Sexta-feira, 13 de Setembro de 2024 Fazer o Login

Ficha Técnica – Manual de convivência

qua, 8 de junho de 2016 05:56

Abertura-ficha-tecnica

Tarde de domingo. Encontro marcado. A oportunidade de bater de frente. Sob o calor do Sol, frieza. Corredores para o combate. Lixeiras, garrafas. Arsenal de pancadaria. Traumatismo craniano. Entre a vida e a morte, Batalhão de Choque. Solução, gás de pimenta. Efeito imoral, truculento, perturbador. A metros dali, um pai em lágrimas tenta acalmar o filho cadeirante nos braços. Nó na garganta. Ânsia de vômito, irritação. Parecia um campo de guerra, mas era jogo do Brasileirão.

Torcedor tenta acalmar filho cadeirante depois de policiais lançarem gás de pimenta no estádio

Torcedor tenta acalmar filho cadeirante depois de policiais lançarem gás de pimenta no estádio

 

No lugar onde 54 mil entraram, 30 saíram detidos. Mané se soubesse que um dia levaria o nome do endereço disso, aposentaria. Penduraria as chuteiras, como parecem ter feito os policiais militares de Brasília na preparação para a segurança do jogo. Não foi a primeira vez. Jogadores, comissão técnica. Torcida mista. Mães, pais, filhos e avós. Um programa de família e amigos sofre a consequência do despreparo de uma nação humana que contesta os próprios Direitos Humanos. Ou seríamos de espécies diferentes?

Na semana em que o futebol perdeu a polivalência de Paulo Baier e a humanidade perdeu um dos ícones esportistas e da luta pela igualdade, o Estádio Mané Garrincha era palco de mais um episódio revoltante do nosso esporte. Muhammad Ali – que Deus o tenha – se todas as lutas fossem como a tua, o mundo não estaria de luto, mas sim de “a-luta-continua”. O jogo terminou 2 a 1 para os visitantes, mas fora o placar, ninguém tinha o que comemorar.

Nem a bizarrice do falso goleiro César Martins, os erros de arbitragem ou as alternativas de ouro no esquema de Cuca. A resenha foi parar no caderno policial. Três pontos para o time vencedor num embate de derrota geral. As equipes perderão o mando de campo, mas os brutamontes seguirão impunes e infiltrados nas torcidas organizadas, enquanto a segurança continuará despreparada. Afinal, em um ninho onde coroneis, opressores e corruptos ditam a galinha dos ovos de ouro, pouco importa a saúde da pátria mãe.

Tarde de domingo. Há onze anos não se via o Palmeiras em Brasília. O clima fez-se temperado pelo clássico nacional. Torcida mista e organizada. Cantos, provocações, rivalidade sadia e alegria. Toda atmosfera que precisávamos, prejudicada por um detalhe. Até quando teremos que ensinar que os corredores servem para o acesso ao estádio e as lixeiras para descartar o lixo e não lançar contra alguém? Ou que gás de pimenta pode causar sérios danos a uma criança? Futebol brasileiro, bem-vindos a um mundo sem escola!

1 Comentário

  1. luiz disse:

    Infelizmente a falta de educação, a selvageria de pessoas inescrupulosas e sem preparo emocional tomado por uma pitada de fanatismo sempre faz com que os eventos familiares e populares de desviem para outros caminhos e tomem outras direções. Selvageria, bagunça e vandalismo causadas por pessoas sem educação, bagunceira e fanáticas e muitas vezes bandidas, têm que levar a lição que merece. Quem não tem pai em casa, acha na rua. Não concordo com violência e agressão, mas, o que posso dizer é que a Polícia está nos lugares não para bater e ser truculenta. A polícia está nas ruas 24 horas por dia para servir e proteger. Pessoas inescrupulosas que se dizem torcedores e que se infiltram em estádios de futebol para arrumarem briga são verdadeiros marginais e criminosos. Em uma confusão causada por alguns desses inescrupulosos torcedores onde buscam a violência quem está lá para servir e proteger? A polícia na maioria das vezes em minoria. Em uma distúrbio onde se encontra envolvida muita gente ela, a polícia tem que agir e de menor potencial ofensivo é usando o gás de pimenta para a dispersão das pessoas arruaceiras. Infelizmente quem acaba pagando o pato são as pessoas, famílias, mulheres e crianças de bem que estão nos estádios somente com a intenção de assistir a um show de futebol promovido pelos seus times de coração, sem fanatismo e inconsequências. A polícia está de parabéns pois motivada pela irresponsabilidade de pessoas inescrupulosos, usou do meio necessário para dispersar a briga, confusão que sempre essas pessoas andam levando a todos os lugares de shows futebolísticos. Parabéns aos policiais, heróis de uma nação e vítimas dos sensacionalistas do mundo. A polícia com seu sistema vive 24 horas nas ruas lutando para uma sociedade melhor, correndo riscos de morte, longe do seio das suas famílias, amigos e defendendo os desconhecidos e ainda tem pessoas sensacionalistas que colocam pimenta nos acontecidos e querendo viram o jogo contra os policiais. Acordaaaaa! se alguém entrar na casa de vocês e levar tudo a primeira coisa que irão fazer é chamar a polícia. Sinceramente. Parabéns aos policiais não tenho nada contra nenhuma polícia pois não devo nada a ninguém, sou pessoa de bem, fui sempre respeitado pelos policiais em abordagens feitas a mim e polícia é isso aí mesmo, quando uma confusão aparece ela entra em ação. Foi feita pra dá segurança e viver no perigo doando a vida por pessoas desconhecidas. Parabéns aos policiais e ao comando do policiamento do estádio. Verdadeiros heróis. Ass: Luiz

Deixe seu comentário: