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Intervalo de verão

qui, 14 de agosto de 2014 00:00

Abertura Treino Livre
Alô amigos, depois do GP da Hungria a Fórmula 1 fez uma parada chamada “férias” de verão, onde todos vão para casa “descansar”, mas o descanso é somente das viagens e do corre-corre monta e desmonta o circo.

Em realidade as supostas férias são usadas principalmente para verificar os dados recolhidos na primeira metade do ano, e com base nestas informações fazer os ajustes necessários para encarar a segunda metade da temporada.

Falando da primeira metade, tivemos corridas muito boas, e outras nem tanto, com um domínio quase absoluto da Mercedes, que só não venceu duas corridas até agora, ambas vencidas por Daniel Ricciardo (Canadá e Hungria), com Fernando Alonso sempre destacando como o melhor piloto em atividade, pois o carro da Ferrari não é nem a décima maravilha, mas o espanhol como sempre tira mais do que o carro tem, e não é à toa que ocupa o quarto lugar no campeonato, enquanto seu companheiro Kimi Räikkönen ocupa um apagado décimo segundo lugar.

Falando em duplas, o grande problema que a Mercedes tem para a segunda metade da temporada é a disputa interna entre seus dois pilotos, que ficou evidenciada na prova da Hungria, com Rosberg reclamando ser mais rápido, a equipe dando a ordem para inverter as posições, e Hamilton ignorando solenemente a ordem. Como a Mercedes irá tratar essa rivalidade será determinante e fundamental para que o campeão seja um piloto seu, pois há uma história parecida entre Mansell e Piquet na Williams quando a equipe perdeu o mundial de pilotos de 1986 para Prost.

Acho muito controvertida essa questão de troca de posição para favorecer este ou aquele piloto, pois isso tira a motivação e competitividade, fazendo um triste espetáculo, que de esporte nada tem. Bom mesmo é ver a disputa acirrada, como ocorre com Hamilton e Rosberg, com Vettel e Weber, e a dupla mais famosa de todos os tempos, Senna e Prost.

Lembro-me de ver a cara constrangida de Schumacher recebendo o troféu de campeão do GP da Áustria, após a chegada quando Barrichello literalmente parou o carro e deixou o alemão vencer a prova depois de ter liderado de ponta a ponta. Isso mostra o quão injusto pode ser a interferência dos boxes no resultado de uma corrida e do campeonato. Aqueles pontos não fizeram nenhuma diferença no resultado final do campeonato de 2002 que Schumi venceu com 144 pontos contra 77 de Barrichello e 50 de Juan Pablo Montoya (Williams), a atitude, tanto da equipe, quanto de Barrichelo e Schumacher foi muito questionada.

Anos depois a Ferrari repete a mesma situação com Massa e Alonso no GP da Alemanha de 2010, com a famosa frase: “Fernando (Alonso) is faster than you. Can you confirm you understand that message?”, e Massa que se recuperava do acidente sofrido no ano anterior não conseguiu o mesmo desempenho daquele final de semana pelo resto da temporada.

Esse assunto é tão polêmico que vou abordá-lo em maior profundidade fazendo um apanhado de ordens de equipe e o que disseram os pilotos que as receberam. Fica para uma próxima coluna, quando finalizar a pesquisa sobre o tema.

Feitas estas considerações, resta-nos acompanhar a temporada e o desenrolar da rivalidade entre Hamilton e Rosberg, e ver como a tradicional eficiência germânica irá lidar com essa situação.

Até a semana que vem…

* Advogado, fã da Fórmula 1 desde 1970, e apaixonado pela Ferrari

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