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Neuropsi – O que é somatização?

qui, 23 de novembro de 2017 05:35

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1-O que é somatização?

Basta passar por uma situação muito difícil, estressante ou problemática que o corpo fica diferente: a cabeça dói, o resfriado aparece, a digestão se complica, a respiração fica difícil ou a pele se enche de alergias. O fato não é uma simples coincidência, mas um processo chamado pela medicina de somatização, ou seja, a transferência para o corpo do que deveria ser vivido e suportado apenas na mente. São sintomas físicos os quais a medicina não explica a origem e nem constituem um quadro clínico específico, mas seriam de origem emocional.  Estes sintomas podem ter sua origem nos pensamentos disfuncionais e emoções fortes que abalam o sistema psíquico.

2-Você poderia exemplificar ?
Uma pessoa está andando pela calçada quando começa a sentir falta de ar, ela tenta continuar sua caminhada, mas o coração dispara,  sente uma forte urgência em ir ao banheiro e sua cabeça não consegue ter pensamentos claros sobre o que está acontecendo, ela só sabe que quer sair correndo dali e procurar um pronto socorro pois está com uma forte taquicardia, mas os médicos não encontram nada que possa explicar tudo isso e muitas vezes não identificam a falta de ar, pois percebem a pessoa respirando normalmente apesar da pessoa declarar que não consegue respirar.

3-Porque isso ocorre?

Todas as pessoas acabam provocando mudanças no corpo ao enfrentar determinadas situações emocionais, principalmente aquelas que produzem estresse e ansiedade. O que muda é a intensidade e a frequência com que isso acontece – de eventos ocasionais a transtornos repetitivos, que acabam se tornando crônicos.
Desse modo, cada vez que uma pessoa não consegue suportar no plano psíquico uma situação, ela acaba produzindo ou agravando sintomas e doenças que se manifestam no corpo. Palpitações, gastrite e dores de cabeça estão entre os sintomas mais comuns, mas a somatização pode deixar o organismo com menos defesas para doenças sérias, como câncer, além de prejudicar a recuperação de uma cirurgia, por exemplo.
 
4-O que leva a pessoa a isso?

O estresse e a ansiedade são os principais fatores que acabam por influenciar no aparecimento, na manutenção ou repetição de uma doença física, porque eles alteram o funcionamento de vários sistemas do nosso organismo.
Outras causas, por exemplo: preocupação elevada; falta de percepção de capacidade em resolver  questões complicadas do dia a dia; traumas causados por situações anteriores de vida onde a pessoa se percebeu acuada e sem recursos.

5-Qual é o perfil desse paciente?
O perfil geral do somatizador: pessoas extremamente ligadas ao mundo real, que dão pouco espaço para elaborações psíquicas e em cuja vida não há muito espaço para fantasias e imaginação, sendo assim, acabam tendo pouco contato e tempo para suas questões psicológicas.
Como não conseguem eliminar as tensões de uma forma natural, aparecem essas válvulas artificiais e as pessoas desenvolvem doenças físicas que têm certamente origem emocional. Em algumas pessoas, o problema se acentua e aparece de uma outra maneira. Ou seja, a pessoa sente sintomas de várias doenças, é examinada pelos médicos, faz exames, mas não encontra nada no corpo que explique o que sente. Nesse caso, não há doença física com o problema emocional. É o transtorno de somatização, estudado pela psiquiatria. O paciente sente sintomas no corpo sem que haja uma causa física que explique aquilo. E ele sofre porque não encontra uma causa. Geralmente, são pessoas que recusam fazer um acompanhamento psicológico.

 6-Qual é o tratamento?
Para descobrir se a doença é mesmo psicossomática, deve-se primeiramente passar pelo médico para um exame físico detalhado, solicitando também exames laboratoriais, para excluir causas físicas dos sintomas, que costumam ser vagos e indefinidos.
Nos casos de somatização, o objetivo do tratamento é auxiliar o indivíduo a aprender a lidar com os sintomas físicos e entender que eles têm uma origem psíquica. É preciso, principalmente, manter uma relação de empatia e confiança com o médico. Mas é necessário muito tato para manter essa boa relação. Não se deve dizer a uma pessoa que seus sintomas são imaginários. Uma relação ruim com o médico pode agravar o problema, sendo que esse paciente deve ser encaminhado para  tratamento psicológico individualizado e baseado, principalmente, no apoio de seus familiares.

 

 

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