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Neuropsi – O que é a Oniomania?

qui, 13 de julho de 2017 05:39

Abertura-neuropse

1-O que é a Oniomania?

A oniomania é uma palavra derivada dos termos gregos oné (a compra, a aquisição) e mania (a insânia, a fúria).

Segundo a nova literatura médica, chama-se hoje Compra Compulsiva (CC), do inglês Compulsive Buying  é o  comportamento de comprar de forma compulsiva.

2-Como a oniomania se caracteriza?

O comportamento de comprar de forma compulsiva, na maioria das vezes passa despercebido pelas pessoas até se darem conta que perderam o controle. É nesse ponto que começam a perceber que o “rombo” financeiro e emocional é grande e que sozinhos não conseguirão sair dessa situação.
As pessoas com essa dificuldade apresentam um descontrole muito grande em relação ao ato de comprar, elas passam muito do tempo útil dedicando sua atenção, desejo e estratégias para adquirir o objeto da compra. Tudo isso é acompanhado pela incapacidade de controlar as finanças e o comportamento de comprar.

3-O que leva uma pessoa a comprar compulsivamente?

Muitas vezes, o ato de comprar serve como remédio para a angústia e a depressão. O ato de comprar desperta nas pessoas uma sensação de bem-estar, prazer e satisfação. No comprador compulsivo, esse sentimento não é diferente. O problema é que, para ele, isso é muito mais. Ele vai em busca dessa satisfação com uma frequência muito maior, porque não consegue atingir essa satisfação de outra maneira. A solução para as sensações desagradáveis, negativas e frustrações está nas compras. Muitos dizem que compram para preencher um vazio

4- Como distinguir um comportamento patológico do comportamento normal da pessoa que vai às compras? 
Considera-se que uma pessoa é compradora compulsiva quando começa a contabilizar prejuízos financeiros, pessoais e de relacionamento provocados pelo descontrole nas compras. Embora  quase todos, de vez em quando, comprem por impulso, porque comprar por impulso faz parte da natureza humana, o comprador compulsivo não cede a essa pressão eventualmente.

O fato é que é simples diferenciar uma pessoa tida “normal” de outra que sofre com o problema. Uma pessoa comum que pensa em comprar e efetivamente compra um par de sapatos, por exemplo, vai ficar alegre durante um tempo, especialmente quando são produtos mais caros. Ela vai passar vários meses usando, em muitos casos, até anos. Isso é normal. Ela tem a consciência que custou seu dinheiro. Porém os compulsivos não conseguem nem curtir nem usar essa compra, o que é grave. É o consumismo pelo consumismo. O prazer é tão individual, tão efêmero e tão patológico (doentio) que a satisfação é apenas imediata. Você não chega a usufruir plenamente e acaba deixando a compra de lado, dentro das caixas e guarda-roupas.

Elas acabam de comprar algo, mas são levadas a comprar outra coisa novamente. Sorte se você tiver dinheiro para comprar. Quando não, a pessoa vai acabar pedindo emprestado e isso vai gerando problemas graves, pois muitos vão ficando bastante endividados.

5-Esse tipo de compulsão é mais frequente nas mulheres?
São poucas as pesquisas populacionais com enfoque nessa área, porém a estimativa na população geral é de 2 a 8% que apresentam esse comportamento de comprar compulsivamente com prejuízos pessoais graves.

Observa-se que de 90% a 95% dos compradores compulsivos são mulheres.

Esse transtorno atinge majoritariamente mulheres entre 25 e 60 anos, mas a faixa etária atingida tem se ‘rejuvenescido’ bastante. Esse problema cresceu muita na modernidade. Somos uma sociedade do consumo. Deixamos de ser cidadãos para nos transformarmos em consumidores. Interessante que mesmo as crianças deixaram de ser crianças também. Agora existe todo um marketing dirigido à exploração da infância e da adolescência como mercado consumidor.

O mercado, além de atender às demandas por cultura e lazer, também criou novas necessidades. É só olhar para os eletrônicos. Quem diria que não viveríamos sem eles? É a marca dos tempos.

6-Como é feito o tratamento?

O primeiro passo para se tratar da compulsão por compras começa com a consciência do distúrbio. O papel da família e dos amigos estar atento aos sinais dados por essas pessoas, para ajudá-las o mais rápido possível. Quando fala-se de tratamento, devemos pensar em duas frentes: o psicoterápico e o medicamentoso. Cada caso precisa ser analisado individualmente. O profissional envolvido analisará a melhor conduta a adotar, se apenas a psicoterapia ou o uso de medicamento associado.
No tratamento psicoterápico existem diversas abordagens teóricas que podem ser utilizadas. A abordagem comportamental-cognitiva é bastante indicada, não só pelo embasamento teórico, como também, porque vai ajudar a pessoa a desenvolver a percepção das emoções que levam ao impulso de comprar. Durante o tratamento, o paciente também aprende o que fazer nesses momentos em que a mente é invadida pela necessidade de comprar.
O psicólogo ajudará a estabelecer regras técnicas que promoverão o aprendizado de novas e saudáveis formas de pensar e se comportar. Para isso, o profissional precisará conhecer a pessoa e entender quais padrões de pensamentos e comportamentos precisão mudar e ajudar para que isso aconteça. Durante o processo, pode ser necessário controlar as contingências do dia a dia da pessoa para que não ceda aos impulsos. Mas tudo é feito de comum acordo e sempre apoiado pelo profissional.

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