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Neuropsi – O que é nomofobia?

qui, 7 de dezembro de 2017 05:17

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1-O que é nomofobia?
A nomofobia é a síndrome psicológica que ocorre quando uma pessoa sente medo de ficar sem o seu telefone celular, incluindo o medo da ausência de sinal e da falta de bateria.

Há um movimento em que as pessoas não podem perder nada, porque acham que isso as deixa fora dos acontecimentos.

Essa necessidade de estar sempre ‘por dentro’ de tudo e o medo de ficar sem celular também têm nome: nomofobia, junção de ‘no’ (não) + ‘mo’bile (celular) + fobia (medo).

Embora a nomofobia ainda não tenha sido reconhecida como um diagnóstico psiquiátrico, seu uso é bastante generalizado em artigos populares. A dependência dos telefones celulares é possivelmente o maior vício do século 21.

 

2-Quais são suas características?

 

Essa fobia vem à tona sempre que uma pessoa fica impossibilitada de se comunicar ou se conectar a um aparelho tecnológico utilizado para comunicação. Esse termo é recente e ainda está sendo estudado.
A nomofobia  é como se a tecnologia roubasse uma série de prioridades da vida da pessoa. Ela acha que alguém pode estar falando dela, que está perdendo algo. A necessidade é tanta, que ela imagina que o celular está vibrando e não pode pensar que a bateria vai acabar. Se em um primeiro momento esse hábito é impulsivo, com o tempo se torna ainda mais inconsciente e vicioso.

A quantidade de ferramentas que um celular traz são um ‘atrativo’ para o cérebro. O cérebro, na medida em que percebe que o aparelho oferece várias possibilidades, elege o celular como item de suma importância de forma inconsciente. Estima-se que o cérebro começa a liberar dopamina, hormônio neurotransmissor ligado aos efeitos de satisfação e motivação.
Com o tempo, as pessoas perdem a capacidade de ver esse comportamento de forma sensata. É aí que ele começa a ser feito na frente de outras pessoas, andando na rua, nos restaurantes. Perdeu-se o ‘cuidado’ de que as coisas não estão bem. Para a pessoa do lado, passa a sensação de que o que está no celular é mais importante do que a pessoa.

 

3-Qual é um indício que a dependência digital está sendo prejudicial?

Um indício de que o comportamento está sendo prejudicial é quando, na hora de dormir, a pessoa leva o celular para a cama e continua usando. Outro ponto é quando a distração digital impede que a pessoa faça o que tem de fazer.
Como o vício pode ser imperceptível, é importante ter alguém do lado para dizer se o comportamento está atrapalhando. Ao invés de brigar, é bom dizer como se sente e estabelecer regras dentro daquela relação. Como o celular faz parte da nossa vida, precisa entrar nos combinados das relações.

Sabe-se que o quanto antes ocorre uma dependência, piores são suas consequências físicas e psicológicas em longo prazo. Em termos comportamentais mais amplos, têm sido observado nestes jovens uma falta de habilidade nos relacionamentos interpessoais, com dificuldades no estabelecimento de vínculos de amizade e/ou afetivos plenos e duradouros.

 

4-O que é Phubbing?

Phubbing é o ato de ignorar ou deixar de conversar com alguém por estar focado no celular. O termo vem da junção das palavras phone (celular) e snubbing (esnobar) e o comportamento frequente pode comprometer as relações pessoais.
O mais sério disso é que, hoje em dia, o celular entra como terceiro elemento. Você não consegue mais estar só com seu amigo ou parceiro. Em vez de entrar como um elemento que comunica, ele afasta.
As pessoas, “reclamam muito” sobre como o outro não presta atenção nelas, não interage ou não tem mais interesse nelas.
As queixas são as mesmas: desprezo, desvalorização, não é amado, não é escutado. É como se elas perdessem o espaço para o celular, que acaba representando esse universo de interesse que compete com a outra pessoa.
Torna-se claro que as distrações causadas por phubbing prejudicam a satisfação do relacionamento. O comportamento cria barreiras na relação que afastam um do outro, seja na condição de casal ou em qualquer relação interpessoal.

5-Quais são as recomendações?

Então, se a primeira coisa que você faz quando acorda é olhar o seu celular; se checa o seu telefone de cada 5 a 30 minutos; se dorme com o celular no seu quarto (pior ainda se for do lado da cama); se sempre arranja uma desculpa para levar o celular para o banheiro (para o chuveiro, é mais grave!) e, se anda com ele na mão a maior parte do tempo, você pode ter dependência do celular. Assim, aqui vão algumas sugestões que poderão ajudar:
– Não perca o seu sono
– Jamais leve o celular para a cama. Desligue-o e deixe ele fora do seu quarto. Se a sua desculpa é que você usa ele para despertar, compre um despertador.
– Acordou? Use a regra dos primeiros 45 minutos
Ao acordar, você deve se preparar para o dia que terá pela frente, ir no banheiro, preparar o seu café da manhã, se alongar, se vestir e arrumar. – Se for casado (a), beije seu parceiro (a). Os primeiros 45 minutos são seus. Não cheque o celular antes disso.
– Carro ligado, celular desligado
Você vai economizar em multas e reduzir drasticamente a chance de ter um acidente sério. Proteja você e os outros, motoristas e pedestres.
– Desligue o celular no seu período mais produtivo
– Ao longo de algumas horas, desligue o seu celular e coloque longe do seu alcance (numa bolsa ou gaveta). Só ligue quando completar o seu trabalho.
– Fique atento à criança com celular
– Fique atento ao padrão de uso e conteúdo que a criança acessa no celular e imponha limites com disciplina. Estabeleça os momentos e o tempo de uso que seu filho pode se dedicar a esta atividade.
– Não deixe aquela máxima ser verdadeira para você: “o celular aproxima quem está longe, mas afasta quem está perto! ”. Em qualquer reunião; nas refeições; brincando com seus filhos; confraternizando com os amigos, tudo isso é mais importante que o seu celular. Viva no mundo real e dê atenção ao que existe a sua volta e a quem o ama e se importa contigo.
Agora, se nada disso ajudar, talvez você precise da avaliação de um profissional de saúde mental. Mas neste caso, não se esqueça! Desligue o celular antes de entrar no consultório…

 

 

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