inevitavelmente o pensamento se forma, o preconceito se ratifica, e passa a ser visto como o grande vilão de uma sociedade corrompida quanto aos seus valores, que para quem não a sofre, passa a ser vista como prerrogativa importante para uma consolidação social. Infelizmente.
Quem dera o mundo mudar – passar a ser um mundo mais tolerante e menos preconceituoso – onde a convivência entre os povos e as raças fosse harmoniosa, e que as diversidades fossem inteiramente compreendidas. Com certeza seria um mundo melhor, menos violento, mais sorridente e colorido, onde o amor e a paz reinariam, sem ameaças, pelas gerações.
* Colaborador
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