Morre Fausto Lieggio, cidadão ilustre de Araguari
Aos 98 anos, Tim, como era conhecido, encantava
a todos com sua vitalidade e percepção da vida
SAMARA ARRUDA – Na tarde de sexta-feira, 18, parentes e amigos se despediram de Fausto Lieggio, aos 98 anos de idade. Tim do Taxi, carinhosamente conhecido na cidade, dedicou sua vida à família e ao transporte de passageiros, guiando seu Santana cinza, fabricado em 2003.
Nascido em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, Fausto Lieggio aprendeu bem cedo a dirigir com o irmão que era motorista de taxi. Em 1928, quando tinha 13 anos, começou a trabalhar conduzindo um caminhão em uma fazenda da região, até que foi pego pela Polícia. A situação lhe rendeu sua primeira “Carta” para dirigir, há cerca de oitenta anos atrás.
Desde então não parou mais e tomou gosto pela profissão. O jovem taxista foi casado com dona Geralda, de quem sempre se recordava com muito carinho. Descendente de família italiana residiu com a esposa e seus quatro filhos na rua Rodolfo Paixão. Ao receber os amigos, trazia sempre consigo boas histórias que foram passadas de geração em geração, alcançando seus quatro filhos, sete netos e três bisnetos.
Para os vizinhos e conhecidos, Fausto Lieggio foi um homem trabalhador, de polidez e caráter, considerado ainda um exemplo de vida para a juventude. Devido à vitalidade no dia a dia, os filhos Ivanir, Luís Carlos, Ivone, e Fausto Júnior, também seguiram a profissão do pai. “Ele sempre gostou muito de estar com a família, reunia os amigos também para contar suas histórias. Trabalhou com transporte por quase 80 anos, como chofer para autoridades e pessoas importantes, pois ele e meu pai sempre possuíram carros de luxo,” contou Luiz Antônio Lieggio, neto de Fausto.
Segundo conta Luiz Antônio, a pouco mais de um ano, Fausto se afastou do trabalho, uma vez que devido à idade não mais lhe proporcionaram o direito a renovar sua Carteira de Habilitação expedida pela Prefeitura de Araguary em maio de 1935. O neto revela outras curiosidades sobre a vida do avô. Luiz Antônio contou que o avô, um torcedor apaixonado pelo Cruzeiro, sempre apoiava o time celeste. Além disso, outro fato importante diz respeito ao ano de nascimento datado em 1908, “devido à dificuldade em registrar crianças na época. Assim, meu avô completaria 106 anos no dia 5 de agosto próximo,” contou.
Bom leitor seguia diariamente as notícias da cidade e região por meio dos jornais impressos. Membro da Maçonaria foi agraciado durante sua vida com todas as comendas que um maçom poderia receber. Em cerimônia realizada na sexta-feira, Fausto foi homenageado pelos seus pares.
A cidade se despede deste cidadão ilustre, com a certeza de que ele teve uma vida plena, calma e feliz.
cylo
so posso deixar os meus peso a familinha, principalmente a ivanir