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Papo Quente – “Não ofusque o brilho do Mestre”

sex, 27 de novembro de 2015 08:45

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Quando o ministro das finanças da França, Nicolas Fouquet, fez a maior festa já vista em Paris, até então, para bajular Luís XIV, achou que havia conquistado a simpatia do rei. Foi preso no dia seguinte e condenado o ostracismo pelo resto da vida… Sem saber, Fouquet violou uma das mais importantes Leis do Poder: “Não ofusque o brilho do Mestre” Mesmo sendo uma bajulação, a festa fez o ministro aparecer mais do que o próprio Luís XIV, ferindo o orgulho do “REI SOL”.

Então considerada a Lei número 1 do Poder, Livro de Robert Greene, com forte tendência Maquiavélica, temos que agir sempre para que as pessoas acima de nós em seus cargos se sintam confortavelmente superiores a nós. Querendo agradar ou impressionar, não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário-inspirar medo e insegurança. Faça com seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade e você não correrá o risco de ofuscá-lo.

Fouquet era um homem generoso que gostava de festas pródigas, mulheres bonitas e poesias. Gostava também de dinheiro, visto o seu estilo de vida extravagante, era inteligente e indispensável para o Rei, portanto, quando o primeiro-ministro morreu em 1661, o ministro das Finanças esperava ser nomeado seu sucessor. Mas o Rei decidiu abolir este posto. estes outros sinais levaram Fouquet a desconfiar que estava perdendo prestígio, e ele decidiu agradar ao Rei organizando  festa mais espetacular do mundo. Aparentemente, a festa era para comemorar o término do castelo de Fouquet, Vauxle-Vicomte, mas a sua verdadeira função era prestar uma homenagem ao Rei, convidado de honra… A nobreza mais ilustre da Europa e alguns grandes intelectuais da época estavam presentes, Moliere escreveu uma peça para a ocasião. A festa começou com um farto jantar com sete pratos, alguns vindos do Oriente e jamais provados na França. A refeição foi acompanhada de música encomendada por Fouquet para homenagear o Rei.

Depois do jantar, havia um passeio pelos jardins do castelo com pátios e fontes. Fouquet acompanhou o jovem Rei pelos canteiros de flores e arbustos alinhados geometricamente. Chegando aos canais dos jardins, eles assistiram a um espetáculo de fogos de artifício, seguido da apresentação da peça teatral de Molíere. A festa entrou pela noite adentro e todos concordaram que nunca tinham visto nada mais espantoso… No dia seguinte, Fouquet foi preso pelo chefe dos mosqueteiros do Rei… Três meses depois foi a julgamento sob  acusação de ter roubado o tesouro do país. Fouquet foi considerado culpado e enviado pra a prisão mais isolada da França, no alto dos Pirineus, onde passou os últimos vinte anos da sua vida na solitária…

“No início da noite, Fouquet estava no topo do mundo. Quando ela terminou, ele estava no chão”. VOLTAIRE,1694-1778

Luís XIV, o Rei Sol, era um homem orgulhoso e arrogante; não suportava ser superado em prodigalidade por ninguém, e certamente não por seu Ministro das Finanças e depois do fato escolheu outro ministro Jean-Batptisteert, um homem famoso por sua parcimônia e por promover as festas mais insípidas de Paris. Com recurso desta pasta o Rei construiu um palácio mais magnífico do que o de Fouquet – o glorioso palácio de Versalhes. Ele usou os mesmos arquitetos, decoradores e paisagistas. Luís deu festas ainda mais extravagantes do que aquela que custou a Fouquet a sua liberdade…

Então… Nunca ofusque o Rei….

FONTE: As 48 Leis do Poder de Robert Greene e Joost Elffers

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