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Neuropsi – Mutismo seletivo

qui, 17 de setembro de 2015 08:42

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1-O que é o mutismo seletivo?

O mutismo seletivo, também denominado “fobia de falar”, consiste em um distúrbio psicológico caracterizado pela recusa em falar em certas situações, (por ex., escolas, com colegas de brincadeiras), mas que, em outras, o indivíduo é capaz de falar. Costuma ocorrer em crianças tímidas, introvertidas e ansiosas que falam apenas com um ou ambos os pais, outras crianças ou animais.

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2-Qual é a idade e sexo mais acometido?

Normalmente, aparece no início da infância, por volta dos 3 a 5 anos de idade, quando uma criança passa a frequentar novos ambientes sociais, como uma creche, escola e fica longe da família. Trata-se de um problema mais comum em meninas e em integrantes de minorias étnicas. Se não for tratado pode persistir até a vida adulta. Em adultos, este distúrbio é diagnosticado como fobia social.

3-Quais são os sintomas?

Quem sofre desta condição não se recusa a falar. A pessoa é “literalmente incapaz” de se comunicar verbalmente. Os sintomas em crianças incluem nervosismo, teimosia ou comportamentos agressivos quando voltam para casa após a escola. Elas também podem ficar paralisadas quando não conseguem falar, até mesmo conversar com seus pais e irmãos pode ser uma tarefa complicada se ela está preocupada ou chateada com alguma coisa. Em certas ocasiões, quando se sente pressionada por estranhos, ela tem ataques de pânico. Isso pode fazer com que ela sinta que sua vida está sendo desperdiçada. Deixa de fazer tantas coisas que queria, como ter muitos amigos ou ir a lugares sem que sua família precise  acompanhá-la. Com o tempo, ficou cada vez mais difícil lidar com as situações, pois quando você é uma criança, seus pais podem ajudar muito, podem falar por você. Mas, quando se é adulto, você precisa fazer muitas coisas por conta própria, e as pessoas esperam que você seja capaz disso, mas não consegue.  O mutismo seletivo é como viver dentro de uma caixa. Uma caixa com furos, porque você pode ver e ouvir as outras pessoas, mas não consegue sair de dentro dela por mais que tente. Você pode gritar de dentro da caixa o quanto quiser, mas ninguém ouve, nem quando você chora por estar machucado ou com medo.

4-Como saber se meu filho tem mutismo seletivo?

Por ainda se tratar de uma “condição” considerada como “rara”, pode ser confundido com um excesso de timidez, até que os pais comecem a notar que existe um sofrimento grande em seus filhos, que seu círculo de amizades é praticamente inexistente havendo falhas ou impedimento de comunicação principalmente no âmbito escolar. Geralmente é a escola que dá o sinal de alerta. Aí sim começa a existir uma busca pelo significado, o sentido do que está acontecendo com esta criança. É comum esta busca por respostas acontecer “no escuro”, pois muitos de nós (pais, professores, profissionais da área médica e ‘psi’), ainda não ouvimos falar sobre Mutismo Seletivo.

5-Quais diferenças da timidez e do mutismo?
A timidez traz um desconforto, inibição em situações sociais que podem interferir na realização de objetivos, desejos, mas que são superadas gradualmente. A criança tímida pode ter um núcleo social reduzido, poucos contatos, mas é uma criança que se comunica verbalmente, se faz compreender e não se compromete integralmente. A criança com Mutismo seletivo se isola, não se comunica, sussurra com os pais na frente de estranhos, não solicita os professores para ir ao banheiro, por exemplo, se coloca em isolamento e risco social.
6-Como é feito o tratamento?
As formas mais efetivas de tratamento incluem terapia comportamental e cognitiva.  O trabalho em conjunto com um profissional especialista em psiquiatria da infância e adolescência é de extrema importância para que possamos conduzir o caso da maneira mais adequada. Técnicas alternativas de relaxamento, yoga para crianças também são usadas.

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