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Neuropsi – Como se define superproteção aos filhos?

qui, 9 de novembro de 2017 05:37

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1- Como se define superproteção aos filhos?

Não devemos confundir proteção com superproteção. A nossa proteção é vital para os nossos filhos, que quando são pequenos precisam de nós para quase tudo.

Todos os animais cuidam e protegem instintivamente os seus filhos por um certo tempo. Quando podem se cuidar sozinhos, começa a sua jornada pelo mundo e se afastam dos pais.

A superproteção se define como a atenção excessiva dada aos filhos. Pode parecer apenas mais um rótulo e até uma forma de pôr em dúvida o modo como educamos nossos filhos.

O erro mais comum que encontramos hoje em dia na educação das crianças é, sem dúvida nenhuma, a superproteção. Fala-se muito disso, dos efeitos que têm sobre as crianças, mas em uma porcentagem muito alta, os pais não sabem em que consiste a superproteção, e menos ainda das suas consequências.

2-Quais são os sintomas de uma criança superprotegida?

Impedindo que as crianças se frustrem porque não conseguem dizer não a eles (como, por exemplo ‘não pode brincar agora e desligue a televisão’, ‘se vista sozinha’ ou ‘não pode comer doce antes do almoço, primeiro deve comer o bife’…), conseguirão apenas que não aprendam a tolerar as pequenas frustrações do dia a dia, que precisem de motivação e da autodisciplina para conseguir seus objetivos no futuro.

Esses são alguns dos sintomas que indicam que estamos superprotegendo nossas crianças:

– Esperarão que seja sempre um adulto que resolva as situações e não desenvolverão suas próprias estratégias.

– Não aprenderão os recursos necessários para se desenvolverem com êxito na vida.

– Impediremos que aprendam a tolerar as pequenas frustrações do dia a dia.

– As crianças cujos pais têm um modelo de educação que se baseia na superproteção, desenvolvem menos capacidades emocionais, são mais inseguras, têm menos habilidades, e mais probabilidade que sejam vítimas de abusos e mais infelizes.

3-Como saber se os pais são superprotetores com os filhos?

Poderíamos dizer que superproteger um filho é ir além de proteger e satisfazer as suas necessidades e cuidados básicos. É pensar pelo filho, tomar decisões por ele e solucionar todos os seus problemas. É viver pelo filho, mas ele é uma pessoa que precisa desenvolver a suas habilidades para viver neste mundo.

Estes são aqueles pais que vivem repetindo todos os dias para os seus filhos: “Não faça isto, você pode se machucar”, “Você não vai dormir na casa do seu amigo, porque eu não conheço essa família“, “Você não vai para essa excursão porque os animais podem ser perigosos” e muitos outros nãos.

Por outro lado, esses pais são muito permissivos no sentido de que geralmente não conseguem estabelecer limites e regras claras que as crianças possam entender e internalizar. Além disso, se os filhos violam essas regras evasivas, não estabelecem consequências definidas por medo de prejudicar os filhos, quando na verdade as consequências servem para educar.

Não exigem das crianças obrigações ou responsabilidades alegando que “não querem fazer”, “não sabem fazer”, “coitadinho, é muito pequeno”.

Ao invés de escutar os filhos e ajudá-los nos seus problemas do dia a dia com seus amigos, eles resolvem por si mesmos, falando diretamente com a criança ou com os seus pais.

Dessa forma os pais impedem que os seus filhos desenvolvam habilidades necessárias para resolver suas dificuldades, e, com isso corremos o risco de que se tornem crianças dependentes, incapazes de solucionar seus próprios problemas no futuro.

4-Quais são as principais consequências da superproteção?

O futuro dessas crianças superprotegidas é de  pessoas medrosas; dependentes, com baixa tolerância à frustração e anulação do desenvolvimento das capacidades pessoais.

– As crianças cujos pais têm um modelo de educação que se baseia na superproteção, desenvolvem menos capacidades emocionais, são mais inseguras, têm menos habilidades, e mais probabilidade que sejam vítimas de abusos e mais infelizes.

As crianças superprotegidas chegam a ser seus próprios juízes. Indicaram-lhes um nível tão alto a atingir que, quando percebem que não serão capazes de alcançá-lo, afundam e se culpam. Caem na autodestruição.

5-Quais as recomendações finais?

A criança não deve ser controlada, porque educar não é asfixiar e nem mesmo cortar as asas de nossos filhos que, no dia de amanhã, devem ser adultos capazes de tomar decisões e serem responsáveis pelas suas vidas.

Sabemos que criar um filho é, acima de tudo, proteger, mas essa proteção deve estar baseada nos seguintes aspectos: Os pais devem proteger dando conselhos, mas permitindo que você aprenda com seus próprios erros.

Devemos fomentar um tipo de aprendizado baseado na experiência, não essa superproteção que veta a voz dos pequenos e que lhes dá objetivos ideais que ninguém pode alcançar. Vale a pena levar isso em conta.

Se não a deixarmos cair, nunca aprenderá o que deve ou não fazer. As pessoas aprendem com as consequências positivas e negativas e com as experiências. Por isso, é indiscutível a necessidade da criança experimentar o mundo para aprender a lidar melhor com o futuro.

E por último você que é pai e se identificou com o assunto de hoje da coluna, ainda tem tempo para mudar a sua mente e ajudar o seu filho a se tornar uma pessoa independente e feliz. Não o superproteja; é o melhor presente que você pode oferecer a ele.

 

 

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