Parnasianismo
qui, 13 de fevereiro de 2014 06:34“Movimento literário que originou-se na França, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas.
Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma “arte pela arte”, pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo como credo.” (pt.wikipedia.org)
.
Rio Uberabinha
Poema de Julinda Alvim, publicado na cidade de Uberabinha em 1920,
transcrito na grafia da época.
Na descida Triumphal das aguas, que avolumas,
entre vôos de garça e cantos de inhambús,
vens, ó rio, a espelhar as erradias plumas
no pomposo sendal feito de arminho e luz.
Vejo, neste candor de nevoas e de espumas,
a alva fórma lirial, etherea de Jesus:
suave e meigo, a emergir, numa fluidez de brumas,
da ampla esteira feliz que o teu vaguear conduz.
Tudo, em roda, lhe acorre á candida passagem:
florea riba, cipoaes e tufos de ramagem,
calmos bois, aves, sol…tudo o buscando vem.
E o divino Rabbi, na branda magestade,
passa…em torno a ensinar o dogma da bondade,
no percurso glorioso a difundir o bem!
.
Canção Uberabinha
Publicado na década de 1920, transcrito na grafia da época.
Música de Agenor Paes, arranjo de Elviro Nascimento.
Dedicada “Á Interessante Yvone Cunha”.
Á encantadora paragem
que fica de um rio á margem
onde voeja a andorinha
ao cabir crepuscular;
onde o sol doura, á tardinha,
a corrente a marulhar,
lá deixei meu doce lar
a formosa Uberabinha. (2 bis)
Eu sou filha da pertente
onde a avenca nasce a medo,
brilha á luz do sol nascente,
ao cantar do passaredo.
Da Taboca á Lagoinha
do São Pedro ao Cajubá
é um jardim Uberabinha
como no mundo não há. (2 bis)
As águas são cristalinas,
cantantes, correndo ao léo.
A’s paragens feiticeiras,
lá nasci hei-de voltar,
a rever as cabeceiras
onde eu corria a cantar (2 bis)
Hei-de ver o meu sertão,
a encantadora ramagem
que fica de um rio á margem,
onde voeja a andorinha;
onde o sol lindo a tardinha
ao cabir crepuscular,
beija aquelle coração
do Brasil – Uberabinha (2 bis)
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