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Meio Desligado – Dilma não faz falta

qua, 3 de agosto de 2016 05:24

meio desligado

Estava a um tempo sem aparecer, até que um pobre homem morreu eletrocutado em um poste ao tentar vê-la, enquanto fazia um discurso em Aracaju. Isso aconteceu há uma semana. Pode ser duro para quem acredita que ela sofreu um golpe, mas fato é que neste tempo, apesar de estampar uma notícia ou outra, Dilma sumiu. E ninguém se importou.

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O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos lançou uma clara ameaça logo após as manifestações de março, ou se preferirem, o maior protesto da história brasileira: -“Este país vai ser incendiado por greves, por ocupações, mobilizações, travamentos. Se forem até as últimas consequências nisso, não haverá um dia de paz no Brasil”. E assim, outros blogueiros financiados, militantes e sonhadores insistiram nessa promessa, prevendo um cenário caótico de lutas armadas nas ruas, marcado por confrontos entre mortadelas e coxinhas. Mas não, nada disso aconteceu.

A presidenta se afastou e quem assumiu foi Michel Temer. Nas ruas, ninguém reclamou. As pessoas continuaram sua rotina como se nada tivesse acontecido e “Fora Temer” no pedido da Starbucks (a realidade é mais engraçada que a ficção) foi o máximo de contrariedade e articulação política que vimos nesse sentido.

Michel Temer

Michel Temer

 

As pesquisas mostram que Temer não tem popularidade, pior ainda, muitos sequer opinaram sobre os poucos dias do interino no cargo. Ele não é carismático, mas pelo menos não vem com aquela conversinha mole e populista.

E as coisas não estão nada fáceis. A jornalista Miriam Leitão, afirmou em sua coluna no jornal O Globo que esta é a pior crise brasileira do ponto de vista fiscal. Lembrou ainda o desemprego: são 11,5 milhões de brasileiros sem trabalho. Isso sem contar que precisa lidar com um enorme problema da previdência. As alternativas suscitadas são o bastante para que a oposição apareça enfurecida, com aquelas velhas desculpas conhecidas, tão velhas quanto a própria ideologia que defendem.

Promover as reformas indispensáveis para colocar a casa em ordem vão exigir o comprometimento de alguém que não esteja preocupado em garantir uma eleição. Temer deu declarações garantindo que não pretende entrar na disputa em 2018. A ausência de Dilma trouxe um pouco de otimismo para a segunda metade de 2016 e perspectivas melhores para 2017. Se realmente ela for afastada, talvez isso faça com que Michel acabe tendo certa confiança em uma vitória nas urnas.

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Com o julgamento do impeachment marcado para o final do mês, uma das propostas da defesa é a convocação de novas eleições caso ela seja absolvida. Ou seja, é absurdo que ainda tenha gente defendendo a continuidade de Dilma no poder, quando nem o próprio PT acredita que isso seja viável.

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