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Neuropsi – O que é o medo do escuro?

qui, 26 de outubro de 2017 05:37

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1-O que é o medo do escuro?

O medo do escuro ou nictofobia (do grego: nyctus = noite ou escuridão + phobos = medo profundo) é o medo de que sofrem muitas crianças e alguns adultos da escuridão ou da noite. Esse medo, contudo, não é propriamente medo à falta de luminosidade, mas à imaginatividade apavorante que geralmente ela desencadeia.

2-Quais são as causas do medo do escuro?

O medo do escuro pode ter uma razão atávica, fundada na própria evolução. Nos primórdios da evolução humana, quando ainda não era possível clarear a noite, o escuro era realmente perigoso porque o indivíduo estava mais vulnerável a acidentes e aos seus predadores. Embora o homem não seja capaz de ver no escuro, muitos animais ferozes o são e, por isso, ficam em vantagem em relação a ele.

Pode ser também que o medo do escuro se origine de uma experiência traumática no passado do indivíduo: a criança pode ter sido deixada no escuro como um castigo ou irmãos e amigos também podem ter incutido nela o medo da escuridão. Filmes e programas de TV que descrevem horror, sangue, fantasmas e outras atividades paranormais que ocorrem na ausência da luz do dia também são muitas vezes responsáveis pela criação do medo do escuro.

Traumas vividos pelas crianças no escuro (violência doméstica, abuso sexual, acidentes de carro e outros) também podem deixar na criança um medo persistente da noite ou da escuridão.

3-Quais são as principais características clínicas do medo do escuro?

A escuridão é inimiga da razão. O que é temido é algo que jamais aconteceu nem acontecerá, mas essa racionalidade não alivia o pânico causado pelo escuro. É comum que as crianças tenham um medo irracional do escuro. Nessa condição, o cérebro delas sugere imagens terríveis que as assusta.

No entanto, também não é incomum ver adultos sofrendo de nictofobia. Tal condição pode afetar grandemente o dia do sofredor, principalmente porque o indivíduo tende a estar deprimido, ansioso ou tenso o tempo todo. Muitas vezes a criança (e menos comumente o adulto) se recusa a sair depois de escurecer ou a dormir sozinho.

As crianças menores podem recorrer a chupar o dedo, ou fazer xixi na cama, se tornarem pegajosas e se recusarem a dormir sem uma lâmpada acesa ou insistirem em não dormir sozinhas. Elas podem também experimentar sintomas físicos como dores, respiração rápida e superficial, palpitações cardíacas, tremores, dores no peito ou sensação de asfixia, náuseas e outros problemas gastrointestinais, choro, gritos e redução do apetite ou, inversamente, ter excessos alimentares.

Os sintomas psicológicos do medo da escuridão incluem pensamentos de morte, medo de ser atacado por fantasmas ou monstros, recusar-se a dormir sozinho ou a sair de casa depois do anoitecer, ficar acordado a noite toda ou acordar várias vezes durante a noite.

Nos adultos, a nictofobia pode afetar a qualidade do sono, conduzir ao estresse, afetar a produtividade no trabalho e impactar negativamente a sua qualidade de vida. Assim, a depressão e outros distúrbios mentais e físicos podem ser comuns em indivíduos com medo do escuro.

4-Como tratar o medo do escuro?

Alguns adultos que sofrem de nictofobia percebem que seu medo é irracional, embora se sintam impotentes para superá-lo e temam a chegada da noite. Felizmente, há muitas terapias que podem ajudar a superar esta fobia. A psicanálise ou a hipnoterapia pode ajudar a chegar ao fundo do medo da escuridão e, assim, superá-lo.

Além disso, também há técnicas de dessensibilização gradual. A terapia cognitivo-comportamental é outra técnica eficaz muito utilizada para superar a nictofobia. Ela ajuda o indivíduo a manejar sua resposta de ansiedade quando confrontado com a escuridão ou noite. Alguns medicamentos podem ser usados para acalmar, tratar a ansiedade e/ou a depressão.

5-Como evolui em geral o medo do escuro?

Na maioria das vezes, os medos do escuro da infância são superados com o crescimento e amadurecimento do indivíduo. No entanto, em alguns casos, a nictofobia pode persistir na idade adulta.

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