Com tantos afazeres diários, preocupações com o trabalho, estresse, filhos, parentes, negócios, uma coisa aqui e outra ali para resolver, acaba-se deixando para depois o que até então acreditava-se poder esperar: a relação. E o tempo vai passando, as boas conversas, risadas, passeios e carícias entre os dois vão ficando para depois; de repente, depara-se com uma situação inusitada: “a traição”. Cada um de nós tem uma forma própria de perceber as relações e de vivenciar a fidelidade ou infidelidade. Vai depender da educação recebida, da história dos pais, da forma de perceber a vida, de como lidar com ela, da personalidade.

Algumas pessoas, infelizmente, ainda acreditam que depois que conquistam o outro não precisa mais se cuidar, ficar atentas ao que falam para este de forma negativa e, às vezes, ofensiva, avaliar as suas atitudes e também o seu modo de vestir. Esquecem-se de que a conquista é diária e que ninguém é propriedade do outro e ainda que o respeito é fundamental em todos os sentidos.

Por vezes, as pessoas procuram nas outras uma forma de viver uma situação diferente, fora da rotina, a qual pode ser vivida com o mesmo parceiro, precisando para isto que o casal não fique no comodismo e se esforce para ser criativo, vivenciando uma troca e não uma prisão.

A forma de enxergar o relacionamento extraconjugal para os homens é diferente da das mulheres. Grande parte delas o percebe como se estivessem “perdendo” o amor do parceiro; já para a maioria dos homens é visto como uma “aventura”, apenas uma “diversão”. A necessidade de conquistar para a figura masculina é histórica e também difundida através da educação recebida no contexto social.

Existem pessoas que se envolvem com outras buscando uma “válvula de escape” para os seus problemas, sejam eles quais forem e, por vezes, buscam uma terceira pessoa querendo na verdade ser ouvido, compreendido, receber a atenção que não encontra no cônjuge e não necessariamente para manter uma relação sexual.

Muitos casais que poderiam melhorar o que acontece na relação e principalmente dentro de si mesmos escolhem por viver uma vida de mentiras, desconfiança e de distanciamento emocional, elementos estes que minam a relação, pois energias que poderiam estar canalizadas acabam por se esvair e  divididas com várias pessoas. Com isto, a pessoa que trai, não expressando seus mais profundos sentimentos, pode entrar em conflito consigo mesma, ser levada a viver processos dolorosos de culpa. E, por outro lado, o traído pode também ter pensamentos que refletem a ideia de que o parceiro não o ama mais, que o outro é mais sensual do que ele e outros tantos que levam à depressão.

As escolhas extraconjugais podem ser desastrosas e feitas a partir de uma busca de ser correspondido em suas necessidades, destruindo bons relacionamentos que, em sua maior parte, estavam precisando realmente é de uma ajuda profissional para melhorar e se fortalecer.

É preciso se preocupar com os relacionamentos extraconjugais devido à alta incidência de doenças sexualmente transmissíveis, já que há pessoas que não se conhecem suficientemente assim como os riscos de contágio e/ou ainda acreditam que  nada irá acontecer com elas, e sim, somente com os outros, acabando por se  contaminar e também o parceiro.

É muito importante conquistar o parceiro diariamente, mas também acreditar que a maior conquista é a de nós mesmos, pois somos o nosso maior desafio. Para conquistarmos o outro, precisamos reconhecer em nós mesmos atitudes que precisam ser trabalhadas para que possamos melhorar. O encontro real com o outro nos ajuda a crescer e amadurecer continuamente.

É importante ser espontâneo, livre para se expressar na relação sendo confiante nos seus próprios sentimentos primeiro, para então poder ter confiança no outro sem sufocar e/ou ter que se anular ou anular o outro, respeitando o fato de que são duas individualidades antes de tudo e não seres de personalidades idênticas, felizmente.

Ao estar com o outro, deve-se ter o cuidado para não idealizar o parceiro, esperando dele apenas qualidades na busca de suprir carências pessoais. É importante poder buscar o autoconhecimento para com isso melhorar o relacionamento e acreditar que vale a pena investir.

É sempre possível melhorar o relacionamento sem precisar que algo negativo aconteça para começar a tomar atitudes mais positivas e de investimento real em si mesmo em todos os sentidos e, por consequência disto, melhorar a qualidade do mesmo.

Vale a pena casar e recasar muitas vezes com a “mesma” pessoa, investir na relação, no amor, no diálogo franco, aberto sendo livre para se expor e manifestar de forma profunda a sua essência.