Sábado, 22 de Março de 2025 Fazer o Login

FALA PROFESSOR!

qua, 8 de abril de 2015 06:32

Abertura-ficha-tecnica

A um ano das Olimpíadas, Vadão comenta desafios à frente da seleção feminina

Desde segunda-feira, 6, a seleção brasileira feminina está na Alemanha, onde mede forças com a equipe da casa num amistoso. Antes de embarcar para o Velho Continente, o treinador Oswaldo Alvarez – “Vadão” falou com exclusividade à coluna. Em pauta, a nova realidade, os desafios e a responsabilidade de poder entrar para a história do futebol brasileiro.

Ficha Técnica.jpeg

Treinador pode entrar para a história do futebol brasileiro

 

NOVOS ARES

Ao assumir a seleção, você afirmou que era o sonho de qualquer treinador. Um ano depois, acredita que fez a escolha certa?

“Mais ainda, tenho muita convicção de que tomei a decisão correta, no projeto certo. Poder disputar uma Copa do Mundo e as Olimpíadas é uma oportunidade única. É claro que existem dificuldades, não se trata de uma missão simples, mas o interessante é que evoluímos juntos. Diferentemente do masculino, onde há uma orientação desde a criação, no feminino a maioria jogava no futsal, dividindo a quadra com outros meninos e tendo que buscar uma chance de poder jogar. Até por isso, começamos a elaborar treinos educativos, ampliando o envolvimento com as atletas”.

SELEÇÃO PERMANENTE

Qual a importância do projeto no desenvolvimento do futebol feminino?

“Anteriormente, tínhamos um regime de convocações periódicas. Hoje, a maioria das atletas permanece concentrada a maior parte do tempo, sendo acompanhada de perto. A seleção permanente foi criada para funcionar como uma espécie de clube, onde as jogadoras passam a ser assalariadas e a receber todo o auxílio necessário. Além disso, suprimos a falta de competições pelo país, desenvolvendo a parte técnica, tática e psicológica, fundamentais para dar maior intensidade na preparação. Muitas atletas tinham pré-acordos com equipes do exterior, mas preferiram continuar no Brasil e abraçar o projeto”.

CAMINHO

Você se destacou por conduzir campanhas de ressurgimento de clubes, como Guarani e Vitória. O que falta para resgatar o bom futebol no Brasil?

“O que falta não são jogadoras boas individualmente, e sim uma consciência coletiva, com uma estrutura melhor organizada. Precisamos resgatar isso e entender que o futebol brasileiro não sobrevive mais apenas do seu talento. A Copa do Mundo masculina provou isso. Não bastar ter um Neymar sem contar com uma organização tática. Também temos que trabalhar o aspecto físico para que em um lance pontual apareçam atletas que possam decidir. A verdade é que ninguém tem jogadoras como o Brasil e precisamos desfrutar disso”.

“MARTADEPENDÊNCIA”

Mesmo sem a principal jogadora, a seleção foi campeã da Copa América com o melhor ataque e defesa. É um retrato da evolução da equipe?

“Quando falamos da dependência de um jogador, deixamos de lado o potencial do time. A seleção permanente também chega para ajudar nisso, preparando as demais atletas para que nomes como a Marta possam desfrutar de uma equipe que ofereça a estrutura necessária para decidirem uma partida”.

PREPARAÇÃO

Em um ano sob novo comando, a seleção saltou no ranking mundial. Podemos dizer que até 2016 teremos um time preparado para competir com os melhores?   

“Fomos campeões da Copa América e do Torneio Internacional de Brasília, o qual foi muito importante, principalmente por termos superado seleções como a China, Argentina e Estados Unidos. Na Copa Algarve, em Portugal, perdemos apenas para a Alemanha, mas ganhamos muita experiência. São diversos testes pelo mundo. Além disso, torneios como o Pan-Americano e o Mundial ajudarão a avançar nos preparativos. Baseado em tudo isso, entendemos que teremos uma boa experiência para chegar com a equipe pronta nos Jogos Olímpicos”.

SONHO OLÍMPICO

René Simões entrou para a história em 2004 como o primeiro treinador a conquistar uma medalha olímpica no feminino, em Atenas. Doze anos depois, você pode chegar ainda mais longe ao lado da torcida no Rio. Como lidar com essa responsabilidade?

“Conquistar as Olimpíadas seria extraordinário para cada um, ainda mais para a modalidade. Hoje, as atletas têm a conscientização sobre o potencial e a importância delas na história do futebol brasileiro, e faremos o possível para que esse sonho se torne realidade”.

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: