Sexta-feira, 13 de Setembro de 2024 Fazer o Login

Meio Desligado – Brilho feminino no esporte

qua, 10 de agosto de 2016 05:30

meio desligado

.

.

 

Ô jogo feio esse da seleção masculina contra o Iraque que não saiu do 0 a 0. É o segundo empate seguido do Brasil na Olimpíada, colocando o time em dificuldades logo na primeira fase. Estava estampado na cara do Galvão Bueno a descrença com o péssimo desempenho dos nossos jogadores. Nem ele conseguiu disfarçar o desgosto.

Se por um lado Neymar e sua trupe estão com a corda no pescoço, o mesmo não se pode dizer da seleção feminina de futebol. Ganhando de goleada das adversárias, as meninas conquistaram não só a vaga para a próxima fase, como a simpatia da torcida. Não foram poucos os comentários e montagens pedindo que a Marta fosse escalada na seleção masculina ou o fim do caso de amor entre Galvão e Neymar.

Quando os homens não conseguem vitórias, as vitórias das mulheres são celebradas. Mesmo que o esporte feminino não tenha o mesmo reconhecimento, é preciso que haja sim algum tipo de reconhecimento.

A primeira medalha de ouro do Brasil no Rio 2016 foi conquistada por uma mulher. A judoca Rafaela Silva, que também é terceiro sargento da Marinha, chegou a pensar em desistir do esporte por conta de uma derrota traumática nas Olimpíadas de Londres, em 2012, quando foi eliminada nas oitavas por ter aplicado um golpe ilegal. Deu a volta por cima. Enquanto a bandeira foi hasteada, ela não fez o sinal de continência, como outros atletas militares, por medo de perder a medalha.

.

.

 

A gente não precisa ir longe, basta olhar para o quintal de casa. O futsal feminino de Araguari trouxe vários troféus de um campeonato em Uberlândia, no último fim de semana. A equipe Lotus, orgulho do técnico Danilo Borges, venceu da equipe Fênix nos pênaltis e garantiu diversas premiações individuais. Débora Eduarda se destacou como artilheira do campeonato e também a melhor pivô; Katia Aparecida foi considerada a melhor goleira e goleira menos vazada. Eduarda Raiane ganhou o prêmio de jogadora revelação. Mas não é só o futebol que importa. O técnico acompanha as notas das 17 meninas que participam dos treinos e só joga quem alcança boas médias.

O time sub-17 conseguiu se destacar em mais uma competição para adultas, resultado de muito treino, esforço e dedicação. Práticas esportivas de qualquer natureza não costumam ser incentivadas, e quando se trata das mulheres então, tudo se torna ainda mais difícil. O Danilo faz um esforço hercúleo para dar continuidade ao trabalho, que dura um ano na Escola Estadual, mas começou há quase três anos no Isolina. Ele financia tudo praticamente sozinho. Nesse campeonato em Uberlândia, comentou que gostaria de ter levado mais garotas para participar, mas não havia uniforme suficiente para todas.

Acho que este é o momento ideal para que o poder público e a iniciativa privada percebam que existem muitas jovens por aí com potencial para serem Martas ou Julianas. Falta apenas um empurrãozinho.

.

.

 

1 Comentário

  1. Gabriel de Albuquerque disse:

    Talita, novamente você foi muito feliz em sua crítica.

    Sendo direto, reputo o sucesso feminino nesta Olimpíada à paixão que a mulher despende àquilo que se propõe a fazer. Com todo respeito dispensado àqueles que atribuem o sucesso das mulheres ao feminismo, não se trata disso. A mulher é devota, apaixonada, tem foco e não se preocupa com justa retribuição, diferentemente dos homens – principalmente alguns esportistas.

    Desejo sucesso às mulheres esportistas, cuja presença alegra, perfuma, embeleza e enche de orgulho o público que lota as arenas para as virem brilhar. :D

Deixe seu comentário: